Como refiro sempre, a pesca á bóia é a minha segunda escolha no que concerne a técnicas de pesca.
Quase sempre escolho a Primavera e Final do Verão para me deslocar à Costa da Caparica, uma zona balnear com extensos areais e longos pontões a separar cada praia. Desde a nova praia até ao quebramar da Cova do Vapor, em qualquer destes locais se podem fazer excelentes pescarias à bóia.
Num final de tarde em que estava com saudades de ir à pesca, dei um salto ao pontão pequeno que fica em frente ao restaurante do Barbas. É um pontão que gosto particularmente pois é sossegado, e não tenho que andar muito, eh eh eh.
Como tinha o material do carro, foi só passar pela casa de pesca e ver o que havia de iscos. Como não tinha ido apanhar os meus iscos favoritos para aquela zona( camarão do rio), lá tive que me contentar com uma caixa de coreana e outra de camarinha.
Ao chegar ao local deparo-me com apenas um pescador o que é logo mau sinal... As águas estavam algo lusas e o dia muito aberto o que deixava antever uma grandiosa...
Pergunto ao companheiro como estava a pesca ao que ele me responde qualquer coisa como: "está a dar para apanhar ar, o que já não é mau...".
Ainda mais certo fiquei das dificuldades que iria encontrar.
Monto o material, escolho uma bóia de cortiça de 30 gramas, bóia de correr, com estralho de 4 metros e tento meter a bóia o mais longe possível. Durante mais de meia hora nem de isco precisei de trocar, ia e voltava intacto.
Mas estava satisfeito, o sol estava tão bom, que merecia a pena nem que fosse só por apanhar um pouco de ar. Apesar disto tinha um pouco de fé, pois sabia que às 8 começava a escurecer e com o escurecimento do dia as águas ficariam mais tapadas e quem sabia se não dava para safar a grade.
Já deviam ser perto das 7 horas quando sinto o primeiro ataque e ferragem pronta, com muita luta por parte do exemplar. Todo satisfeito enrolo a linha e deparo-me com uma maravilhosa Salema de quilo e tal. Só me apeteceu dizer umas asneiradas, mas pronto, valeu pela pica que me deu. Salema devolvida, bóia na água, e o sentimento que faltavam minutos para a pesca terminar pois não tinha levado starlights. Logo de seguida começam os ataques e o meu sorriso revigorou, ainda que fossem pequenos já me entretia, até que resolvo usar o isco que estava a guardar à algum tempo para o final do dia: A camarinha, que não é tão eficaz como o camarão do rio, mas já diz o ditado: Quem não tem cão, caça com gato. E assim foi, lançamento longo em busca do pôr do sol, camarinha dentro de água, e assim que asa de cesto fecha, um ataque bruto, muito forte, drague consequentemente a trabalhar, e o sorriso ficou de orelha a orelha. Já perto de terra confirmo que era um bom exemplar da família Diplodus, e trabalho o sargo com cuidado para num rápido e seguro levantamento trazê-lo para cima. Peixe lindo de quilo, e já me chegava para o objectivo a que me tinha proposto.
Torno a meter a camarinha( como são mais pequenas uso duas de cada vez), e novo ataque com ferragem, mais um bruto, mais uns segundos de prazer, e mais um bom exemplar para fora de água.
Já o dia escurecia e mal se via quando faço o meu último lançamento, com ataque e ferragem, mas desta o peixe venceu, as cabeçadas eram ainda mais vigorosas, o " bichinho" devia ser tão pequeno eh eh eh, que me partiu o 0,28, e fiquei com uma grande cabeça, danado, mas ao mesmo tempo feliz. Nem sempre se ganha estas batalhas, mas sempre se pode ganhar alguma coisa, quando se vai ao mar. Arrumei o material, e fui oferecer o peixe à minha avó, que desde pequeno adora o peixe que o neto lhe leva.
850 gramas/ 920 gramas.
Material usado: Cana: Banax GTX Kombat 5 mt.Carrete: Vega TA 4000.
Linha. POWER PRO 0,19 RED.
Estralho: Falcon prestige 0,28 fluorocoated
Bóia: 30 gramas de cortiça.
Chumbos: 20 gramas + 2 gramas de oliva junto ao anzol.
Iscos: Camarinha e Ganso Coreano.
Filipe Condinho
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