Bem voltemos à segunda parte do relato...
A fé estava mesmo lá... Afinal de contas a manhã havia sido proveitosa e tínhamos dado com peixe...
Por entre algumas dúvidas no sitio em que fundeámos pois eu dizia ao Palma que estávamos mal, que era mais para a esquerda, lololol, lá decidimos tentar por ali...
Iscadas sempre muito generosas, estralhos sempre muito compridos e pimba, lá para dentro. Cada um escolheu um lado e tentámos garantir que estávamos a sondar bem a zona.
Logo passados poucos minutos levo a primeira pancada, pequena, muito tímida, mas que me deixou expectante. Como não continuou resolvi tirar a cana e procurar ver se tinha lá o isco... Pois, estava lá quase todo, com excepção da cabeça do choco... Torno a iscar, com a cabeça para baixo caída pelo anzol, e pimba...
Mais uns minutos e mais um toque, a cana do Palma igual, agarrava na cana e sentia na perfeição, tentava ferrá-los e nada...
Charrocos? Hmmm, na... O charroco com aquela boca acabava por ficar, como não ficava, só via uma hipótese. Robalo não seria que ferra, dourada, podia ser, mas ali era pouco provável, peixe miúdo não era, logo só podiam ser pequenas rabetas.
Bem iscadas dentro, iscadas fora, sempre com o detalhe da cabeça desenhada, e cada vez que lá caía, eram toques atrás de toques. Chiça, assim não dá.
Comecei a dialogar com o Palma, a ver se arranjávamos solução, pois assim estávamos a hipotecar a pesca... mas sair dali, epa, com tão pouco tempo em que se faz esta pesca, acaba por ser parvoíce, dar um bocado de cabo, chegar mais à frente ou mais atrás ainda pode ser solução, de resto a meu ver não compensa...
Mesmo mais uns metros a frente, mantinha-se o mesmo. peixe sempre a picar, coitados por entre tanto isco nem ferravam, até que com as canas na mão lá se ferraram as sacanas, bem pequenas, corvinas de umas 300 gramas. Enfim, mudei de montagem a ver se fugia mais delas, ou se pelo menos elas a viam menos, diminui o tamanho do estralho a ver se ele estabilizava e mexia menos. Normalmente procuro fazer o contrário, mas ali... Bem troquei de isco... A ver se elas não comiam o caranguejo...
Lancei, e passados segundos, outra pancada, vejo logo que está ferrado e toca de puxar, não era corvina pela forma como batia... Mas não corre, não luta muito... Pois só podia... Um belo charroco...
Frustração, lol. Era o que sentia...
Por esta altura foi quando surgiram os outros semi-rígidos ainda a zeros, andavam a corricar, mas não tinham apanhado nada.
A maré virara para a vazante e nós acabámos por decidir fazer o mesmo... Não valia a pena insistir, a corrente já estava muito forte, e o limo a circular a uma velocidade que não nos permitia continuar aquele tipo de pesca, nem sequer estar ali naquela zona. Restava ir procurar outras...
Bem, parei uns minutos para descansar e para me alimentar e beber uma água fresca e lá troquei as montagens...
Corrico para cá, corrico para lá... fomos passando pelo pessoal e nada se avistava... Esta parte da tarde estava a ser muito mais difícil...
Esta frase é já um clássico no Palma " O que fazemos?", isto enquanto abana a cabeça desanimado, lololol.
Tal como ele por vezes deparo-me com dúvidas, não é fácil acertar sempre, resta se conversar sempre e tentar entre os dois chegar a um consenso que faça sentido. Por vezes um, outras vezes o outro, lá se vai acertando em algumas pescas.
Tal como ele por vezes deparo-me com dúvidas, não é fácil acertar sempre, resta se conversar sempre e tentar entre os dois chegar a um consenso que faça sentido. Por vezes um, outras vezes o outro, lá se vai acertando em algumas pescas.
Eu costumo dizer-lhe sempre o mesmo, para ter calma, e acreditar pois não podemos julgar que sempre que vamos à pesca vamos apanhar grandes peixes, ainda por cima, nesse dia até já os tínhamos.
