Boas,
É sem dúvida a pesca mais cansativa, e muitas vezes a menos produtiva, mas...
É a que me preenche muitos dias, porque é a que menos tem a ver com a pesca em si,
é a que me permite meditar melhor.
Talvez por isso, e mesmo no único dia de folga que tive, fui fazer meia dúzia de lances ao final da tarde de forma a aproveitar a reponta da maré e o momento que tem dado uns peixitos aqui na zona na praia...O frio esse amainou o que me facilitou a dor...
O destino foi a
Lagoa de Albufeira que tem alguns bons buracos este ano...
O Meco está um pouco areado, tradicional nesta praia a partir do Inverno, altura em que o mar por partir muito perto da margem quebra os bancos de areia e torna a zona menos funda. É uma pena pois é a minha praia preferida da zona.
A Lagoa de Albufeira é bem mais funda por norma, mas apresenta outro tipo de características que por vezes se tornam numa dor de cabeça principalmente para quem lança pouco...
O problema está nas tradicionais línguas de areia da Lagoa que normalmente se encontram a uma distância a que poucos chegam e que com tão pouca água se torna muito difícil ter sucesso. Com o mar de Oeste, nesta zona, as ondas parecem paredes, e varrem as linhas, tornando a tarefa muito difícil.
Mar a bater longe, Não estava grande em demasia, mas a última onda lá fora... Não deixava pescar como se gosta. A juntar a isto o período de 13/14 é um período irritante que nos areia muito as chumbadas.
A esperança era acalmar perto da praia-mar e aí fazer uns peixes. Além de que apesar dos conceitos que existem, nunca se sabe... A qualquer momento pode aparecer o peixe da nossa vida...
No primeiro lançamento, e pese embora a forte corrente, percebi que seria possível pescar e disse para mim que ainda safava a grade. Restava ter paciência, mais do que o pessoal que vi por lá, que foi abandonando o local pois não segurava as chumbadas.
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Um isco de eleição nesta praia |
Felizmente e como lanço mais ou menos, consigo pôr as chumbadas um pouco mais longe, e em alguns dias isso pode fazer alguma diferença.
Comecei a esticar os lançamentos e enquanto a minha SAT se mantinha mais ou menos direita o raio da Potenza Hybrida corria e areava, perdi chicotes, enervei-me, cheguei a ter vontade de a arrumar, ainda por cima com a grade, estava danado...
Eu sei que em certos dias estar uns metros ao lado faz logo diferença e bastava provavelmente ter me mexido, mas não me apetecia e mantive-me por la a insistir e a cana a arear... E os chicotes a terminarem...
Por fim e já só com um chicote resolvi trocar para uma chumbada de correr, o que era contra-natura para as condições do mar, mas era a única solução pois as de pirâmide ficavam lá todas. Troquei também de sítio e fui por a cana bem longe do meu acampamento...
A maré tinha virado e estava na altura de aumentar as iscadas...
Comecei a fazer iscadas de 3 casulos, ou 3 gansos nacionais... Era o tudo ou nada para desgradar.
Ou gastava o isco, ou fazia uns hambúrgueres... E como não sou fã de
Macdonald´s, comecei a rezar aos santinhos todos para safar a grade, nem que fosse com um peixe apenas...
Por falar em MACDONALD´S, LOLOLOL
Uma das canas era lançada sempre o mais longe possível, enquanto a outra foi servindo de sonda e ia mudando a distância.
Como o mar estava a enrolar bastante tive que tirar os estralhos que não estavam a pescar com a Sufix e pôr tudo igual de forma a tentar segurar as montagens intactas mais tempo. Também encurtei muito os estralhos. Felizmente resultou e pude começar finalmente a pescar em condições... Finalmente tinha as montagens a trabalhar e os estralhos direitinhos... Hmmm... Estava na hora de apostar a sério pois já se sentia um pouco a corrente da maré a vazar... Ainda bem que tenho algumas bobines deste fio... Faz milagres...
Lancei a aproveitar a corrente sentida e para ver se a chumbada de correr me fazia o isco mover e não arear... Demorou pouco a ver a SAT dar um safanão o que me dar uma corridinha na ilusão de desgradar... EHEHEH! E sim... Consegui... Assim que segurei a cana, senti peixe, dei aquele toque para trás e senti peixe ferrado... Não sabendo como estaria ferrado e cheio de ânsia de tudo correr bem fui trazendo o peixe devagar até me chegar aos pés... Na escoa lá vi o meu robalo do desgradanço eheheh. Menos mal...
