quarta-feira, 26 de abril de 2017

( SURFCASTING) A FUGA À GRADE NO MECO COM MAR CHÃO!!!

Boas.


                             

O mar chão tem vindo para ficar e tem sido cada vez mais complicado fazer escolhas certas. Pescar na costa Oeste principalmente na Margem Sul é um desencanto. Primeiro porque a pesca profissional assola a costa toda e não nos deixa muito por onde pescar e depois porque a quase nula movimentação de areias e fundos não atrai os peixes suficientemente até junto da costa.

O vício é grande e a vontade de ir a pesca era tanta que resolvi mais o Nuno darmos um salto ao Meco para fazermos 4 horitas.


Se já tínhamos ideia que o mar ia estar parado, ao chegar damos com uma chão, tão parado que olhámos um para o outro e até comentámos que seria grade para a tabela GANG.

Chegámos perto do anoitecer e foi só preparar tudo para começar a pescaria. Canas montadas o Nuno ficou mais a esquerda. A primeira hora foi como a segunda, lol... um deserto de peixe e de ideias. Às vezes realmente somos culpados das nossas grades! Já vão perceber e já vou explicar a ideia.

Estava na conversa com o Nuno a comentar que era grade e só nos ríamos mas ao mesmo tempo com alguma ideia de fazer algo que mudasse o cenário que se estava a criar...

Uma das coisas que estava a acontecer era que os estralhos vinham direitos e aqui fica a dica e a ideia para quem lê. Quando um estralho vem constantemente direito é porque está a trabalhar ou demasiado parado, e se não temos actividade então podemos alargar o comprimento do estralho. A melhor forma de pescar é quase sempre no limite do risco ou seja encontrar o ponto onde o estralho deixa de trabalhar para começar a enrolar. Muitas vezes estamos tão presos ao básico e ao cenário óbvio que nem se tenta nada. É a conversa do costume:

- " não há peixe, não anda aqui nada".

Não deixa de por vezes ser verdade. Os timmings dos peixes ou as suas rotas nem sempre conseguimos saber e na realidade essa incerteza é que faz de toda a pesca algo mágico. O procurar mais e mais em termos de conhecimento num mundo muito complexo e com muitas incertezas transforma este desporto em algo magistral.





Bem, a nossa contenda gradeira foi apesar de tudo interrompida já perto da baixa-mar com um safio pelo Nuno. Sendo peixe com pouco interesse para nós, para a TABELA GANG conta e por norma dá uma boa pontuação pelo que digamos que foi recolhido com alegria pelo Nuno.





Bem, mais uma hora passou e nada...  E já estava perto da hora que tínhamos decidido ir embora pois era só para matar o vício e comecei a ficar inqueito. Nã queria nada gradar! E aqui começam as artimanhas, ou seja a cabeça começa a pensar... Comecei a fazer uma rabeira para uma cana e noutra aumentei os estralhos a 3/4 metros. O Nuno fez igual e fomos a procura da sorte.

Logo no primeiro lançamento saco um sargo jeitoso, troco só o isco e pimba, em 5 min. novamente linha direita e uma grande baila de 700/800 gramas. O Nuno idem aspas, saca uma boa baila e outro sargo. De seguida ele saca um robalo já com medida GANG ( + 42 CM. ). peixe acima de quilo e ficámos bem satisfeitos. Lançamento a seguir e pimba, linha direita e novamente um sargo. O Nuno saca igualmente outro, e ali em meia hora aquilo que parecia grade transformou se no que eu chamaria aos "mínimos" aceitáveis para o que pretendemos quando vamos a pesca...

Finalmente o raio da rabeira enrolou se e já não perdi tempo e fiz só um estralho de 4 metros e lancei. Ainda saquei outra boa baila assim como o Nuno. O mar esse com a maré muito baixa fazia carneirinhos junto aos bancos de areia a nossa frente o que a meu ver ajudou pois movimentou areias.

A pesca parecia que naquela toada morna poderia dar uns peixes durante o dia, mas... a decisão estava tomada e não íamos fazer a noite toda, pelo que arrumámos a tralha e fomos embora de sorriso nos lábios. Não porque tenha sido alguma pescaria de especial, nada disso, mas porque num dia daqueles, tão mau, mas tão mau, conseguimos enganar a grade. É daqueles dias que te sentes bem contigo e com o que lutas te pelos resultados.

Não tirámos foto ao peixe no final todo junto, mas eu sempre tirei algumas a ele quando ia apanhando pelo que dá para a reportagem.

Sabem, focomo me muito nesse aspecto quando vos escrevo. Muitas grades, ou más pescas são culpa da nossa incapacidade de entender o que o mar precisa para se obter algum resultado. E quanto mais parado o mar está mais largo devemos pescar e com estralhos mais compridos, procurando o limite do possível.

Fica apesar disto uma dica para lançarem com estralhos compridos. Nunca o façam a toa, com o estralho caído simplesmente na areia. Limpei a área bem, e estiquem a mão e for preciso o estralho para sair direito no lançamento. Dessa forma ele cai na água a trabalhar na plenitude e evitam eventuais enrolanços.

Malta, foi pouco, mas foi com esforço os resultados que conseguimos. Em breve voltamos lá, porque é o que gostamos de fazer...









MATERIAL:

CANAS: VEGA POTENZAELITE HYBRID, CINNETIC BLACK STAR ST, DAIWA CAST IZM HYBRID, DAIWA TOURNAMENT Z( 2 ), BARROS SURF TEAM XT

CARRETOS: SHIMANO BULL´S EYE 9100 ( 6)

LINHAS: CINNETIC SKY LINE, YUKI KENTA, SUFIX 100% FLUOROCARBONO, SEAGUAR ACE

ISCOS: CHOCO FRESCO, CASULO, AMERICANO



FILIPEPC, NUNO C.

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