Era dia de voltar ao pesqueiro dos recordes, tanto para mim como para o Palma. As previsões não eram as melhores em todos os sentidos. O vento tinha virado intensamente para Oeste o que fazia crescer a vaga e dificultava o trabalhar das amostras. A chuva ia ser muita, períodos grandes e sem piedade de quem se queria divertir a pescar. A juntar a isso, a maré também já não era a mesma mas a vontade de lá voltar era mais forte que tudo.
Era dia de sair bem equipado, eu e o Palma ia-mos artilhados até aos dentes por forma a ser possível pescar se as condições previstas se confirmassem. No entanto ainda era possível ver zonas do céu com abertas e onde se podia ver o sol a espaços, foi sol de pouca dura.
Ao chegar ao local combinado para por o barco a flutuar era visível pela intensidade do vento, que o dia is ser complicado, como o Palma dizia " hoje vão estar poucos a pescar" realmente era dia para ficar em casa no descanso do lar. Motivados pelas pescarias anteriores não era o mau tempo que is estragar a festa embora o mar podia não deixar lá andar.
Já bem equipados e com o Scookie na água, era hora de nos fazer-mos à "estrada" e ao sair a baía deu para perceber que a água estava muito mexida e que muitos saltos se iam dar. Chegados ao pesqueiro, era hora de planear os caminhos a percorrer e colocar as amostras a pescar. O vento estava chato mas não caía chuva de maior, umas pingas só para refrescar, o peixe é que teimava em não aparecer. Umas quantas voltas dadas e não havia sinal de actividade no local, a sonda estava a zeros e nem um peixe marcava. Mais uma tentativas e era hora de acostar para beber um café, não há peixe, arranja-se uns dedos de conversa em terra e fica a cargo do café aquecer o estômago. Ainda no café foi possível sentir as condições atmosféricas que se previam, começa a cair uma carga de água que nos fez ficar mais uns minutos a fumar um cigarrito e a falar com um amigo do Palma, de longa data, que apareceu e se juntou à mesa para confraternizar. A chuva caía com alguma intensidade mas a vontade de voltar ao pesqueiro era muita e em poucos minutos o Barco já se fazia, novamente à "estrada". Caía muita chuva, e o vento começava a fazer-se sentir de uma forma que até custava a ver. Como estávamos a sair de uma zona que se encontrava à ravessa do vento, vai de acelerar um pouco mas rapidamente deu para perceber que a partir dali o caminho tinha de ser feito com mais calma, a água começava a cavar de uma maneiro considerável para o local. Já no pesqueiro, vai de colocar as amostras de molho mas era notório que não ia ser fácil pescar, a minha amostra chegava a saltar da água de uma maneira que só a conseguia por a pescar com a cana na mão fazendo movimentos de forma a ajudar a afundar a amostra. Fui obrigado a trocar de isco e escolher um plástico de maior dimensão, que pudesse agarrar melhor.
Enquanto eu tratava de mudar de táctica, o Palma mantinha a mesma amostra e ... ora ai estava o carreto do amigo a cantar já com alguma vontade, era um Robalo de porte considerável, premiava a persistência de querer pescar em dia de ficar em casa. Peixe trabalhado com calma e o xalavar tratou do resto, estava no barco o primeiro peixe, já eram perto da 13 horas e andava perto dos 2 quilos. A água começava a ganhar mais corpo, cavava mais e começava a ser mais complicado pescar contra o vento e com a maré a começar a virar. Passava mais algum tempo sem sentir peixe na amostra mas a sonda já mostrava um pouco mais de actividade e como costumamos sempre dizer, este não deve andar lá sozinho. Mais umas passagens e nem um toque, a pesca estava a ser dura, chuva nos queixos enquanto o barco anda aos "saltos" de onda para onda mas ainda era possível pescar, prova disso é notada na cana do Palma com mais um arranque fenomenal, "este é dos bons" dizia o Palma enquanto soltava, na brincadeira, que esta pesca era para os duros. O peixe continuava a dar trabalho enquanto eu espero, já com a minha amostra fora de água, para não empatar e de xalavar em punho para o que desse e viesse. Era um belo robalo que se deixava ver mas que não se queria entregar assim, vai de se afastar novamente do barco com uma grande arrancada. O palma estava novamente metido em trabalhos com o peixe enquanto dizia ser possível voltar a bater o seu recorde em menos de nada. Dava gosto ver as cabeçadas que faziam vergar a cana do Palma mas já começava a mostrar sinais de cansaço, já era possível recuperar uns bons metros de linha e voltar a ver o peixe de novo. O xalavar do Palma é relativamente pequeno, compra um maior pá eheheh, o que obriga a ter alguma calma a utilizar, correndo o risco de não conseguir colocar o peixe à primeira, já tinha acontecido anteriormente mas não se podia repetir pois tratava-se de um peixe de tamanho muito considerável, e depois de mais duas ou três cabeçadas já muito perto do barco e o peixe está a seco, 5,400kg de robalo que até apetecia.
