quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Já nem me lembrava do que é sofrer!

Boas...

Pois é malta, já disse tudo...

Devem querer o relato na mesma, calculo... Mas olhem que para os mais atentos deste blogue eu com este título desvendava logo que tipo de pesca fui fazer, lol.

Por meio de uma semana com muito trabalho e pouco tempo, lá me deixei convencer pela vontade que me corre nas veias em fazer o que tanto gosto, e o de tornar a pisar um areal com o acampamento às costas.



Confesso que pelo caminho só pensava para mim, mas que raio de ideia... Já tinhas saudades de andar kms pela praia com 20 quilos às costas para apanhar um peixe! 
Bem, mas por entre estes pensamento lá fomos no nosso passo, ainda de dia, e pousámos pela zona do Meco, onde fizemos a tal caminhada do costume... Para baixo todos os santos ajudam! O pior ia ser ao final da noite.

Chegados ao pesqueiro, vimos que a praia tinha muito limo, e fui o caminho todo a rezar para no local onde queria ficar não ter... É que andar aquilo tudo para nada, epa, a sério, tenham pena de mim, lol.
 Felizmente o limo foi passo a passo desaparecendo e no local onde ficámos mal se via limo.

Montada a 1ª cana, a Yuki Taylor X6 com uma urfe, chumbada de 140 gramas, e estralho de metro e meio, fui spinnar ali 20 minutos para tentar aproveitar o final de dia, mas nem as Lucky Craft Flashminnow, nem as Shimano Silent Assassin, nem as Vega Akada deram qualquer fruto e resolvi parar uns minutos para contemplar o por do sol e iscar de novo a Taylor.

Assim o fiz e optei por usar um caranguejo mole, e lá fui spinnar mais uns minutos pois o sol estava a por-se... Infelizmente nada tocava, e nem um ataque tive, e fui-me aproximando do acampamento quando vejo a Taylor a dar um pequeno toque, e de seguida mais outro, mas nem liguei... Fui pousar a cana de spinning, e quando olho vejo a linha muito frouxa e aí sim, fiquei logo de alerta.

Rapidamente fui ver a cana e assim que a levantei... dou duas maniveladas e sinto resposta... Estava lá...
Sem dar muita luta, consegui facilmente trazer a menina até terra e assim que a vi na areia comecei a dar cabo da cabeça do Guilherme. Um dourada de bom porte.
Aqui sim começou a pesca, aqui sim passámos a viver o momento.
É nestas alturas que começamos na pirraça uns aos outros, a chamar gradeiro os que nada apanham, e a risota é geral.

Montei logo a segunda cana, a Super Aero Technium BX-G e nesta usei dois anzóis, um com cerca de 50 cm e outro um pouco mais curto com 40 cm. Ambos com 0,35 da Asso, o Fluoro Casting.

Ficámos todos em alerta e cheios de pica, a noite acabara de roubar o lugar ao dia, e a Lua trocou de turno com o Sol... O mar, calmo estava de feição para a captura de algumas douradas...

O cafézinho do Luís Passeiro foi-nos aquecendo a alma, e a mim manteve-e acordado durante aquelas horas, pois eu estava todo roto...

Voltando à pesca quase todos fomos tendo uns toques pequenos, mas nada ferrava, e os iscos voltavam sempre todos comidos, e por mais iscos que usássemos, como o Americano, Cordel, Casulo, Ganso Nacional, e caranguejo, o peixe grande não aparecia...

Já a maré tinha virado, quando levo um toque engraçado na cana e cheguei a trazer o peixe algum tempo até que este se desferrou e foi à sua vida. Pelas sensações era uma dourada já boa...

Uma das minhas canas estava sem starlight e o Guilherme só gozava comigo... E eu a rir dizia, não precisar que já lá ia tirar outro peixe, e ele ria... Agarrei na cana e... eh eh eh. Senti logo que estava ferrado e pelo caminho ele ia engordando e o peixe que me parecia apenas interessante quando levantei a cana, passou a parecer-me grande pelo caminho.
Quando ele me chega aos pés com a sua boca aberta e meio quilo de areia dentro percebi de onde vinha tanto peso...
Por esta altura já estava farto de dar na cabeça na equipa gradeira, eh eh eh! 
E estava na hora de mais um café do Luís que não sei se era do meu sono, mas estava maravilhoso. Bebia cada chávena com um gosto...

