quarta-feira, 22 de junho de 2011

A minha primeira pesca com peixe, à bóia.

 
Abre a boca pedra
Já há algum tempo atrás que estes meus amigos me vinham falando dos Sargos que se apanhavam à bóia na Costa da Caparica e que era um bom sitio para se aprender e que tinha que lá ir com eles para ver como são as coisas nesta arte. Segundo percebi, já não é novidade para ninguém que por esta altura se apanham uns Sarguitos jeitosos por estes lados, embora para mim seja novidade porque nunca dediquei qualquer atenção a esta modalidade. De todas as vezes que saí de casa para pescar com bóia, acabava por fazer chumbadinha, porque não era a minha praia, mas fui ficando com vontade no corpo e, como já tinha cana e carreto em casa, estava para breve a estreia.
Nos últimos dias, em virtude do meu grupo de amigos se dedicar a esta pesca de momento, tenho perdido mais tempo a tentar perceber como ter sucesso nesta matéria, mas já vi que tenho muito a aprender. Nisto os amigos iam fazendo umas pescarias e tirando uns bons peixes, só faltava o convite surgir e lá ia eu para esta incursão. Por falar em aprender e mesmo antes de vos falar da pesca, tenho de agradecer aos presentes nesta pescaria a paciência que têm tido em me dar umas dicas sobre a matéria e que me tenham levado a apanhar uns peixes.
Já batiam as 05h30 da matina, o que para mim já é uma grande guerra para me levantar, e esta grande equipa constituída por mim, Pedro, Pereira e Francisco arrancam em direção ao pesqueiro. Conversa para aqui, conversa para ali, e eu ia recebendo mais umas dicas e táticas para melhor me adaptar a esta arte. Logo aqui, percebi que tinha a tarefa dificultada em virtude da isca que íamos utilizar. - “O caranguejo tem outro tipo de toque e ferragem, bem mais difícil do que com outros iscos”, dizia o pessoal já fora do carro e a caminho do pesqueiro. Visto isto, comecei logo a pensar: - Bem, estou feito, não percebo nada disto e ainda venho para aqui com a isca mais difícil de ferrar peixe. Não há-de ser nada.
Já no pesqueiro, vai de preparar as canas para dar inicio à faina. Entretanto, já três pescadores de buldo tentavam a sua sorte mas nada, os robalos não queriam nada com eles.
Nasce o dia e os pescadores que lá estavam deram a pesca por terminada e o pesqueiro fica entregue aos pescas para podermos desfrutar. Isco dentro de água e começa o Pereira a fazer estragos, dois ou três Sargos de seguida e todos de bom porte. Enquanto me estou a fazer ao piso, o peixe começa a dar sinal da sua graça. Toda a minha boa gente sente toque e tira peixe com o amigo Pereira a ganhar algum destaque. Entretanto e com mais umas dicas, também começo a cascar neles. Realmente é um pouco complicado a ferragem, mas com o tempo vou lá chegar. 
Tivemos sorte com o dia, o peixe estava lá e agora estava nas nossas mãos tirá-lo cá para fora. Tudo ia decorrendo, a maré ia subindo quando, em dois lances praticamente seguidos, tenho a oportunidade de ferrar duas boas chapas. Nestes lances tive a possibilidade de abrir um pouco mais os olhos na matéria de ferragem e trabalhar do peixe. Ao meu lado ia ouvindo - “mais uma refeição. Não, espera, que este são duas!” - era o amigo Francisco, que tive a oportunidade de conhecer, amigo de longa data do Pedro e do Pereira e também novato nestas lides. Diga-se, de passagem, que se estava a adaptar muito bem.

  

O Pedro e o Pereira já estão feitos ao pesqueiro e é só cascar neles. Era perto da uma e recebemos a visita do amigo Filipe, também batido no pesqueiro, que ainda vinha a tempo de conviver com o pessoal e apanhar uns peixes. Foi o que veio a acontecer, maré cheia, já a lamber o pesqueiro e o Filipe insistia na frente quando, entre uns palmudos, ferra uma chapa boa. A água começa a ser muita para este pesqueiro quando levo a primeira molha e depois tocou a quase todos, tendo o Filipe levado um de alto a baixo enquanto insistia em mais um peixe. Começa a vazar e ainda conseguimos tirar mais uns peixes entre um saudável convívio entre amigos que vão, a cada pescaria que passa, cimentando essa condição.
Chega a hora de levantar ferro e regressar a porto seguro. Digo isto porque, no final do dia e entre fotos e pesagens, notamos que o amigo Pereira parecia que tinha vindo da embarcada, só por conta dele eram 10 kg de Sargos. Os restantes fizeram uma boa pescaria.
Eu apanhei uns peixinhos, que me ensinaram a perceber um pouco mais a coisa das ferragens, o trabalhar da minha cana e também do carreto. No fundo, foi um grande dia de pesca, visto que o peixe não faltou á minha primeira pescaria com peixe nesta modalidade que tem o seu quê e muito por explorar.  

Materiais utilizados:

Canas: Prosargos Iridium Samurai 5mt, Hiro Capedo Strong 6mt, Veret Arcadia 5.5mt, Shimano Beastmaster 6mt
Carretos: Banax SI 1300 dxb, Shimano Rarenium 4000FA, Vega Superb
Linhas: Asso Fluorcarbon Coated 0,24
Anzóis: Asari Chinu nº 2
Isco: Caranguejo
Um abraço,
Nuno (pesca no prato)

4 comentários:

  1. boas esse pontao tem dias magicos as vezes sao e mais pescadores que peixes ehehehe


    bom relato com o tempo vais ficar viciado

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  2. Foi realmente uma boa pescaria. Muito peixe e grande.
    Fiquei muito satisfeito de ver o Pereira fazer uma pesca condizente com o reportório vocal que apresenta diariamente, lolololol.
    Venham mais dias assim...
    Filipe.

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  3. Obrigado pelos comentários,
    Ainda estou verde no que toca a pesca de bóia mas gostei e já me estou a munir de material para todos as ocasiões.

    Agora é dar continuidade para se dar a evolução.

    Espero em breve estar a colocar outro relato para o pessoal.

    Um abraço,
    Nuno (pesca no prato)

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  4. Grandes pescas d'ospescas!

    Bem 10kg de sargos é obra, mas não me surpreende que já vi algo parecido.
    Nuno, para começar foi uma pescaria de profissional.
    Sempre em grandes pescas

    Um abraço

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