Boas pessoal,
Este é um dos posts que mais gozo me vai dar escrever de sempre. Porquê?
Bem porque nesta pesca conseguimos apanhar peixe em todos os tipos de pesca que realizámos, com todas as técnicas que experimentámos, e porque fomos rápidos a pensar, pragmáticos. Tivemos sorte, mas fizemos um pouco por isso, e obviamente esse aspecto deixa-nos felizes.
Nem sempre conseguimos ser dinâmicos, encontrar respostas, talvez os pescadores julguem sempre que o peixe não está lá quando não dá nada, talvez até por vezes seja assim, mas numa pesca em que estamos de barco, temos que ser "reguilas", temos que ser pro activos, temos que pensar de que forma podemos minimizar pescas complicadas, e por tudo isto desta vim realizado, satisfeito por ter tudo corrido bem.
Temos muito, mas muito que aprender, a pesca realmente torna-se fascinante cada vez que começamos a dominar um pouquito de cada técnica, e parece que cada vez que se domina algo, aparece outra forma de pescar, ou outros componentes dispostos a melhorar ou por vezes baralhar todos os conceitos, todas as aprendizagens que tivemos na vida. Pesco há 27 anos e sinto isso.
Para mim já estava um pouco esfumado da minha memória alguns conceitos que usei faz muitos anos nas pescas do estuário do rio Tejo, juntando a isto a introdução dos "plásticos" na pesca, e a alguma falta de espaço do barco, a aprendizagem, ou (re)aprendizagem tem sido progressiva e feita à medida do possível.
Agravando isto tudo, o querer ir " a todas", obriga-nos a dividir as energias e demorar a reter conceitos. Mas acreditem que sou meticuloso, e que tento ir ao mais ínfimo pormenor. Não venho da pesca a dizer sempre não dá nada, a refilar com a chuva, com o vento, com o mar, etc.
Eu perco tempo a pensar nos porquês. Penso e tento retirar de lá qualquer coisa, qualquer aspecto que me permita melhorar. Nem sempre consigo, por vezes julgo que é impossível e nas pescas de terra ainda mais. Estamos limitados. Mas de barco não estamos e temos que lutar mais do que por vezes fazemos. Por vezes é comodismo apenas, relaxamento.
Antes de passar ao relato, quero agradecer a alguns companheiros que connosco se cruzaram durante esta jornada nos seus barcos, o Paulo, grande ser humano que ainda nos deu uns caranguejos pelados, e o Vítor e o Pai dele, que são sempre amigos de ajudar.
Também quero agradecer a uma pessoa que um dia destes me encontrou numa loja da modalidade, e foi fenomenal, e que até me foi posteriormente apresentar a casa dele, mostrando-me materiais, técnicas, trocámos ideias, enfim... Obrigado( não digo o teu nome pois podes não autorizar). Quero que saibas que usei alguns dos teus conceitos e ;). Não o fiz propositadamente, fi-lo inconscientemente, mas agora entendo que o fiz porque o meu inconsciente sabia que algures, algo ou alguém me tinham ensinado como o fazer. Se fui rápido, se fui inteligente naquele momento foi porque recordei mesmo sem o saber aquilo que me mostras-te.
Desta este título saíu-me facilmente... O que andamos a fazer? A caçar predadores... Qual é o animal mais destruidor, mais frio, que por onde passa, mais estragos causa? Sim somos nós seres humanos.
Era o que o Allien fazia nos fantásticos filmes que vi quando era adolescente. Os predadores caçavam presas, os Alliens caçavam tudo! Neste dia por termos feito tantas pescas, fomos uns Alliens.
Vamos então ao Relato de Allien VS Predador!
" Filipe, daqui a dois dias o Windguru marca grandes dias de pesca para os nossos gostos, mar calmo até meio da tarde, sem vento, o calor já menos activo... Que dizes? Vamos?" E foi assim que tudo começou, com esta frase em forma de questão que o Palma me convenceu a ir ao mar...
Bem e como sabem a pesca anterior tinha sido prometedora, logo, a pica estava lá!
Excitado, mal dormi nessa noite... Deitei-me era uma da manhã, acordei às três e quinze e já não consegui dormir. Olhava para o tecto, dava voltas na cama, mas não dava para dormir mais.
Quando cheguei ao pé do Palma já ele estava com o barco na rua à minha espera. Cheira-me que ele também deve dormir pouco nestes dias.
