Os nossos amigos

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A começar assim... o resultado não podia ser outro.

Poder podia mas não seria a mesma coisa... que maluquice.

Grandes vidas...
Tal como tinha ficado combinado da pescaria do dia anterior, havia que voltar ao pesqueiro porque os 3 peixes que o Palma tinha tirado deixaram-lhe água na boca e o moço encontra-se totalmente convertido a este tipo de pesca, já vem sendo alguns dias a apanhar bons troféus.  Não escondo que até achei alguma graça, ainda mais sem cansar o braço e apanhar uns peixes pode ser engraçado, se vier esse dito troféu melhor. Era o meu segundo dia de pesca nesta vertente, e ia com alguma satisfação por ter conseguido encontrar umas amostras, que segundo o Palma, trabalhavam bem e tinham uma boa relação com o peixe.

No Porto de Abrigo
09h00, e a embarcação já desce a rampa de varar no Seixal, em 5 minutos está pronto a arrancar e assim foi. Rumo ao local do "crime", o tempo estava muito convidativo para este tipo de predadores, tempo nublado, com o sol a aparecer a espaços e  mas com uma temperatura bastante agradável. Caminho feito nos habituais 22 nós, dentro em breve estavam as amostras na água e o Palma preparava a táctica e eu também já ia a jogo com as minhas pontas-de-lança.. Tudo normal, barco alinhado no pesqueiro e o mestre Palma dá inicio à jornada e as amostra são colocadas no caminho dos nossos amigos robalos. Olhos na sonda e na carta para passar no locar certo e... nem um minuto tinha passado e já a cana do Palma cantava de uma forma bastante convicta. bastante mesmo. Logo recebo a solicitação de ajuda porque vinha ai bom peixe. Já vi que sim, tens um bom peixe na cana amigo, muita calma nessa hora que ele virá para o berço, o problema punha-se no facto de o dito peixe não querer entrar para a embarcação, era notório pelos arranques que se tratava de um bom robalo e com vontade de vender cara a derrota. Bem trabalhado pelo Palma e já cá canta no xalavar, grande peixe amigo, enquanto o mestre já falava em ter batido o seu recorde pessoal, assim foi, mais tarde foi pesado e acusava 6.100 kg de robalo no primeiro lançamento, vai lá vai, até fiquei azul. Festa a bordo e peixe arrumado, era hora de continuar a tentar, pois podia ser a hora escolhida pelos robalos para entrar e nós estávamos lá. Como é perceptível, a pesca estava a começar da melhor maneira e o Palma tinha acabado de bater o seu recorde pessoal.


Eles estão ai e nós vamos bater o mesmo local, meia volta e vai mais uma passagem. Dento do barco, sabia bem olhar para aquele animal, belo peixe. O Palma tinha um sorriso de orelha a orelha e ainda não tinha-mos olhado como deve de ser para o peixe e já a cana do Palma voltava a cantar. O sinal já não foi o mesmo, tinha um cantar mais meigo. Era mais um que se juntava ao poço da embarcação.

Para contrastar com o maior, fica uma foto do mais pequeno.
Devolvido em perfeitas condições para continuar a crescer.


Dava para começar a perceber que existia um rumo em que a actividade aumentava bastante, todos sabemos que não quer dizer tudo, muitas vezes estão lá mas não atacam a amostra. A velocidade cada vez estava mais afinada.. A ajuda da carta digital é muito importante para poder repetir as passagem no local determinado pelo peixe.
Estava prevista uma boa manha, embora eu continuasse em branco, já havia peixe a bordo o que motivava cada passagem. Devido a alguns factores ainda em estudo, ehehehe a actividade reduz um bocado, dá tempo para comer uma sandes e ir falando da vida e os projectos que cada um tem para a sua vida bem como ir pondo a escrita em dia, o gosto pela pesca ajuda a existir sempre tema e boa disposição nos momentos mais parados. A enchente estava a terminar quando o palma sente mais um peixe, a cana canta e leva o meu amigo a entrar em altas, afinal estão aqui, e este já voltava a fazer o carreto afinar a voz. Trabalho de equipa e o 3 peixe estava a seco e eu mais uma vez fazia de saca fateixas  e homem do xalavar. Já lhe dizia se me tinha trazido para trabalhar para ele, ehehehe mas o amigo Palma transmitia motivação por todos os poros não me deixando quebrar, mesmo que quisesse.

