Os nossos amigos

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Robalo voador, nunca tinha visto assim...


Já passavam alguns dias da ultima pescaria embarcada, na modalidade corrico embarcado, recente para mim mas já com umas horas boas a tentar e com muitas alegrias vividas a apanhar bom peixe. Fiquei um pouco fascinado por esta pesca devido ao facto de me surpreender com as capturas mas também pelo facto de andar a constatar que afinal esta pesca tem mais complexidade do que eu pensava, ideia errada a minha. Um barco sem sonda, GPS e carta digital, torna-se mais difícil de realizar esta pesca. Inicialmente, são perdidas algumas horas a fazer passagens para tentar perceber onde o peixe costuma atacar com mais frequência. No caso deste pesqueiro , existe em determinado local onde a sonda lê um "objecto"  com cerca de 1,5 metros de altura onde são sentidos mais toques e por consequência onde tiramos mais peixe. Zona que deve ser usada pelos robalos para emboscar as suas presas. Temos de admitir que quando andamos de barco num pesqueiro pela primeira vez, estas ferramentas ajudam, quando já conhecemos o pesqueiro, ai sempre dá para por em prática as horas tidas a olhar para um visor com meia dúzia de centímetros e usar a memória fotográfica que neste caso é auxiliado por vários pontos em terra. Desta vez a pesca era feita num barco muito fixe para o local mas a pescaria ia ser realizada sem instrumentos nenhuns, com muito limo no local devido à amplitude da maré e para ajudar mais à festa a água estava muito verde a fugir para o barrento...

A vontade era muita, eu e o meu amigo Carlos estava-mos com ideias de ir passear umas amostras pelo rio e não havia nada a fazer. Para o Carlos era a primeira vez que ia fazer tal pesca, já leva alguns anos de pescador mas em outras modalidades. Como estava com vontade de iniciar tratou de comprar uma cana adequada para esta pesca e adaptou um carreto que já tinha em casa, de outras guerras. Tratou de comprar as matadoras, enquanto ainda existem no mercado, e estava pronto para quando surgisse uma oportunidade. Um dos factores que ajudaram a cativar o Carlos foram gostar muito de pesca e estar com os amigos aliado a ter assistido à boas pescarias que eu vinha fazendo com o amigo Palma nas ultimas semanas. O material já existia, agora faltava o barco, eheheheheh. O meu ainda está no estaleiro à espera de poder comprar um motor para substituir o que me roubaram e o Carlos não tem. Pois é, sem barco não à corrico mas o Carlos tinha uma ultima cartada na manga, o Barco de um amigo que temos em comum que nos quis dar o prazer de fazer umas pescarias com o barco dele. Grande abraço para o Pedro Barata, no momento não podia ir pescar com o pessoal mas fez questão de emprestar o barco para que fosse possível dar a conhecer esta pesca ao Carlos. Agora faltava encontrar um dia para ir, depois de algum tempo para preparação das coisas, o dia era hoje e não havia volta a dar.

O nosso companheiro de faina, amigo Carlos Martins a caminho do pesqueiro

 A maré batia na parte da tarde, não havia necessidade de pressas, eram 10h30 estava-mos a chegar ao caís. Para nos receber estava o Amigo Palma, tinha voltado de viagem e passou por lá para cumprimentar o pessoal. 2 ou 3 dedos de conversa e já era notória a vontade que o Palma estava de arrancar para corricar, pois eu e o Carlos estava-mos prestes a ir fazer a pesca que ele tanto gosta mas não podia e teria de ficar para uma próxima, estou certo que vai ser breve e com peixe para o pessoal ver.




Já com o material dentro do barco e feitas as despedidas do pessoal que ficou em terra e siga para bingo que a maré já enche faz tempo.Rapidamente chegamos ao pesqueiro, as canas já montadas faltando só colocar o plástico e vai de apontar o barco para o ninho e vai de fazer a primeira passagem. Maré grande e muita corrente para o local. O Limo era todo canalizado para o canal e nós a fazer algumas passagens por fora para se conseguir pescar. O dia estava agradável e existia a bordo muita vontade de o Carlos se estrear a ferrar um peixe. Após algumas passagens curtas, eis que se ouve um carreto cantar, era o amigo Carlos que tinha ferrado um peixe e agora era hora de o por a seco. Um Robalo que kg que já ficava muito bem na caixa azul para transporte de peixe e deixava o Carlos feliz por se ter estreado nestas andanças. Vi que estava motivado e passei-lhe os comandos para a mão para ele fazer umas passagens. O raio do moço gostou da brincadeira e parece que tem boa memória, nas 2 passagens seguintes, mais ou menos pelo mesmo local, e saem mais 3 peixes.



O Carlos marcava 3 peixe na caixa e eu um, que por sinal foi em simultâneo com ele. O rapaz estava com a mão quente, o tempo ia passando mas apesar das dificuldades já haviam peixes a bordo. O Carlos estava feliz pela sequência de peixes que tirou, tudo de quilo para cima e eu contente por ele mas com vontade de fazer mais umas passagens para terminar com o pôr do sol. Após algumas passagens feitas pelo Carlos, o peixe não dava sinal de vida e eu peço para ele me deixar fazer as ultimas passagens para ver se tirávamos mais um peixe. Como estávamos a repetir passagens e vai de virar a táctica que, nas pescas anteriores com o Palma, e com a maré a vazar, um pouco mais afastado do alvo inicial também era muito bom, havia um declive onde tinham saído os maiores exemplares. Sem sonda, voltou a ser necessário apelar à memória fotográfica e vai de aproveitar o pouco tempo que faltava.

