Este ano a marca Barros desenvolveu duas canas de alta gama a preços de gama média/alta, o que só pode ser benéfico para os amantes da modalidade.
Vem ao encontro do que já exisitia através da marca com quem tem ligações, a Trabucco.
Na realidade estas duas canas vêm no seguimento canas produzidas pela marca Trabucco, mais concretamente a Trabucco Poética e Cassiopeia, que são duas canas consagradas para surfcasting, com provas dadas e que pertencem a dois tipos de canas. A Poética é uma cana muito mais robusta, ideal para gramagens mais elevadas( 150 a 170), enquanto que a Cassiopeia é para quem gosta de lançar entre as 120 e 140 gramas. Ambas de qualidade insuspeita, ambas com excelente carbono e componentes Fuji.
Por pertencerem a mesma fábrica, estas duas canas que cada marca apresenta são muito idênticas, sendo que a XK e a Poética são canas muito parecidas, e a XT e Cassiopeia, embora menos parecidas, também revelam semelhanças inegáveis, quer a olho, quer em sensações.
Estas canas vêm montadas com componentes Fuji, e foram desenvolvidas e testadas para a pesca na praia onde a conjugação de longos lançamentos com a alta sensibilidade aos toques, é determinante no sucesso das capturas. Todas são híbridas.
Vamos então analisar ao detalhe as canas da marca Trabucco e as sensações que estas nos têm dado e claro as opiniões que vão passando de boca em boca, e de praia em praia.
A base escolhida são os modelos de 4,50 mt.
Trabucco Poética:
Esta cana representa o topo de gama da marca para surfcasting. É uma cana bastante robusta, com ação de ponteira, que obriga ao lançador a aplicação de mais técnica e força do que a Cassiopeia. É uma cana cuja C.W. ideal anda entre as 150 gr e as 170 gr.
É uma cana bastante sensível e marcadora para a ação a que se destina. Temos que ter consciência de que uma cana para suportar maiores gramagens necessita de ser mais robusta logo será no generalidade menos sensível.
Vem anilhada com porta carretes Fuji, e com passadores Fuji SIC MN. Estes passadores têm uma grande vantagem sobre os LR a meu ver, que passa pelo total aproveitamento, mesmo em dias de muito lixo, e dias ou locais em que possamos utilizar linhas mais grossas. São passadores que a meu ver se enquadram muito bem na tipologia da Costa Ocidental Portuguesa, e que acabam por ser mais versáteis do que os LR, que são excelentes passadores para linhas finas e mares limpos, mas que sofrem muito em dias complicados.
Esta cana vem fabricada com o carbono NANO-TEK CX2, carbono de excelente qualidade.
Traz um C.W. de 100-250 gramas.
Podemos depois visualmente lhe apontar alguns defeitos, mas isso depende dos gostos de cada um. Pessoalmente não sou fã das misturas escolhidas para as cores utilizadas, e muito menos para o Pé da cana, a meu ver muito "démodé". Mas não posso dizer que a cana é feia nem mal acabada, pois seria injusto para a marca. É tudo uma questão de gostos.
Pois é, aqui está um caso de uma cana, muito semelhante à Poética. Existe quem afirme se tratar da mesma cana, mas com acabamentos distintos. Bem, pelas sensações não estaremos muito distantes dessa realidade.
A XK é uma cana muito robusta, mais seca do que a XT. Suporta gramagens altas, sendo que a sua best-performance se situa entre a 150 e 170 gramas, tal como a Poética. É uma cana forte, mas leve, lanaçadora, mas que tal como a Poética requer técnica e aplicação de força para se tirar o melhor partido.
Talvez por ser de uma marca nacional esta cana vem mais barata do que a Poética, o que pode ser interessante para o comprador.
Visualmente é uma cana bastante interessante e bem acabada, resta saber se com o tempo se o cromado não perde qualidade, mas à primeira vista parece de excelente qualidade.
É uma cana leve( 540 gramas) para a potência que demonstra em ação de pesca.
Vem com o Carbono Mitsubishi HM, um carbono de grande qualidade.
Tal como vem sendo hábito entre as marcas Portuguesas, a Barros, tal como fizeram a Vega e a NBS, não se quis ficar atrás e toca de pôr um C.W. daqueles para lançadores de "calhaus". Ação até 300 gramas. É uma triste realidade da nossa mentalidade enquanto pescadores. E o pior é que isto vem por arrasto. A marca X apresenta valores descabidos, mas vende, logo a política e respectivo Marketing só pode passar por isso mesmo. Aumenta-se o C.W. e ficamos todos felizes, mesmo sabendo que os valores não são reais.
