Confesso que após a última pescaria fiquei muito entusiasmado. A pesca mexe muito comigo e por isso a vontade em sentir o peixe e principalmente os bons peixes, deixam-me com ganas de voltar lá sempre que tenho um bom dia...
Talvez por isso...
Voltei lá assim que pude. A sensação vivia dentro de mim, e algumas pequenas percepções que tive, necessitava de tornar a sentir. E assim o fiz. Tinha estado lá no dia X, com a maré Y, e apanhei peixe na hora H. Pensando na evolução da maré, pensando que cada dia anda cerca de uma hora para a frente, fiz umas contas e resolvi ir perto da hora que as contas me davam. Acima de tudo, tentei seguir o horário de alimentação do peixe, procurando perceber se eles se iam manter na mesma zona na mesma altura da maré.
O dia estava parecido, tapado, pouco vento, muito bom portanto para a pesca com amostras.
Rapidamente pus o barco na água e cheio de esperança fui direitinho para o local onde me tinha safado na ultima vez, e pus as amostras na água, começando pela fire tiger da Rapala e pela yo zuri de cabeça vermelha.
São amostras de características diferentes e é algo que recomendo a quem tem pelo menos duas canas. Tentem sempre com uma amostra que afunde mais que outra e de características físicas distintas.
Foi assim que comecei este dia, procurando sentir a que profundidades os peixes comiam. As primeiras horas foram penosas, e não dei com nenhum bicho. Nem um. nem toques, nem nada.
As horas nem pareciam passar tal era a falta de emotividade que esta pescaria me estava a trazer.
Resolvi parar um pouco para comer e fumar um cigarro. Terminada a pausa, dei por mim a planar o barco e a pensar numa solução plausível para isto. O que estava eu a fazer mal?
A maré estava já a meio e tinha que tomar uma decisão e resolvi ir mais para fora procurar zonas mais fundas e canais onde o peixe pudesse estar a entrar.
Fui então para uma zona aos 12 metros onde procurei as amostras que mais me afundassem e escolhi obviamente as Deep trempling, e lá mandei plástico para a água.
A meio da 2ª voltita, eis que a cana dá uma valente trombada, seguida de um ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, larguei o volante, parei o barco e agarrei firmemente na cana e comecei a trabalhar o menino... Um robalo quileiro que me alegrou o dia sombrio que estava a ter. Grade já não era. Agora que descobri a zona, era fazer a ronda...
Em 5 voltas apanhei mais 4 todos do mesmo lote, e de seguida parou! Nem mais nada. A maré estava agora muito alta, e resolvi tornar ao local da última vez.
Ao chegar vejo que a corrente começava a fraquejar e estava na altura de tentar por ali... Logo na primeira ronda eis que levo uma trombada enorme, mas nada ficou. Parei o barco e dei rapidamente a volta para a zona o início e fiquei alerta. Quando estava a passar por cima da zona onde tive o ataque, comigo já à espera eis que a Biomaster verga toda e o também biomaster ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, um bom peixe.
Muito animado fiquei e resolvi voltar ao ponto de partida. Mantive a distância entre as canas nos 10 metros, com uma a 20 e outra a 30 metros e novamente a que vinha mais perto ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzz e parou! Teria fugido?... Agarrei na cana e de repente um ataque brutal, com muita força, muita gana e que produziu um dos maiores arranques que já senti
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, enquanto o trabalhava eis que ele veio ao cima da água ainda a uns 10 metros do barco. Fiquei louco com aquele momento e nem imaginam o prazer que foi vê-lo daquela maneira. Um lombo enorme, um peixe que me deu muita luta e prazer em tirar. Já perto do barco ele deu os últimos arranques, mas consegui controlá-lo e com o xalavar pu-lo em seco. Era o meu record de robalo ao trolling. Um grande peixe.
Fiquei muito feliz e liguei ao gradeiro do Filipe para o ir buscar a terra na hora de almoço. Ele lá aceitou e veio dar uma voltinha comigo durante aquela hora e meia. Queria que apanhássemos mais alguns tarolos, mas talvez fruto da maré estar a correr já nesta altura para a vazante e o lixo ser muito, apenas tivemos alguns supostos toques e uma arrancada, mas sem sucesso. Aproveitamos para estar na conversa, falar sobre a pesca em si, e tiramos mais uma vez conclusões para no futuro se aperfeiçoar mais este tipo de pesca fenomenal. Cada dia que passa sentimos que dominamos mais esta pesca e que conseguimos resultados mesmo em dias de menor actividade.
Perto das 3 horas resolvemos parar a pesca e dar por terminado o dia. Já estava feito, já tinha mais uma vez uma boa pesca.
Mesmo num dia em que o peixe anda disperso, o seguir de um instinto que cada dia mais é automático, resultou e de que maneira. Em breve tornamos ao mar para tentar por em prática o que se tem vivido ultimamente.
Um abraço a todos.
Material:
Canas: Shimano Biomaster; Shimano Speedmaster AX
Carretos: Shimano Biomaster 4000 FB; Shimano Symetre 4000
Amostras: Rapala X-RAP Magnum; Yo Zuri; Cormoura Deep Trembling; Storm Deep Thunder
Ricardo Palma.
4 comentários:
Parabéns!
Ui esse arranca parece ter sido mesmo espectacular...
Abraço
Parabéns Ricardo por mais uma grande pesca e um bom relato, continuem assim!!!
Abraços e bos festas a toda a equipa dos Pescas e que tenham um ano 2013 recheado de grandes fainas.
Parabens grande robalo .estou a iniciarme nessa pesca trolling .gostaria saber quais as melhores horas da mare para pescar . .Abraço boas festas
Olá, obrigado a todos pelos comentários.
Sobre a questão, as melhores horas são a viragem da maré da praia mar para a baixa mar, mas isto pode não funcionar em todos os locais.
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