Estava aquele lusco-fusco quando entrámos na água, estava quente... Bom prenúncio aqui na zona, com tantos anos que levo à pesca já sei que as águas "chocas", mornas mesmo, são óptimas.
Rapidamente fomos até ao pesqueiro, a pesca que tínhamos programado fazer seria a das corvinas, com choco fresco. Ao fundo obviamente.
Bem, chegados lá... Fundeámos aos 11 metros, a maré estava perto da Baixa-Mar.
Canas rapidamente montadas, chumbadas entre 140 e 200 gramas, estralhos 0,50mm de Fluorocarbono com cerca de 2 metros, anzóis 3/0 a 6/0, e iscadas generosas de choco fresco. Só podia dar festa!
Porquê este peso de chumbo?
Para se pescar um pouco mais do que a natureza permite. O motivo pelo qual a maioria das corvinas são capturadas nas paragens das marés não passa somente por não andarem eventualmente lá. Passa pelas fortes correntes do rio. Os peixes não se conseguem alimentar à vontade devido a estas, e nós não conseguimos manter as pescas paradas. Desta forma resta sempre esperar pelos momentos em que a maré vira, e durante essa primeira hora, hora e meia pescar. Nessa altura com a maré mais tranquila, elas atacam loucas a comida, ainda por mais o choco fresco, comida que existe em abundância por esta altura do ano aqui na zona.
O dia esse estava excelente, desta feita o Windguru acertou em cheio. Mar espelhado, como tanto eu gosto...
Numa das canas o Palma usou um choco fresco inteiro já de boas proporções, por entre um estralho de dois anzóis, com um deles a correr... Por precaução e porque o ando a avisar para eventuais dissabores, ele prendeu essa cana com um fio de aço. Doí só de imaginar o Stella PG a voar do barco... Nesta pesca faz-se poucos lançamentos é uma espécie de surfcasting vertical. Só com muita actividade se faz muitos lançamentos. E com este tipo de isco, menos se faz. Ele suporta as investidas do peixe mais miúdo.
Rapidamente tive o 1º toque... Rapidamente o Palma teve também toques... E rapidamente as nossas canas ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
É fenomenal sentir estes...............................................ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ. Bem já chega, já entenderam, lol, CORVINAS... Peixe bruto, de arranques rápidos e dinâmicos, simplesmente adoro. Dá uma picaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
É fenomenal sentir estes...............................................ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
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Bem corvinas dentro do barco, iscadas renovadas e torna a tentar, e... lol, ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, mais uma um pouco menor, mas já engraçada tirada pelo Palma como podem ver.
Estávamos nós já relaxados quando começamos a ver a cana do Palma a andar lentamente... O drag não disparou, simplesmente se movia devagarinho e ao contrário da pouca corrente que se fazia sentir. O Palma estava intrigado, mas eu aconselhei-o a não mexer a ver se o peixe ferrava e atacava a isca com mais vontade... Esta decisão desta não surtiu efeitos e quando retiramos a cana, a iscada estava desfeita, e como de costume a cabeça do choco toda comida. É que as corvinas procuram as cabeças do choco. Quando iscarem recordem-se disso. Não significa que não apanhem com uma iscada normal, com uma tira, mas experimentem inovar, experimentem, mesmo que não tenham cabeças de choco, "inventar" uma. Façam com a tesoura "desenhos". Construam uma cabeça. Mais facilmente vão ter resultados.
Uma iscada para bichos grandes! |
Bem restava tornar a iscar e rezar para ir lá um bicho de bom porte...
Eram cerca das 9.30 da manhã quando demos por terminada esta pesca. E agora? HMMMM, Corricar, vinilar, ou pescar ao fundo em zonas menos profundas?
Como a maré não era de correr muito o aproveitamento podia ser de perto de 4 horas, duas antes e duas depois da paragem, logo, sabíamos que a maré virava às 14h, e portanto a partir do meio dia e tal já se podia voltar a pescar ao fundo.
Bem a maré estava a encher... Corricar? Decidimos não o fazer e guardar esta parte para a Vazante, e ir só ver de um cabeço onde costuma dar umas douradas. Não tinha as montagens para a dourada, mas epa, como tinha uns iscos antigos e alguns caranguejos que não usámos, e como o mar estava de feição para elas, decidimos tentar... Chegados ao cabeço, escolhemos o local que normalmente gostamos e fundeámos a 2,5 mt. de fundo.