Mas que belo robalo que o Palma tem entre mãos, novo recorde pessoal

Mais umas voltas e eu não tirava os olhos da ponteira, o Palma diz-me, deixa de olhar para isso que quando nos distrairmos com a sonda a marcar actividade, o peixe volta a dar sinal de vida. Pois parecia que estava a adivinhar, volta a ser ouvido o cantar convicto do carreto, estava lá cravado e agora na minha cana. Ao sentir o peixe dá para perceber que se tratava de um bom exemplar. O palma recolhia a amostra e aconselhava calma, o que todos fazemos quando um companheiro nosso tem um bom peixe na cana.. Trabalho o peixe com calma enquanto ele faz arranques de não sei quantos metros de linha. O Palma  tinha o xalavar pronto quando o peixe aparece, já cá canta e é bem bonito. Já era um peixe de porte considerável para mim, pois também estava a bater o meu recorde, marcava 3.100 quilos. Mais uma festarola dentro da embarcação e a motivação estava nos picaros.

O meu recorde pessoal estava batido

Era-mos unânimes em dizer que poderia se dar um dia de pesca para a história e ao arrancar para mais uma volta e já eu estava agarrado a outro tarrolo. Belo arranque, parecia que não queria parar, estava a lutar com muita força o que indiciava mais um peixe de peso. Estava a viver novamente a sensação de estar a lutar com um predador sem ter tempo de descansar do anterior. O peixe mostrava não querer vir para o barco, o Palma devido ao facto de não podermos permanecer muito tempo parados no mesmo local, arranca lentamente em direcção ao peixe para me ajudar a trazer o menino para seco. Mais umas boas cabeçadas mas sem levar muita linha, diziam que se estava a entregar e em pouco tempo estava dento do xalavar. Mais um lindo peixe, eram mais 3 quilos de peixe a brilhar com a aberta de sol que se fazia sentir.
O volume de peixe já era grande e a motivação nem se fala. Dava gosto olhar para o poço  para ver o pescado. Lindos peixes, nunca tinha tido uma pesca assim. Estava mesmo satisfeito, as duas horas seguintes não deram descanso, sempre a tirar peixe, ainda saíram mais dois de porte muito razoável e uns quantos entre o 1/1.5 quilos cada.


Ainda ficaram por fotografar 4 ou 5 peixes de quilo que já estavam arrumados
 A verdade é que olhava-mos um para o outro e não sabia-mos explicar, avia que registar o maior números de detalhes possíveis para facilitar novas jornada, mesmo sabendo que a pesca não é uma ciência exacta, todos sabemos que existem factores que podem fazer a diferença. Como as nossas pescas tem hora marcada, era momento de recolher o plástico e voltar ao porto de abrigo, vinha-mos mesmo contentes e eu estava a precisar de um dia assim. Não tenho conseguido ir à pesca  mas este dia compensou. Não é o estilo onde dedico mais tempo e investimento mas foi muito motivante e reestabelecedor de carga nas minhas baterias. Estava a ser um dia bem passado em todos os aspectos o que "obrigou" a que ficasse marcado o regresso ao local para muito breve, só espero que seja parecido com este.

Grande abraço a todos,

Nuno Fernandes, Ricardo Palma

2 comentários:

Rebolo disse...

Boas,
Estes dias em que batemos os nossos recordes pessoais são mesmo os melhores :).
A felicidade sentida nestes momentos é algo que só quem lá anda é que pode explicar.
Os meus parabéns a ambos pelos vossos novos recordes que este dia se repita já esta semana com maiores exemplares.
Boas idas e abraço aos pescas.

Os Pescas disse...

É verdade, foi uma pescaria muito fixe, deu para melhorar os conhecimentos, apanhar peixe para sentir boas lutas e por fim, um dia bem passado com o meu amigo Palma.

Um abraço,

Nuno Fernandes