Se for sempre fácil, torna-se uma seca, temos que ser dinâmicos, temos que nos mexer, pensar, tentar encontrar respostas. Temos que ser pro-activos. Estamos de barco, não há desculpa nenhuma para ao menos não tentarmos várias técnicas. O resto já tem a ver com o dia...com a hora, com as marés, luas, e até com a nossa nabice certos dias.
Fomos a corricar até perto da entrada do Barreiro, mas como não dava nada, já estávamos meio fartos de andar pelo canal, e as nossas Max rap Magnum da Rapala nada acusavam, resolvemos aproveitar o dia e pousámos as canas...e sentar...
Começámos na conversa e nas soluções que restavam, que já não eram muitas.
Ao fundo era impossível com a corrente, às douradas não tínhamos isco, ao trolling nos canais nada batia... E agora Filipe... lololol, lá estava o Palma... Confesso que muitas vezes encolho os ombros, penso, penso, mas nada me ocorre.
Sem darmos muito por isso acabámos por ter muita sorte, não fomos até ao peixe, algo nos levou lá...
As canas começam a dar cabeçadas, e rapidamente percebemos que estavam a bater no fundo.
" Palma pá, a que profundidade estamos" perguntei logo( faço esta pergunta dezenas de vezes ao dia).
" Estamos a 4 metros Filipe"... Pois respondi eu, epa, olha deixa estar, lol.
Por precaução agarrámos nas canas pois estávamos em risco de ficar sem elas, e o Palma diz-me que tinha levado uma mocada, eu perguntei se tinha a certeza, ele disse que achava que sim, mas como não sentia nada, lá prosseguimos...
A certa altura as amostras davam tantas cabeçadas no fundo que as canas tremiam por todos os lados.
E eu só pensava que ia perder a amostra e agarrei na cana, quando levo uma cabeçada tão forte... Dou o esticão, sinto logo a ferragem, mas após poucas maniveladas o peixe desferra e eu fiquei peço logo ao Palma para parar o barco, enquanto ele me ia dizendo que era o fundo, e tal, e tal.
" Palma, não é o fundo, porra, eu sei o que senti e sei bem distinguir", ele riu-se, julgo que não levou a sério, em parte entendo, pois para quem desconhece, quando as amostras afundantes batem no fundo em canas macias parece mesmo peixe... É praticamente igual, tirando ali um pormenor... É que o fundo pessoal, não rebate, apenas bate...
Ao recolher a cana, o palma traz um robalito ali com uns 25 cm, que era daqueles toques que ele tinha tido.
Ainda o safámos a tempo. Foi solto, e foi à vida dele. Recolho e lanço a minha MAX RAP Magnum Fire tiger, e assim que lá cai ela afunda, logo, cabeçadas no fundo, e levo um esticão... Ferro o peixe, e digo para o Palma parar o Barco...
O Palma só dizia " Mas é peixe?, Mas é mesmo peixe?", Bem lá o tiro, e era um bonito robalo de dose. Canas na água e assim que lá cai, zzzzzzzzzzzzz, bem, " outro Palma", e ele para o Barco e rapidamente o ponho cá fora... " Palma a quantos metros estamos?"
" Estamos a 2,5mt" Ok era isso que precisava saber... Por estúpido que vos possa parecer, eu troquei de amostra naquele momento. Procurei a mais pequena. Não tinha levado a a minha mala e na do Palma, tinha lá uma YO-ZURI pequenina... Hmmmm, estávamos com pouca água... Eu precisava perceber uma coisa...
O meu cérebro deitava fumo, estava a tentar entender os sinais, as soluções, o que se estava a passar. Mas eles estavam a ferrar em quê? Na côr? No tamanho da amostra? Xiça...
Toca a lançar, assim que lá cai, a amostra afunda e continua a dar cabeçadas no fundo, e de repente...zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz, Outro.... E assim foi durante uns minutos sempre a malhar neles... O Palma dizia que não sentia nada e que a amostra dele até estava a trabalhar bem, normalmente... epa, mas como era possível aquilo, eu estava sempre a tirar... Não pode ser é o que lhe dizia... Troca a cor, pois uma mais pequena, mexe-te, era o que lhe dizia... Não pode ser.