Bem, o Luís foi levantar a cana e começo a ver a cana toda dobrada, e fiquei naquela... Seria peixe? Hmmm, se fosse era bem grande... Andou ali uns minutos com muita calma a puxar até que começo a ouvir o Guilherme a exteriorizar o momento... Um granda santola, e cheia, que ele trouxe... Que espectáculo! Agora já dava marisco. Esta pesca estava bem gira...

A maré já ia muito vazia, quando o relógio marcava umas 3 horas e resolvemos arrumar a tralha, até porque a caminhada era longa e eu às 9 tinha que estar a trabalhar...

Pelo caminho passámos por uma espécie de festa trance de praia, com o pessoal do rasta e um Pitbull que perseguiu o Filipe João por entre metros com os donos atrás dele, e nós ao longe a caminhar e a pensar que de seguida éramos nós, lol...

Mas o cão foi agarrado e aquando da nossa passagem foi tudo numa boa... O mais giro foi mesmo, chegar ao inicio da subida com o Filipe João parado e eu dizer-lhe que estava a ver que o cão lhe mordia e ele responder " epa eu estava tão cansado que o cão andava à minha roda e eu nem tinha forças para o enxotar, estava a ver que caía"... O que nos rimos, bem precisávamos pois o caminho para cima, ai só visto... Ao menos está arranjado este ano... Mas foi penoso, as minhas pernas estavam a rebentar... Estou mesmo am péssima forma física. Ando a precisar de tornar à praia.

É que sabem, no meio disto tudo, já me tinha esquecido do que era sofrer... Já nem me lembrava do que é percorrer tantos metros pela praia com aquela tralha toda, não apanhar muito peixe, voltar todo roto, e no final, chamem-me o que quiserem, sentir-me completo, como um puto a quem lhe deram um brinquedo.

A essência que sinto é aquela... E sempre foi!




Material:
Canas: Yuki Taylor X6; Shimano Super Aero Technium BX-G; Vega Potenza Hybrid; Vega Millenium; NBS/Banax Steel Power
Carretos: Shimano aero tecnhnium XSB; Aero Technium XT; Power aero spin Power; Super Ulterga; Ultegra XSA
Linhas: Asso Fluorocasting, Falcon Prestige, Sufix 100% fluorocarbono
Iscos: Americano; Cordel; Casulo; Ganso; Caranguejo mole e dois cascos.

Filipepc, Filipe João, Guilherme, Luís Passeiro.

7 comentários:

  1. sempre com excelentes relatos parabéns a todos.

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  2. Olha para eles os meus caros amigos.
    O surfcasting não anda grande coisa mas o sr. Filipe sempre apanha umas douradinhas de jeito.

    Um abraço!
    joaonumberone

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  3. És cá dos meus!

    É que é mesmo isso, no final de uma jornada, na qual ainda vamos trabalhar o dia todo, uma pessoa mesmo com pouco pescado ou nenhum, sente-se mesmo bem... :)

    Bem ao menos ainda houve mariscada e uma burrinha, já não foi mau, com esta crise que anda ai...

    Abraço

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  4. Epá, ó Filipe, se fosse sofrer por estares a trabalhar ... agora a apanhar uns peixinhos ainda te queixas ? ahahahah
    Mais um excelente relato e bons peixes. ;)
    Abraço

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  5. Ola Filipe, mais um bom relato, o arião é duro, eu tenho esse tipo de praia a porta de casa, e é raro ir lá, lllooolllll, mas da um gozo do caraças,lllolll, um abraço ´e força ai nessas jornadas.

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  6. Pois é amigo filipe para tudo na vida é preciso sacrifiçio,mas para alguém que pode apanhar peixe aqui a "porta de casa"e que vai para tão longe para usufruir da companhia de grandes e bons amigos sabendo o sofrimento que este tipo de pesca é...............sim senhor é mesmo de amigo,grande abraço.

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  7. Boas Filipe! A tua alma de pescador é enorme amigo! Se era disso que tinhas saudades, nada melhor que realmente ir lá e desfrutar de todos os momentos agradáveis. Parabéns pela jornada!

    Aquele abraço, Luis Ramalho

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