Resmas de Choquinhos... Que os pais já eram...

Boas,

O tempo dos chocos está a chegar ao fim...

Os grandes Chocos que foram brindando as nossas pescarias estão a dar sinais de terem desaparecido para outras águas... É tempo de aproveitar para fazer umas capturas engraçadas, de chocos mais pequenos, aqueles óptimos para grelhar...

O pouco tempo obriga-nos a ter que optar por algumas pescarias, sejam lá elas qual forem...

Dividir o tempo entre as distintas pescarias que fazemos, não é nada fácil e obriga a escolhas, que nem sempre podem ser acertadas, pese embora a experiência que temos hoje em dia...

Se há coisa que o povo não enjoa é de choco, que manjar dos Deuses, que grande iguaria... Acho que não consigo enjoar, por mais que coma, o choco é como o bacalhau... Faz-se de todas as maneiras, e de todas as maneiras, é bom, aliás óptimo...

Pela 1ª vez este ano, para terem noção não apanhámos nem 1 choco acima de quilo, quanto mais de 3/4 e até 5 kg. como muitos apanhámos durante o ano... Foi o dia dos choquinhos...

Pescaria combinada para a madrugada de Domingo, ainda antes das 5 horas, já estava a pé, a vestir-me para ir ter com o Palma, que estava já a tirar o barco da Garagem...

Como sempre parámos para beber o café do costume, e ganhar energias para a pescaria que se aproximava.

Chegámos já o dia estava a nascer, e com muita calma pusemos o barco na água e fomos procurar zonas em que a água nos deixasse pescar em paz, coisa que não foi fácil, devido ao limo abundante na zona...

Começamos a pescar em zonas mais fundas... cerca dos 6 metros...

Esta zona foi muito fraca, e apenas demos com 5 ou 6 chocos pequenos... Achei estranho pois costuma ser uma boa zona, e fomos mais para Sul, bem mais para Sul, a tentar algo, mas a profundidade aumentou para os 7 metros e tal... Curiosamente as águas aqui estavam muito mais claras, o que é preferencial para esta pesca... Aqui conseguimos fazer mais de 20 chocos, mas todos pequenos, sempre chocos para grelhar, nada daqueles grandões a que nos habitámos durante o ano, e que tanto nos alegraram...

É engraçado perceber por vezes a influência que as correntes têm em todo este processo pois em zonas menos fundas, mas onde apanhámos muita corrente, mal se via, e numa zona com mais do dobro de profundidade a água era limpa e estava muito menos suja.

Nesta zona fizemos a pesca, praticamente. Capturámos cerca de 40 choquinhos, e por incrível que pareça, nem um grandão. Nem um... O pior é que o tempo passava e as capturas estavam a baixar o ritmo, restava esperar pela reponta da maré, pois isso podia mudar tudo. O Palma ainda fez um mergulho neste spot, mas sem qualquer sucesso. Nada, nem um choco.

A maré estava quase na praia-mar e portanto estávamos a chegar ao final da pescaria, a maré a vazar nestas grandes, é demasiado para este tipo de pesca, e por norma suja as águas, baixando imenso o número de capturas. Por isto quase sempre tentamos escolher horários em que a maré esteja no início da praia-mar de forma a aproveitar a calmaria.

O Palma estava neste dia com um ar... Xiii que moca de sono, que ele tinha, só o via abrir a boca...
Passou a manhã toda a dizer que estava cansado... Sabem elas não matam, mas moem... AHAHAH! Eu claro, cheio de peninha dele, insistia para continuarmos mais um pouco a ver se dávamos com algum bom choco, ou alguma santola de bom porte.

Ele lá acedeu e resolveu continuar mais um pouco em busca de melhores capturas, e fomos tentar mais a Norte, do lado oposto de onde estávamos, o problema aqui era mais a corrente ser muito mais forte e isso dificulta bastante as capturas. Mesmo nos dias de muita actividade aqui perde-se muito mais chocos pois a corrente não nos permite ter a mesma eficácia nem pescar à vontade.

Felizmente a maré estava a parar e deu aqueles minutos de calmia que precisávamos para fazer o resto da pesca. Era mergulhar e Pum, mergulhar e Pum, mergulhar e Pum... Parecia o Guilherme Tell, LOL...

Uns atrás dos outros, mesmo sem serem aqueles tarolos dos meses passados, apanhou-se alguns de porte intermédio para compor a pesca, e ir para casa com um sorriso nos lábios. O saco foi enchendo com o passar dos minutos, e quando a maré começou a correr, já estávamos a vir embora...

Mais importante que tudo, relaxámos, apanhámos um solinho, sentimos de perto a magnífica brisa, que tanto adoramos e ainda fizemos umas capturas interessantes.
Barco a seco, café tomado, restava voltar a casa, este dia já foi, e a época dos chocos está a dar os últimos suspiros.
Resta aproveitar mais um ou outro dia para dar por finda a época. Para o ano, logo se vê...

O resultado final...

Ricardo Palma e Filipepc