Boas Pessoal..
Desta vez consegui finalmente gravar em video, a captura de uma das espécies mais interessantes e enigmáticas que eu encontrei neste mar. Já é o 6 exemplar que capturo na técnica de SPJ depois de muitas horas a explorar terreno e sempre a uma profundidade que varia entre os 200 e 260 metros.
Quando eu digo interessante e enigmático refiro-me a diversos factores, tais como a sua dimensão, profundidade a que vivem e falta de informação sobre a mesma.
Como podem ver na foto acima, além de ter os dentes à frente, também possui mais uma fileira já no interior da boca. Estes dentes foi a escolha de substituir o leader e passar de 0.52 flúor para 0.80 mono.
Não é nada fácil pescar a esta profundidade principalmente quando procuramos uma espécie especifica e temos outras 10 possíveis que não queremos atacar o nosso jig!!
Até ai tudo bem, ter contactos de outros peixes é sempre bom. Diz-nos que o que estamos a fazer é o correcto e que é só uma questão de tempo até conseguirmos cair com o jig o mais perto dele possível e ter um ataque! O que não é fácil é ter que recolher uns 260 metros de linha com um cantaril, rascasso, vidro, etc.. agarrado ao nosso jig vezes sem conta!!
Para mim pescar a esta profundidade ou até mais exige muito de nós. Disciplina, concentração, técnica, material, informação e conhecimento.
Eu acredito que a união (ligação) entre mestre e executante (pescador) é fundamental neste tipo de predador (sedentário). Não é uma pesca de raio como nos pelágicos mas sim de precisão. Para isso o conhecimento do mestre é fundamental.
Infelizmente só à pouco tempo é que descobri o nome desta espécie e por incrível que pareça não existe quase nenhuma informação disponível na net.
Toda a informação que adquiri ao longo do tempo foi com muitas horas de mar a fazer prospecção e a ligação entre os dois. Mesmo os exemplares que se tirou a pescar ao fundo com isca serviu para recolher informação fundamental para SPJ.
Eu penso que o mais importante de tudo não são os peixes, mas sim aprender o conhecimento que permitiu a captura do peixe, independentemente da espécie.
Eu gosto de ajudar e ensinar e abomino a ideia de levar comigo um dia o conhecimento que adquiri ao longo de anos de mar para o outro mundo.Toda a informação que eu vos possa transmitir, não vão ler em nenhum blogue japonês, facebook, forum,revista ou noutro sitio qualquer.
Apesar de tudo que possam aprender comigo ou com qualquer outra pessoa ou entidade, nunca deixem de questionar esse conhecimento. Seja de outros como de nós próprios. Questionem, duvidem, experimentem, explorem, destruam, construam até que não restem duvidas.
Já faz bastante tempo que eu tenho vindo a constatar as mais diversas dificuldades e dúvidas por parte de diversos amigos e conhecidos relacionados com a prática de jigging, independentemente da técnica.
A maioria das dificuldades e dúvidas estão relacionadas com
a captura de diversas espécies e na dificuldade de as encontrar.
Vou dividir a conversa em vários pontos e em DIVERSOS RELATOS, para desta forma dar
a MINHA OPINIÃO sobre os verdadeiros problemas e como os superar no que diz respeito a este desporto.
O único assist que ferrou e trouxe o peixe é aquele que se vê na imagem junto do olho..No final verifiquei que se manteve na mesma e não sofreu nenhum dano.
1º Parte (Abordagem e mentalidade)
Quando pensamos em jigging, todos nós
sabemos o quanto pode ser frustrante e desgastante para o corpo passar horas e dias a
fio e o tal troféu seja ele pelágico ou não, nunca
aparece!!!...e como nunca aparece a nossa frustração aumenta e com ela
colocamos em causa o nosso material de pesca…Será que o diâmetro do multi é
elevado???.. Será que o nosso leader é grosso???...Será que o problema é do
jig????...Da cana??..Do carreto??...É lento??...Rápido demais???
A culpa será nossa de não conseguir ferrar um peixe???
A minha resposta é que SIM e que NÃO.
Passo a explicar, SIM, pela simples razão que se alguém
falha só pode ser culpa do homem (pescador), pois o peixe apenas faz o que
sabe, ser peixe. E NÃO, porque muitas das vezes o nosso erro não está no
material ou técnica mas sim na falta de conhecimento ligado à natureza.
A verdade é que nós não podemos controlar a natureza, mas
podemos usar o que nos define como o maior predador à face da terra, o nosso
cérebro. E a partir dai tentar perceber a nossa presa, como ela nasce, vive e
morre.