Eu ia sempre sentindo, mas a mioleira estava sempre atenta e a cana dele nada... Bem, por entre alguns seguidos que tirei, em que o Palma só me dizia ser da amostra e tal, eu disse-lhe " Mas Palma, eu troquei de amostra e continuo a a apanhar. Não faz qualquer sentido. Mas tu nem os sentes?"... O que me acontece? Lanço e a amostra ficou a trabalhar normalmente como de início eu queria, mas... nada... mais uns metros e nada? É que estava sempre a bater e de repente... Parou? e fez-se luz... Por entre um mar batido que se tinha posto e vento já com rajadas superiores a 25 km´s.
" Palma, é o fundo"... " O quê?" pergunta ele... " Palma, eles não estão atacar a amostra pela cor, nem pelo tamanho, estão a atacar pelo efeito que ela causa ao bater no fundo. É por isso que tu não sentes, a tua amostra não está a bater no fundo, faz qualquer coisa, tenta fazer com que ela bata no fundo".
E assim foi, rapidamente ele foi sentindo toques, e aquele robalo de dose, foi saíndo, até que ele ferra um, e para o barco, e eu agarro-me ao ferro do barco com um braço, quando por um triz a cana não me salta da mão...
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, um arranque fenomenal, o Palma viu e reparou no esticão que o meu braço levou, e recuperou rapidamente o robalo dele, este necessitava de mais trabalho...
Corridas desenfreadas, mudanças de direcção bruscas, o drag a cantar, ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
ZZZZ, e disse logo ao Palma, "cheira-me a corvina"... Por ser zona com pouca água, ela ainda longe veio ao de cima, e percebi que valia mesmo a pena ter paciência e trabalhá-la bem. Estava ali um peixe de valor, e sabendo que uma corvina dá mais luta do que um robalo, com aquela cana macia que tenho, foi uma delícia de sensações. Momentos fenomenais. São minutos incríveis pessoal... Aquelas corridas deixam um pescador em êxtase. Não se trata de tirar o peixe para a fotografia, record´s pessoais, nada disso. É a sensação, é um momento em que nos sentimos vivos, em que a nossa parte selvagem está lá. Sou eu e a natureza, e só penso nisso. Eu esqueço-me de tudo, como se portas de vidro se fechasse à minha volta.
E mais uma vez curti, não tive pressa, como não costumo ter, trabalho o peixe com cuidado, e procuro ter uma luta bonita. Já perto do barco ela rebateu-se mais uma vez, mas as fatechas seguravam-na de uma forma que seria muito difícil ela se soltar... O Palma como sempre, esteve impecável, e ajudou-me a tirá-la em segurança. Simbiose perfeita!
E mais uma vez curti, não tive pressa, como não costumo ter, trabalho o peixe com cuidado, e procuro ter uma luta bonita. Já perto do barco ela rebateu-se mais uma vez, mas as fatechas seguravam-na de uma forma que seria muito difícil ela se soltar... O Palma como sempre, esteve impecável, e ajudou-me a tirá-la em segurança. Simbiose perfeita!
Mas vamos continuar?... Canas na água e de repente a yo-zuri do Palma ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, mais uma grandona para o Palma. A pesca estava mais do que feita, não podíamos exigir mais.
Canas lançadas, e assim que ela batia no fundo eram logo perceptíveis os toques, e rapidamente eles ferravam... O dia estava a chegar ao fim, o sol estava distante, o calor havia dado lugar aquele vento desagradável, mas o tal vidro, o tal mundo por onde eu percorro, nem mo deixava sentir e claro, continuei a pescar e a curtir muito.
Durante mais uns minutos completámos ambos uma pescaria muito interessante, com meia dúzia de corvinas, algumas rabetas jeitosas, e mais uns 20/30 robalos.
Já num dos últimos lançamentos, um momento inesquecível...