É de ficar de boca aberta, ehehehehehe estava batido o meu recorde pessoal



Do nada, sai uma arrancada daquelas que tu arrancas para a cana como se não houvesse amanhã. A minha cana estava toda vergada e saía linha a uma velocidade louca. O Carlos, que tem muita calma e diga-se de passagem que se desenrascou muito bem, logo recolhe a amostra dele e segura os comandos do barco. Eu estava naquela fase do deixa ver até onde o peixe quer levar linha. Afinada embraiagem, dá para sentir que é peixe grande, parava sem querer sair do sitio e de repente vai de arrancar novamente mas agora em direcção à superfície. é quando o Carlos diz, "Nuno, ele está ao de cima de água" e após mais uma curta investida ao fundo, volta para mostrar o lombo fora de água, isto a 30 metros da embarcação. Deu para ver o peixe fora de água. Grande tábua, dizia o Carlos, eu não achava muita graça porque com aquela brincadeira dos saltos a linha folgava e podia levar a perder o peixe. Voltou a afundar e eu peço ao Carlos para alinhar o barco para o peixe porque começou a agarrar ao fundo sem querer ceder enquanto eu o tentava fazer vir para cima. O meu braço já pedia descanso e o peixe também já mostrava sinais de cansaço, começa a ceder e logo se começa a chegar ao barco. Era um peixe grande e ainda não estava a seco, ainda tinha de entrar para o xalavar que o Carlos tratou de ajudar, já praticamente em segurança dentro do xalavar, dá um safanão e volta directo para dentro de água. Mais uma ou duas cabeçadas e um nó no meu estômago, lá volta a entrar para a rede e ser içado para dentro do barco. Ai estava, 5 kg de Robalo que apresentou uma luta diferente, cada peixe, um peixe mas este até voou, eheheheh. Mas a pesca ainda não tinha terminado, mais uma ou duas passagem e fico sem motor, ficou sem piu e não queria voltar a trabalhar. Nestes casos não vale a pena insistir, não estava só e mais descansado para chegar a terra.




Andavam lá dois amigos meus a a fazer a mesma pesca, cada um na sua embarcação, que se prontificaram a rebocar o nosso barco até ao caís. Grande abraço para O Nuno e o pessoal que tinha a bordo e igualmente um abraço para o amigo Carlos, que veio logo com o seu barco a prestar a ajuda que fosse necessária. Muito fixe quando estamos com pessoal porreiro por perto. Barco no caís, e vais de mais umas fotos para ilustrar a pescaria. E assim terminou uma pescaria que tinha tudo para não dar certo e acabou por ser uma tarde bem passada, a fazer o que mais gostamos, onde o Carlos faz uma estreia com 3 peixes muito engraçados e eu volto a bater o meu recorde. Vamos lá ver até onde isto vai parar...

Um abraço para todos,

Nuno Fernandes, Carlos Martins

11 comentários:

Mau disse...

Mts Parabens migoooo... Continua com essa dedicação "O Rio é vosso" :)
MAU

Armando Sousa disse...

Parabéns pelo novo recorde, é um grande robalo, são estes dias que nos fazem esquecer tantas grades e gradar outras tantas vezes!!

Um abraço!

Matos disse...

Boas,

grandes fotos ;)

Abr

Os Pescas disse...

Muitos parabéns Nuno, espero mesmo que apanhes muitos e que batas muitas vezes o teu record. Um abraço. Filipe.

Paulo Marques disse...

epá, voces têm mais é que ter calma, foda-se, envergonham qq um. eheheheheheh
parabéns Nuno.

ntyper disse...

Grande nuno 5kg de robalo é muito robalo amigo parabéns pelo novo record,agora é ir a luta para subir a parada grande abraço.

Entrespots disse...

Mais um belo dia de pesca com certeza,obrigado por partilharem mais do bom , boas fotos e bonitos peixes um grande abraço para voçês.

o encantador de robalos disse...

Grande gigante .... parabens

Os Pescas disse...

Grande Nuno, sem duvida um belo exemplar da sua espécie,parabéns pelo novo recorde e agora á que insistir pois a qlq altura a parada pode subir...
Parabéns para o meu amigo Carlos pois tb teve uma estreia digna de registo.
Um abraço para os 2 gradeiros...
Pedro PJPescador

Os Pescas disse...

Boa noite, Boa Gente

Obrigado pelos comentários, sem duvida uns dias de pesca muito bons, deu para ajudar a desenvolver uma nova modalidade com resultados muito bons, os melhores que tive.

Amigo Mau, "Rio é nosso" também teu, obrigado por tudo o que tens feito para o preservar. Vai aparecendo e trás o puto a cheirar o rio, ehehehe agora até cheira a mar.

Paulo, aparece amigo, como é que vão as coisas contigo, espero que tudo bem.

Nuno, temos de fazer uma pescaria, para ver se eu me safo a malhar neles na tua arte, eheheh Grande Abraço!

Aos meus companheiros do Blog, Grande Abraço!!!

Até breve, com peixe, espero eu, ehehehe

Nuno Fernandes

Anónimo disse...

Grande Nuno, belos peixinhos, esses até eu ajudei a descarregar! Nesse dia fomos nós os rebocadores de serviço, outro dia serás tu! um abraço para a dupla.
João Rodrigues