Até la fica a única captura deste final de tarde, início da noite.
Abraço ao Zé Ferreira que me tirou a foto, não pescas nada mas tiras fotos boas... ahahah.
Felizmente guardei uma reserva de energia e resolvi ficar mais uma horita para tentar fazer mais alguns peixes, pois podia ter chegado a hora de eles entrarem e embora a coisa não tenha sido fácil, e resolvi aguentar mais um pouco... Fiz iscadas generosas para tentar enganar mais algum peixito perdido naquele mar!!! E logo de seguida, vejo a linha caída e percebo logo ter peixe, pelo que fui agarrar na cana, mas... percebi logo ser pequeno... Mais um robalo de pequeno porte... Vejam só o casulo, lol, mais um bocado morria engasgado... Este lá teve direito a voltar a casa...
Novo lançamento com outra iscada bem generosa, e mais um toque de seguida, aliás ambas as canas marcaram peixe, e vai de agarrar na Supercore, e sinto logo ter peixe, um bonito sargo, nada do outro mundo, mas... Era o que se podia arranjar...
E a do lado endireita toda... Mais um peixito... Uma baila. Mais uma que se safou...
E claro, se existia actividade, era continuar apesar do dever chamar e saber que tinha que terminar aquela pesca... Lá resolvi fazer o último lançamento e sim... Tive logo mais um toque pequeno, mais um sargo este mais pequeno, um palmeirudo, um peixe que conseguiu embuchar com um Hayabusa FKS 2/0. Incrível, anda um gajo a bóia a apanhar peixes de quilo com anzois numero dois, e depois estes minorcas mamam anzóis com o triplo do tamanho... Vai lá entender isto...
Bem, já chegava, esta pesca foi mais para sentir o mar, para relaxar, e para fazer algo que adoro, lançar uma cana de surfcasting. Adoro, adoro, adoro. É um sentimento que só os surfcasters entendem, é algo maravilhoso.
Mas a coisa estava animada e eu cheio de sono... Vejo as 3 canas a bater num ápice e lá fui a correr. Na primeira o que é que é isto oh meu!!! Aqui, mas será possível... Uma linda BOGA.
Na Potenza, cana que há muito não levava a pesca, um pesooooo. xiii. Parecia a tampa da Lagoa, mal mexia... E senti umas cabeçadas... Pensei logo... Tenho aqui um peixão... Mas aquele peixão não tinha potência, fazia era um peso que me obrigava a trabalhar entre cana e carreto, pois cabeçadas eram pequenas. Puxei, puxei, puxei, e ali na escoa, com todo o cuidado, porque uma vez apanhei um robalo de 5.5 kg na praia e ele mal bateu era só um peso, daí o meu cuidado, mesmo achando que não era um peixe grande, só que não entendia bem o que era aquilo... E já perto da areia, com a linha toda para a esquerda é que vejo que as canas estavam enleadas, e... aqui estava a explicação do peso todo...
Linhas, chumbadas, e ainda duas bailas... parecia um robalãooo...
Infelizmente não era, e com tudo embrulhado e com as altas horas, decidi arrumar a tralha...
Meia dúzia de horas, pouca actividade em 3 dessas horas, uma hora boa, pelo menos em termos de toques e duas horas com alguma actividade, a espaços.
Resultado final:
2 robalos, 3 bailas, 2 sargos, 1 boga.
Ah... e 2 Big burgueres eheheh...
... Depois foi a meia hora do costume até casa... Rica caminha...
Em breve há mais, com aguagem, sem aguagem, com frio, sem frio, quero la saber... Há mais e ponto final!
É dar me na telha e sentir a necessidade de lançar uma cana e lá volto eu.
Para já, deu para sentir uns peixes e sentir o prazer de lançar!!! O surfcasting relaxa-me como nenhuma outra pesca o faz...
Material:
Canas: Shimano SAT; Vega Potenza Hybrid; Vega Supercore
Carretos: Shimano Aero Technium XT; Shimano Bull´s EYE; Vega Brava
Linhas: Asari G2; Asari Titanium; Sufix 100% Fluorocarbono, Vega Power Zone
Iscos: Casulo; Batata; Minhoca branca, Ganso Nacional
Filipepc