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domingo, 21 de agosto de 2011

Sparus Aurata- Dourada, a temível trituradora das águas nacionais. Parte I

Sparus aurata



Reino: Animalia

Filo: Chordata
Ordem: Perciformes
Ordem: PerciformesFilo: Chordata
Género: Sparus
Nome: Dourada
Nome Científico: Sparus aurata (Linnaeus, 1758)
Família: Sparidae
Grupo: Peixes Ósseos
Classe: Peixes




Quem é a Sparus?

A dourada deve o seu nome à banda de cor dourada que apresenta na cabeça, que une os olhos. É um peixe que não se afasta do litoral e raramente ultrapassa os 30 m de profundidade. Aqui entre as rochas e pradarias de erva marinha, encontra o seu alimento preferido: mexilhões.
Trata-se de uma espécie hermafrodita em que os machos se podem converter em fêmeas. Deste modo, conseguem equilibrar o número de indivíduos de cada sexo, o que contribui para o sucesso reprodutivo da espécie

Pertencendo à grande família dos sparídeos, a dourada - spaurus.aurata, é sem dúvida a rainha desta família. A desova da dourada realiza-se entre Novembro e Fevereiro, em águas com temperaturas não inferiores a 13°- C.



Nesta altura concentram-se em grandes cardumes. As maiores douradas são as fêmeas que imóveis vão expelindo os ovos (2 milhões por cada quilo de peso). Ao mesmo tempo, os machos mais jovens e pequenos vão fecundando os ovos num bailado infernal. Segue-se a eclosão e o desenvolvimento dos alevins que se alimentam de plancton. O seu crescimento é feito no interior dos estuários ou lagoas, onde as águas estão povoadas de milhares de pequenas douradas. Neste ambiente permanecerão até ao próximo Outono. À chegada do primeiro frio elas partem. Cardumes de grandes dimensões, com jovens pesando por vezes algumas dezenas de gramas, procuram refúgio nas águas do mar, onde a maior profundidade as temperaturas são constantes e não sujeitas ao frio do inverno. Ao fim de um ano os jovens machos pesarão entre 100 a 200 gramas; com dois anos normalmente mudam de sexo e aumentam o peso para 300 a 400 gramas; aos três anos as douradas pesam cerca de um quilo. Os peixes maiores atingem 5 a 8 quilos por um tamanho de 60 a 70 cm nas nossas latitudes, no Norte de África as douradas chegam a atingir mais de 10 quilos!
Todas as douradas nascem do sexo masculino. Durante um, ou dois anos comportam-se como machos, fecundando os ovos libertados pelas fêmeas. A transformação de sexo far-se-á entre os 13 a 16 meses de vida. Os seus orgãos sexuais masculinos atrofiam-se à medida que os ovários se desenvolvem. Assim aos 24 meses de idade, 80% dos indivíduos do sexo masculino passaram para o sexo feminino e assim viverão toda a vida. Os outros 20% na sua grande maioria mudarão de sexo no ano seguinte. A população masculina das douradas diminui com a idade dos peixes.

Características Morfológicas e Biológicas

     A espécie Sparus aurata Linnaeus, 1758 (Perciformes: Sparidae), de nome comum dourada, é da família dos sargos, pargos, bogas e gorazes e possui alguns caracteres distintivos, tais como, uma faixa de cor amarela “dourada” em crescente entre os olhos e uma mancha negra por cima do opérculo (figura 1-a). Têm o corpo oblongo, coberto de escamas geralmente dentadas, o céu da boca é liso e possuem uma dentição característica. Esta dentição permite-lhe partir as conchas grossas dos moluscos de que se alimentam. Ostentam na parte anterior dos maxilares 4 a 6 caninos fortes e compridos e, lateralmente, 2 a 4 fiadas de dentes molares (figura 1). Estas características são suficientes para diferenciar a dourada de outras espécies de esparídeos. Apresenta ainda uma coloração geral cinzenta-prateada, mais de 70 escamas na linha lateral e a barbatana anal com III raios espinhosos e 11- 12 raios moles. 


Este peixe é uma espécie bentopelágica, de comportamento demersal. Habita em zonas costeiras de fundos rochosos, arenosos e de algas a profundidades de 30 m, podendo os indivíduos adultos ocorrer até aos 150 m de profundidade. Sendo uma espécie eurihalina, adapta-se bem a águas salobras, entrando em estuários e rios. Distribui-se pelo Atlântico Este, desde as ilhas Britânicas até Cabo Verde, e ainda no mar Mediterrâneo, ocorrendo muito raramente no Mar Negro. Em Portugal existe apenas em águas continentais.
    Os indivíduos da espécie S. aurata  atingem a maturidade sexual aos 1-2 anos (20-30 cm) para os machos e 2-3 anos (33-40 cm) para as fêmeas. A desova ocorre nos meses de Novembro a Fevereiro, não se verificando desova no Mar Negro. Na sua alimentação, como animais essencialmente carnívoros, alimentam-se de moluscos bivalves, crustáceos ou peixes, podendo tornar-se, em certas circunstâncias, herbívoros.


A dourada é um peixe costeiro e sazonal. Aparece na nossa costa com os primeiros dias de Sol no final do Inverno início da Primavera para voltar a desaparecer com o frio do final do Outono.
A sua formidável dentição, quebra-cabeças para os pescadores, com molares capazes de desfazer as "cascas" mais rijas ou a linha mais resistente, destinam-se aos ambientes onde se podem encontrar ostras ou mexilhões que são os seus alimentos preferidos (estuários de rios de preferência onde existam grandes bancos de ostras ou mexilhões, no mar as praias perto de aflorações rochosas com fundos de pedra e areia são os locais preferidos pela dourada).


 O momento do dia em que a dourada está mais activa é o amanhecer, embora as horas mais quentes ou o anoitecer possam reservar excelentes surpresas. De noite, a dourada é pouco activa demonstrando mais movimento perto da Lua Cheia. Estes princípios muito gerais ajudam-nos a descobrir quando e onde pescar as douradas. 

Agora vamos ver como pesca-las. Qual a melhor isca e o melhor equipamento de pesca, a melhor técnica e as melhores zonas para as capturar. Dicas e curiosidades também serão abordadas.

*Continua( Parte II)

2 comentários:

Os Pescas disse...

Excelente artigo!
É sem duvida um dos meus peixes de eleição, um animal possante e que proporciona bons momentos de pesca.
Agora é esperar que elas entrem para irmos em busca delas...

Pedro ( PJPescador )

João disse...

Parece que conheço essa da primeira foto. Bela noite de pesca mesmo com pouco peixe.

Bom artigo continuem ássim!