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, outro arranque e outra corvina, esta por entre a luta( menor que a anterior), fez algo que achei lindo, já perto do barco ela literalmente deu um salto como um predador zangado com a presa na boca, talvez pela baixa profundidade, e com a amostra dentro de água mergulhou novamente para os últimos arranques, e mais uma vez veio para dentro do barco com a ajuda do Palma, estava muito mal ferrada, assim que a agarrámos soltou-se sozinha.
O mar estava cada vez mais agreste, a carneirada fazia o mar bater no barco e literalmente passava-me por cima...
Já chegava, por entre momentos fenomenais, duas horas em que nem sem onde estive, tornámos a casa, cansados, molhados, doridos pois aleijámos-nos ambos com anzóis e fatechas, mas muito, muito felizes.
Num dia em que a sorte foi objectiva do cálculo, fizemos mais uma pescaria de grande nível, e mais importante passámos um excelente bocado.
No dia em que fomos mais Alliens do que predadores, agradeço ao Palma pela ajuda que me dá sempre nas minhas limitações, assim como procuro fazer o mesmo com as dele.
Abraço.
Xiii, mas onde é que tu andas a pescar pá? És um fuinha, e dar um peixão desses aos amigos?
ResponderEliminarParabéns pa andas feito pescador. Grande abraço.
David.
Que teca porra!
ResponderEliminarParem de meter inveja sacanas!
Hehehehehe muitos parabéns malta, alta pescaria!
Obrigado pela última foto do Palma, que parece que se está a borrar todo lololol, já me fizeram rir!
Grande abraço
Rui Louraça
grandes peixes abraço para a team dos pescas.
ResponderEliminarAh grandes pescadores!!!
ResponderEliminarMts parabéns aos 2 pelas excelentes pescarias que têm feito.
Agora há que insistir, pois tenho fezada que vocês um dia destes vão carregar com as graúdas!!!!
Um abraço,
Pedro ( PJPescador)
Grande pescaria Filipe, e um relato detalhado que faz salivar o mais comum dos pescadores. Acho fenomenais os teus relatos. Obrigado e continua assim que o pessoal agradece. Parabéns ao teu colega também.
ResponderEliminarRui C.
Que beleza de relato!
ResponderEliminarE excelente pescaria. Isso foi só carregar... E com uma adrenalina dessas... Uiiiii...
Bom ninguém se safou no spot, aquilo era só jogar que pareciam moscas!
Continuem com essas pescas e relatos desses, para deliciarem a malta, ou pelo menos eu fico, maluco. :)
Abraço
Excelente pesca companheiros com um belo relato acompanhar..:-)
ResponderEliminarFico feliz pelas aventuras amigos, que aconteçam sempre muitas mais ao pé de quem nós gostamos..:-)
Um grande abraço pescadores..:-)e palma....Boa pesca..lololol
luis Malabar
Boas,
ResponderEliminarQue belo relato e com exemplares a condizer.
Os meus sinceros parabens a ambos, que vos aparecam pela frente muitos dias desses, é o que vos desejo.
Continuaçoes de bons relatos e boas fainas.
Boas,
ResponderEliminarQue belo relato e com exemplares a condizer, sim senhora, os meus sinceros parabens a ambos.
Que dias desses não vos faltem é o meu desejo para as futuras pescarias.
Abraço e continuação de boas fainas.
Olá David, ando a pescar num aquário, obviamente. Queres peixinho né? LOLOLOL. Marca um dia para irmos nos divertir. Abraço.
ResponderEliminarOlá Rui, obrigado e espero que continues a cascar neles.
ResponderEliminarO Palma tinha muito peso nas mãos, lol. Era mesmo bastante pa.
Abraço.
Não peço mais do que o que tenho apanhado Pedro. As que apanho são grandes o suficiente para me alegrar. Se apanhar alguma de 30 ou 40 kg. melhor, mas isso não calha a todos.
ResponderEliminarVou lá sempre que tenho tempo, quem sabe um dia.
Abraço.
Olá Manel obrigado pelas palavras, foi mesmo uma pesca muito boa. Abraço.
ResponderEliminarOlá Luís obrigado pelas palavras. Também espero ter mais dias assim.
ResponderEliminarOlá Rebolo, obrigado pelas palavras. Um grande abraço.
ResponderEliminar