Sem chumbadas de pêra já sabia que ia ser muito complicado não prender as montagens. Naquela zona que se trata de mantos de cascas de Ostras, as chumbadas que melhor funcionam são em forma de pêra ou balão! Estralhos de 0,40mm( não tínhamos menos) e olhem, foi tentar a sorte, e acima de tudo fazer uma prospecção para futuras investidas.
Rapidamente o peixe miúdo atacou... Resolvi trocar de lado, e obtive um belíssimo toque mas o peixe desferrou. Sabia que se tratava de dourada. Passados uns minutos o Palma leva uma boa cabeçada, e ferra uma. Lá estava a primeira Dourada, já de bom porte, a rondar as 700/800 gramas. Foi bom ver que elas andam por aquele spot! Eu faço logo de seguida um DOBLETE, com uma dourada e um alcorraz, e ainda fizemos mais uns 2 lançamentos, sempre com toques, mas a hora aproximava-se do momento que tanto esperávamos e levantámos ferros e fomos para a mesma zona, em busca da Corvina mutante que procuramos!
Num instante chegámos ao local e fundeámos, desta feita mais fundo, cerca dos 12 a 13 metros. Fizemos uma paragem para o almoço, e para beber um pouco de água, e sorrimos. A fé estava lá!
Continua, parte II
Eu devia estar a trabalhar... pois devia...
ResponderEliminarMas este relato está excelente, dá gosto ler de ponta a ponta, até dá para sentir que lá estamos, morei tantos anos em Lisboa e nunca fui ás Corvinas agora que estou no Porto é que me arrependo.
Boas pescas
Belo relato!
ResponderEliminarAinda não tive oportunidade de pescar uma maravilha dessas, mas pelo que leio e vejo deve dar uma pica desmarcada. Parabéns e que venham mais e boas....
De facto, eu também às vezes começo a pensar, o que é que se pode fazer para melhorar os nossos dias de faina e vejo-me a pensar que existem tantas hipóteses e variáveis nas quais podemos conjugar, que nem que leve chibo, venho logo a pensar noutro tipo de montagem e iscagem de forma que possa ter sucesso.
Abraço
Que bem que sabe ler estes vossos relatos! Seja pelos peixes, pela forma apaixonada que escrevem, ou pela muita informação que sempre partilham...
ResponderEliminarFico a aguardar a parte II mas penso que já sei o que aívem!
Grande abraço Amigos!
Boas pessoal,
ResponderEliminarOs vossos relatos de pesca são fenomenais, grande leitura do mar e das varias alturas para mudanças de tipos de pescas, grandes peixes, mas vamos ver como acaba a história!!! Fica a curiosidade!!!
Abraços
Bem amigos vocês andam a dar-lhe à grande. Muitos parabéns, fiquei desejoso de ler a parte2. O relato está fantástico. Abraço, Paulo.
ResponderEliminarMuitos parabéns pelo relato, és realmente um pescador escritor.
ResponderEliminarÉ um espectáculo ler o que escreves e a forma como escreves.
Parabéns a ambos, um abraço e até Sábado amigo.
Rui C.
Belo relato.. muito elucidativo e didático.. de facto confirma-se o que o Zé Pedro me disse relativamente aos ensinamentos que os vossos relatos transparecem.
ResponderEliminarVenham daí os mutantes que também fazem parte desta saga: "Allien vs Predator"
Abraço
Não à palavras Filipe e Palma,excelente relato!
ResponderEliminarAproveitem enquanto andem ai..........Parabéns pela boa maré :)
Abração
Urubu
Olá João Pinto, obrigado.
ResponderEliminarMas olha que devias experimentar, vale a pena. São animais qu dão muita luta. Abraço.
Olá Manel, o nosso pensamento muitas vezes fixa-se apenas no que está habituado e esquece-se de tentar cenas novas a cada pesca. A meu ver é um erro.
ResponderEliminarAbraço.
Olá Zé Pedro obrigado amigo, um grande abraço.
ResponderEliminarOlá Pedro, ainda bem que gostas, são feitos com muita dedicação. Um grande abraço.
ResponderEliminarOlá Paulo, fico feliz que tenhas gostado. Abraço.
ResponderEliminarOlá Rui, a gente vê-se Sábado, grande abraço.
ResponderEliminarOlá Sérgão... Um grande abraço e obrigado.
ResponderEliminarOlá Rui, tive pena que não viesses. Um grande abraço e obrigado.
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