Embarcada em dia de muito frio e pouco peixe

Já se começa a tornar um habito estas nossas pescas embarcadas. Uma equipa que está a nascer com vontade de dar seguimento a estas saídas mensais. Geralmente marcamos mensal porque a troika não deixa que o pessoal vá mais vezes. Estamos a falar de uma pesca que se torna um pouco cara na medida em que gastamos, em media, 60 euritos nesta brincadeira que tão bem nos sabe a todos. 

Como são marcadas com alguma antecedência, ninguém previa apanhar as temperaturas que se tem sentido nestes últimos dias, frio do caraças que até faz zunir as orelhas. O pessoal estava todo avisado para levar a manta porque a coisa ia estar agreste. Da mesma forma que não controlamos o frio, também é complicado controlar o vento e até ai temos apanhado vento com fartura o que tem feito com que o rumo, nestas ultimas pescarias, tenha sido a sul de Sesimbra.

 O pessoal, apesar do muito frio que se sentia às 5 horas da marina, levava aquela vontade do costume e a esta hora só o café que se serve nas bombas poderia aquecer estas almas pescadoras, só uns malucos disfarçados de pescadores poderiam estar com tanta vontade de ir para o meio do mar num dia como este mas, "siga para bingo". A deslocação para Sesimbra é sempre feita a por a escrita em dia, o pessoal gosta de estar junto apesar de nos encontrar-mos só na pesca, dá para sentir que nos juntamos não só para ir à pesca mas sim passar um grande dia entre amigos a pescar. Hoje havia mais um ponto de interesse, ehehehe parece que o Porto tinha perdido e existia a possibilidade do Sporting e o Benfica poderem ascender ao primeiro lugar, ehehehehe com esta malta até com o futebol dá para brincar mas com um senão, eu era o único Sportinguista a bordo onde os restantes amigos pertenciam ao outro clube que vos tinha falado, irra que são mais que muitos.

São 6 Horas e o pessoal está a acabar de embarcar, cumprimentamos o Fernando e o João, esta boa gente é responsável por levar e trazer estas relíquias a um dia de pesca. A embarcação MT é o Thalassa, um barco em que nos sentimos em casa, literalmente. Ainda existia um longo caminho a percorrer, eram prevista uma hora e meia de caminho onde o escuro se cruzava com um vento frio de rachar misturado com uma carneirada que levantava água para que se quisesse arriscar a passear pelo poço da embarcação. ainda deu para um ou outro experimentarem os fatos de pesca que levavam de novo. Até o mestre Fernando dizia para mim, "vocês não batem bem pá, para me estarem a fazer vir para aqui com este tempo, ehehehe estou desconfiado que só esta equipa fantástica conseguia tirar o mestre do ninho.

O dia já tinha nascido e nós, já com o Thalassa a esticar o cabo, preparávamos os últimos detalhes para dar inicio a esta pesca de eu adoro fazer, gosto mesmo de estar ao largo e estes momentos são fundamentais para o nosso equilíbrio emocional. O pesqueiro é conhecido pela "Pedra dos Safios" e já nos tinha dado bom peixe. O vento não era o melhor mas nós acreditamos sempre que ao largo isso não tem grande importância e vai de jogar as pitas para dentro de águas para ver como andam as modas. Era-mos 7 pescadores e 1 pescadora a tentar perceber o que andava no fundo mas parece que a coisa estava parada, não se sentiam toques de relevo o que a andar lá qualquer coisa devia comer de faca e garfo.

O tempo passava e eram poucos os peixes que se sentiam a bordo, a determinada altura só que apanhava peixe quem tinha olho de lince, a coisa estava mesmo difícil, muita gente sem peixe ao fim de uma ou 2 horas de pesca não davam um bom sinal de que existia peixe na área. Só umas pequenas Choupas a bordo e nem sinal de mais viva alma no fundo o que fez com que se levanta-se o ferro e siga outro rumo que por aqui só mesmo frio para enrijar a malta visto que na maioria do tempo a isca ia e vinha como se isso fosse possível nesta pesca. 

 O destino agora era o norte da vereda, esse pesqueiro tão conhecido pelas douradas que reserva aos mais persistentes. Começas então a serem sentidos alguns toques mas o peixe andava a comer com muita descrição, os sinais eram difíceis de reconhecer o que dificultava a ferragem. Dediquei muita atenção à coisa e começo a ferrar peixe, começas por aparecer um Besugos jeitosos e umas Safias, fazia tempo que não via estas ultimas. Tinha dado com o buraco visto que o restante pessoal não estava a conseguir ferrar peixe e eu lá me ia safando a cada vez que o ferro descia. Sou contemplado com uma Dourada e a actividade começa a descer até que voltamos ao mesmo, pouca actividade no pesqueiro e a hora do almoço começava a chegar. Não estava nada fácil este dia de pesca no que a peixe diz respeito, havia pessoal que ainda só tinha um ou dois peixes no balde por isso tinha-mos de tentar reverter esta situação.

 Os tempos mortos deram para tudo, Comer beber e dormir, ehehehehehe O ninja a beber uma coca-cola e o Cenoura a passar pelas brasas

 Como o pessoal está sempre em sintonia, rapidamente decidimos voltar a trocar de pesqueiro, não se podia deixar passar o tempo sem procurar um local com mais actividade mas reconheço que as ferragens também estava a ser muito difíceis o que está certamente ligado à temperatura das águas. O mestre decide arrancar mais para sul  e um pouco mais fundo mas a aguagem era tanta que o ferro não ficava encostado ao fundo. Nem 5 minutos tinham passado e vai de arrancar novamente para norte, este trabalho todo também ajudou a aquecer. 

Novamente a norte da Vereda e começamos a sentir peixe, o PjPescador começa por tirar uma tripla de Safias, todas de bom porte. Era hora de arriscar tudo já que tínhamos aproveitado as viagens de pesqueiro em pesqueiro para comer, o peixe andava lá e todos conseguiram apanhar. Belas Sabias que o Nuno Palhinhas apanhou, eu também consegui ferrar umas quantas, gordas como tudo. A Começa a malhar nos peixes de uma maneira que o pessoal teve de se render à grande pescadora que temos no grupo. Começa com umas Safias muito boas e de repente lá vem o Parguete da ordem, estava cá fora o vermelhinho que tanto gostamos. Este ultimo pesqueiro ainda conseguiu anular um pouco a dureza deste dia, muito pouco peixe onde alguns consideraram um dos dias de menos peixe que tiveram mas nem por isso deixaram de passar um dia bacano e onde mais uma vez ficou combinada mais uma saída para o mar. Era hora de regressar a bom porto e ainda tinha-mos de beber o café da ordem em terra, esse não pode faltar. 

Pelo caminho ainda foi possível  tirar umas fotos a alguns dos peixes que fomos brindados nesta pescaria.

Fica a foto de alguns dos participantes nesta pescaria, tem se criado um grupo muito unido, dá para ver pela entreajuda no decorrer da pescaria, dá gosto estar perto desta boa gente. Fica só o desejo de que em breve estaremos todos juntos novamente a fazer uma actividade que tanto gostamos como de bem nos faz.

Um grande abraço pessoal,

Nuno Fernandes, Pedro Pereira e este maravilhoso grupo de "companheiros de faina"