O tempo ia passando e eu continuava em branco, já muito contente com a pescaria a bordo mas também queria brincar um bocadinho agarrado a um peixe. O tempo ia piorando, e as condições para se pescar começavam a escassear, não é que houvesse perigo na área mas o corpo já começava a mostrar sinais de querer sentir terra e um bom café. Depois de se apanhar um peixe destas dimensões é difícil abandonar o locar logo de seguida, já se fazia tarde mas ainda tinha-mos forças para fazer mais umas passagens aos saltos entre ondas. "Mais 3 passagens e arrancamos" dizia o palma, sem muita vontade mas... o dia estava realmente difícil e estava mesmo complicado andar a bater onda e ainda levar com as ondas que as embarcações de maior porte, que passam por ali, levantam. Eu aproveitava os últimos cartuchos para trocar de amostra, agora ia uma que tinha comprado no dia anterior e lhe tinha feito uma pintas pretas no lombo, coisa mais linda, e não é que resultou... passados poucos segundos de entrar na água, é caneco, este canta bem, era a minha hora de segurar a cana e aproveitar a minha oportunidade, era o primeiro toque que estava a sentir e não podia vacilar. Ao pegar na cana dá para perceber que se tratava de um peixe grande, as saídas eram fortes o que indiciava peixe de porte. Era a minha vez de dizer, Palma este é para eu bater o recorde. Depois de um momento de muita adrenalina de volta do peixe, chuva em cima e o barco aos saltos, era dose. Mas estava destinado a fazer companhia ao pescado que se encontrava a bordo e a fazer com que voltasse a bater o meu recorde, marcava 4 quilos de robalo que me deram um prazer enorme pescar, muito fixe.
Obrigado amigo palma por insistires em mais estas passagens, eu já não acreditava muito embora não tenha deixado de tentar, daí a sorte ter ajudado a deixar a grade no local. Era hora de voltar e ainda havia o caminho a fazer, embora relativamente curto, seria feito contra o vento e à cabeçada a tudo o que era carneiro, mas o Scookie levanta a proa e vai de gás até ao caís, onde somos esperados com simpatia e amizade pelos meus parceiros de trabalho que nos receberam com um café que até estalou.
Fica uma pescaria difícil mas muito recompensadora, a persistência levou ao troféu, e eu tinha acabado de bater novo recorde, ehehehe o Palma, mais do mesmo, parece que escolhe os tarolos a dedo, é cada um que vai lá vai..
Robalos do Palma, de salientar o de 5,400 kg |
O meu actual recorde, 4 kg |
Eles andam ai... |
Espero, dentro em breve, estar lá de novo antes que os robalos grandes voltem ao mar.
Grande abraço para todos e em especial para os amigos Carlos e Natacha que nos receberam no cais com a simpatia e amizade que os caracterizam. Ainda serviram mais um café quentinho e nos ajudaram a tirar umas fotos para que fosse possível ilustrar este relato, obrigado.
Nuno Fernandes e Ricardo Palma
Parabéns pela captura e pela quebra de record.
ResponderEliminarAgora a fasquia subiu, tens que lá ir para tirar o a seguir.
Abraço
Belos ;)))))
ResponderEliminarBelos peixes! Parece que eles andam aí em força e vocês não lhes têm dado tréguas, mesmoc om condições menso convidativas!
ResponderEliminarparabéns e grande abraço para todos Os Pescas! ;)
Belos exemplares. Parabéns aos dois, e espero de futuro ver muitos mais. Abraço.
ResponderEliminarFilipe.
Belos exemplares. Parabéns aos dois, e espero de futuro ver muitos mais. Abraço.
ResponderEliminarFilipe.
Parabéns aos 2 aventureiros por mais uma grande faina com grandes peixes, assim vale a pena andar ao vento e à chuva.
ResponderEliminarAbraços e continuação de grandes lances
Sim, este dia só foi possível de acontecer a pescar pela persistência de tentar a sorte. Lá continuar com estas condições, só mesmo o gosto pela pesca e de estar na água, sempre com a fé de que o carreto vai cantar. Obrigado pela atenção, a todos um abraço.
ResponderEliminarNuno Fernandes