Eu aprendi uma filosofia com o meu tio que era pescador
profissional no Açores quando tinha 11 anos de idade e que ainda hoje me rejo
por ela. Claro que só passado uns anos é que me apercebi da verdadeira importância
das suas palavras, mas a verdade é que nunca me esqueci delas.
O que ele me disse foi: A pesca é como um campo de batalha
onde o inimigo é o peixe e o soldado o pescador. Se queres chegar a general,
nunca vás para a guerra sem conhecer o teu inimigo.
Eu acredito que o fracasso ou grades como lhe quiserem
chamar de tantos pescadores, tem haver com a falta de conhecimento sobre as espécies
que querem capturar.
É o mesmo que um caçador. Se um caçador quer apanhar javalis
como é que vai caçar para um sitio que só tem lebres??
Como é que o pescador quer apanhar robalos, Lírios ou outro
peixe se sabe pouco ou nada sobre eles??
Onde nascem? O que comem? como comem? têm casa? São solitários? Qual
é a profundidade a que vivem? Se vivem sempre a essa profundidade? Quando é que
acasalam? Etc….
O número de perguntas depende da vossa necessidade de
respostas e da vossa sede por conhecimento. Mas para isso é preciso descobrir,
estudar, pesquisar e por em cima de tudo aplicar no mar e ir limando esse
conhecimento até diminuirmos a diferença que existe entre o que podemos
controlar e o incontrolável (Natureza).
É preciso entender uma coisa…Ter bons resultados na vida dá
trabalho!!! A pesca exige conhecimento e muito trabalho se queremos apanhar
peixe. Não existem atalhos nem milagres nem santos e nem macumba que vos salve
sem conhecimento.
A verdade é que eu não preciso de saber a razão pela qual a
natureza disse ao peixe para só comer caranguejo, sardinha ou camarão a determinada
altura…Mas eu preciso SIM de saber que ele só come caranguejo, sardinha e camarão em
determinada altura!!! Isso é INFORMAÇÃO e CONHECIMENTO e se não soubermos isso
é porque andamos ao sabor do vento e a “brincar à guerra”.
Quem gosta de brincar à guerra nunca pode aspirar, desejar
ou querer melhores resultados. Tem que se contentar com a sorte…o destino…a
natureza…ou até uma dica de um amigo ou conhecido que possua mais conhecimentos
que ele.
A verdade é que quanto mais soubermos sobre uma espécie seja
ela qual for, maior é a nossa taxa de sucesso. Menor é o esforço e número de
horas que necessitamos para atingir os nossos objectivos. É a diferença entre capturar muito, pouco ou
nada, é a capacidade de saber estar mais vezes no sítio certo à hora certa.
A meu ver não existe ninguém melhor do que ninguém, o que
existe são pessoas que sabem mais que outras porque trabalharam mais do que as
outras. Porque o conhecimento que têm não lhes chega e ao contrário das outras
querem mais. Não há problema em querer saber menos, os problemas começam quando
se quer menos e se espera mais!!
O limite somos nós que o traçamos e mais ninguém, só nós é que sabemos o limite do nosso sonho...
Hoje deixo-vos com um video na técnica de Slow Pitch Jigging onde o protagonista tem como nome......BLACK GROUPER OU WARSAW GROUPER.
Infelizmente fui obrigado a encurtar o video de 15 para 6 minutos devido ao meu computador ser velhinho..:-)
Espero que gostem e que vos ajude de alguma forma..:-)
Um grande abraço e até breve
Luís Malabar
4 comentários:
Bom dia Luís, onde quer que estejas.
Muito bom texto, excelente passagem de informação e conceitos que suportam as capturas.
Excelente exemplar.
Sem dúvida que capturar com qualidade e regularidade exige muito trabalho e frequência de pesca. Não há volta a dar.
Obrigado
Ernesto
Comé Luisão!
Como tu sabes não é esta a minha pesca, mas tenho que te dar os parabéns por um relato 5* e que certamente irá ser útil para o pessoal que gosta de pescar aos monstros :)
Abraço e força aí.
Boa noite Ernesto.:-)
Muito obrigado pelo teu apoio e palavras amigo e fico feliz por gostares do que escrevi.
Como disseste e muito bem, não há volta a dar.
Aquele abraço e tudo de bom para ti e para a restante família.
Luís Malabar
Comé terrorista dos camones e dos petiscos..hahaha.:-)
Muito obrigado amigo pois és sempre incansável no apoio que dás. Deixa estar que o teu Inverno já está à porta..hahaha.
Aquele abração amigo :-)
Luís Malabar
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