segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Douradas as rainhas da nossa costa... Um dia na Vereda.

Boas Pessoal,

A pesca de terra das douradas costuma começar na nossa zona em Março, prolongando-se até finais de Novembro... É nesta altura que começa o frenesim da pesca embarcada às douradas. Peixe nobre, rainha das nossas costas, a dourada é um peixe bruto, com uma força e um sentido de sobrevivência único.

É por esta altura que começa as idas à Vereda para umas pescarias numa modalidade que eu adoro. A embarcada.


Vereda, o que há a dizer!!!

Sempre tive aquele bichinho da Vereda... Já perdi a conta as vezes que lá rumei... Nem sempre bem sucedido, nem sempre recompensado pela minha dedicação e amor a esta pesca... Mas quem gosta insiste...
E lá fui mais uma vez...

Conforme combinado, saímos do porto de Setúbal às 6 da manhã e fomos na direcção da Vereda... Foi uma hora e meia de caminho até chegar ao pesqueiro, pelo caminho contaram-se histórias, travaram-se conhecimentos, foi-se convivendo...
Chegados ao pesqueiro, foi montar o material e começar a pesca, que se deu por volta das 8h da manhã cheios de esperança de fazermos uma grande pescaria... Como sempre claro.
Comecei a pescar com bomboca e caranguejo. A bomboca serve de isco e de engodo para o pesqueiro... Normalmente é um isco que atrai as douradas ao pesqueiro...
A pesca começou difícil, elas não queriam nada comigo, nem um toque, nada... Que tristeza, tanto entusiasmo... A pesca anda difícil... Ao final de umas horas o mestre do barco, percebendo as dificuldades em se dar com o peixe resolveu mudar de sítio. Fomos em direcção aos Surdinhos, zona mais próxima da costa...


Chegados ao pesqueiro começámos logo a sentir toques, mas elas andavam a mamar, difíceis de ferrar, típico da forma de comer da dourada nesta zona. Estava com muitas dificuldades na ferragem, mas fui insistindo, e finalmente fui premiado com a 1ª dourada do barco, uma dourada de quilo. 
Passados uns minutos sai outra na poupa da embarcação, uma boa dourada, bem maior do que a minha. Num piscar de olhos ferroa a segunda, estava de novo motivado, os toques sucediam-se e algumas ferragens também... Pelo barco foram saindo algumas de bom porte... Saíram num instante 6 douradas de bom tamanho, até que tornou a escassear a actividade o que me levou a pensar que tinha feito a festa antes do tempo...
Foram algumas horas de espera sem que nada desse sinal de actividade, até que novamente elas tornaram a "acordar" e os toques recomeçaram, sendo que elas estavam a comer ainda pior... Estava muito difícil de ferrar alguma coisa... O mestre do barco decidiu trocar os anzóis para números mais baixos e começou a ferrá-las, foram 4 douradas seguidas, eu teimoso mantive os 3/0 e estava com muitas dificuldades na ferragem, mas lá acabei por conseguir mais uma ferragem que me deixou muito animado.

A minha teimosia não me permitiu fazer melhor pescaria... A verdade é que temos que saber o que estamos a fazer, temos que ser dinâmicos. O mais fácil é sempre ficar como se está, não mudar, não alterar a montagem, mas cada dia de pesca é um dia só. O peixe tal como nós tem personalidade, não tem sempre a mesma vontade,  não come todos os dias da mesma maneira e no mesmo sítio. Tem rotinas sim, mas não existem verdades absolutas. E eu vacilei, e ao vacilar vi outros fazerem aquilo que eu não consegui.
Fiz uma pesca muito porreira, mas podia e devia ter feito melhor. 
Continuei até ao fim com os anzóis 3/0 e fui apenas premiado com mais um parguete, muito bonito na realidade, mas podia ter sido melhor.

A minha pesca...
Este tipo de pesca à dourada, por ser feita a profundidades entre os 70 a 90 metros, torna muito difícil a percepção do toque das douradas. A maior parte das vezes elas alimentam-se como se estivessem de "faca e garfo na mão" e quem não tem experiência nem dá por isso julgando tratar-se das aguagens... Isto leva a que muita gente se desloque a Vereda e volte desiludida, pois não conseguem fazer uma boa pescaria, preferindo trocar os iscos e fazer a pesca a outro tipo de peixe, nunca aprendendo na realidade a forma de comer das douradas. Acreditem que vale a pena aprender. É um regalo apanhar uma boa dourada. Esta pesca não é para todos, é verdade, mas quem a aprende, não quer outra coisa. A pesca às douradas, é uma pesca muito técnica, muito ingrata, mas que nos dá um prazer imenso quando a aprendemos e começamos a dominar. 
É por isso que em breve volto lá...

Material:


Cana: Tica F1 3,60 mt
Carreto: Shimano Stella 8000 SW PG
Montagens: Baixadas com 0,43 mm fluorocarbono; Estralhos 0,37 mm
Iscos: Caranguejo, bomboca e batata.



Espero que tenham gostado,
Ricardo Palma.

6 comentários:

  1. Olha o Palmeta a dar nas douradas...
    Pois é... que peixe mais manhoso, muito mais técnico do que o robalo, muito mais poderoso... Na embarcada as gajas ainda são mais dificeis de ferrar. Parabéns tens aí umas belas douradas. Abraço.
    Filipe.

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  2. Amigo, boa pescaria.
    Com dois anzois ? Ninguem tentou sardinha?
    um abraço
    José Ribeiro

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  3. Boas,
    Belas meninas que andavam na Vereda. Belo relato e belas capturas, podia ter sido melhor ou não, por isso já chamo a esses exemplares capturados uma bela pescaria.
    continuação de boas fainas.
    Abraço

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  4. Boa palmeta...:-)..já foi uma bela pesca amigo e que para a próxima ainda encontres maiores amigo.
    Um grande abraço

    Luis Malabar

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  5. Olá José Ribeiro, a pescaria foi feita com com montagens de 3 anzóis na sua maioria. Mas também se pescou apenas com 2. Não usei sardinha. Abraço.

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  6. Uma boa pesca amigo, sempre a sondar a ver onde andam. Belo relato amigo, a pesca à dourada é mesmo assim, quem tem unhas toca viola, eheheh

    Grande abraço,
    Nuno Fernandes

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