Infelizmente para todos os pescadores portugueses e para a pesca lúdica e desportiva em Portugal, que assim fica mais pobre, a Joeli Publishing decidiu encerrar quatro das revistas que vinha publicando no nosso País, entre elas a Revista mensal "O Pescador", invocando "fraca circulação " e "fraca publicidade".Elisabeth Barnard, fundadora da editora, confirmou a suspensão dos títulos Com’Out, O Pescador, Portugal Dive e Mundo das Plantas & Jardinagem.
Os Pescas deixam um forte abraço ao Director da Revista Dinis Ermida, e restante equipe, pois acompanhávamos regularmente esta publicação.
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A fragilidade da nossa economia aliada a uma clara especificidade da área em si, levam a que seja muito difícil a qualquer revista nesta modalidade se aguentar, ainda por mais com a evolução dos meios virtuais onde a Internet acaba por ocupar um espaço que anteriormente pertencia às revistas.
A maioria dos artigos hoje publicados nas revistas, não são mais do que meras cópias do que se vê em blogues e foruns da especialidade. Para piorar ainda mais a situação alguns desses artigos são notoriamente carenciados de qualidade, revelando uma infeliz escolha na concepção dos artigos, e um conteúdo não só muito repetitivo, como deveras cansativo para quem lê.
Isto porquê? Para se ter uma revista, claro que se depende de N factores, entre os quais, dos patrocinadores, que se por um lado servem os interesses de uma revista, por outro lado a podem prejudicar, pois limitam não só a escrita dos artigos, como também a sua escolha.
Conseguir ter um jogo de cintura que permita a positiva satisfação por parte do leitor e do patrocinador é a parte complicada deste sistema em que todos saíram a perder.
O leitor e amante da modalidade perdeu uma fonte de conhecimentos, as marcas e importadores perderam uma forma de marketing, e algumas pessoas perderam o seu posto de trabalho, pelo menos nesta área tão apaixonante.
Sentimos que faltam nas revistas publicadas em Portugal uma vertente pedagógica mais forte, e acima de tudo mais focada nas coisas simples da pesca... Relatos, convívios, partilha, e são situações passíveis de existir uma dinâmica diferente duma mera explicação da forma de capturar uma espécie de peixe.
Todos os anos levamos com artigos semelhantes, com linguagens pesadas e onde se sente pouco o amor à pesca. Vê-se muito os autores a focarem e bem por vezes, aspectos tecnicos essenciais, mas esquecem-se que toda essa informação sem passar para o lado de lá aquele sentimento mais puro que a pesca transmite acaba por ser pouco cativante.
Esquecem-se disso porque a maioria dos autores dos artigos são pescadores com conhecimentos, alguns vivem da pesca, e falta-lhes a sensibilidade para perceber que num universo de cerca de 300.000 pescadores lúdicos a maioria vê nesta modalidade um hobbie, um escape, o momento em que esquecem o dia-a-dia... Sem esta forma de escrever que transmita o outro lado da pesca desportiva, provavelmente o seu verdadeiro lado lunar, o futuro das revistas está condenado!
Infelizmente as leis do negócio nem sempre o permitem. Perde a pesca, perdemos nós!
Filipe Codinho
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