E a prova é muito fácil de obter através de testes às canas. Não critico portanto a Barros que faz o que tem que fazer, critico mais nós pescadores que não paramos de exigir mais, para uso de gramagens surreais que jamais iremos utilizar e que nem sequer estamos aptos para tal, além de que não se aplicam sequer à pesca de praia.
Sendo a XK uma cana similar à Poética, não faria sentido o uso de gramagens tão distintas.
Fica a chamada de atenção principalmente para quem compra uma cana e muitas vezes iludido por as referências que esta apresenta abusa dela e acaba por a partir. Tentem sempre ter cuidado no uso das canas e nos seus C.W.. Nada melhor do que a nossa sensibilidade para termos noção até onde cada cana pode ir. Para os menos conhecedores, tentem sempre procurar referências sobre a cana que estão a adquirir.
Estas questões de gramagens em nada retira a qualidade de uma cana, isso é apenas uma questão de Marketing, apenas pode se tornar perigoso para alguns pescadores que tendem a abusar e que iludidos pelos valores marcados acabam por cometer erros próprios da sua inexperiência.
Esta é uma das melhores canas existentes para o pescador comum. Sempre que a usei senti-me cómodo, sem necessitar de aplicar grande força ou técnica para retirar dali boas prestações.
É uma cana de excelente qualidade, tal como já referi, mais indicada para a generalidade dos pescadores. A maioria não possuí grande técnica de lançamento, logo este tipo de cana, mais macia do que a Poética revela-se mais adequada. Tem o senão de não ser uma cana para se abusar em termos de gramagens.
A Cassiopeia é uma cana que tem a sua Best-Performance entre as 120 e 140 gramas. Aqui ela trabalha na sua plenitude e permite ao comum dos pescadores alcançar boas distancias sem grande esforço.
É uma cana muito sensível, e que vem com passadores Fuji MN Alconite, o que tal como a Poética lhe permite suportar dias mais complicados e com lixo. Tem óptimos acabamentos, pese embora eu não seja fã das cores utilizadas.
Esta cana vem fabricada com o carbono NANO-TEK CX2, carbono de excelente qualidade.
Tem como C.W. 100-200 gramas.
A última das canas aqui referenciadas é a que mais me encanta de todas. Das 4 que pude usar é aquela que melhores sensações me transmitiu.
Leve( 500 gramas), potente e muito rápida a responder esta cana deixou-me deveras impressionado.
Costuma-se dizer que no meio está a virtude e neste caso senti isso mesmo pois esta é das 4 canas a que está num meio termo no que se refere a gramagens ideais. A Barros Surf Team XT atinge a sua plenitude entre as 130 a 150 gramas, mas pode suportar gramagens mais elevadas, embora perca em rendimento. Não quero que se fique com a ideia de que esta cana é superior às restantes, apenas me senti mais confortável com esta, principalmente por achar que de todas é a mais rápida.
Vem com o Carbono Mitsubishi HM, um carbono de grande qualidade.
Apresenta um C.W. até 270 gramas, um abuso para aquilo que esta cana pode lançar.
O ponto fraco a meu ver nesta cana está no porta-carretos. Não consigo entender por mais que pense no porquê de esta vir com um porta carretos de cremalheira. Pessoalmente nas canas de Surfcasting não gosto muito pois os carretos desta modalidade tendem a ser grandes e dão uma sensação um pouco instável aquando do lançamento ou quando estamos a recolher grandes pesos.
Em termos de componentes traz porta carretos Fuji e passadores Fuji MN Alconite.
Os acabamentos estão na senda da XK, parecem bons, resta aguardar para ver se o cromado aguenta as condições e respectivo desgaste.
Conclusão:
Em termos de conclusão diria para os que pensam comprar estas canas, que fazem uma excelente compra.
Qualquer uma das 4 tem qualidade, um excepcional carbono, bons componentes, são robustas q.b., são relativamente leves( entre as 500 e 550 gramas), são muito sensíveis e adaptam-se na perfeição à pesca de praia em Portugal.
Qualquer uma das 4 tem qualidade, um excepcional carbono, bons componentes, são robustas q.b., são relativamente leves( entre as 500 e 550 gramas), são muito sensíveis e adaptam-se na perfeição à pesca de praia em Portugal.
Depois devemos ter noção de que cada pessoa tem os seus gostos e a sua forma de pescar, além de nem todos termos as mesmas necessidades. Essas variam consoante a morfologia dos nossos pesqueiros.
Considero a Cassiopeia e a XT mais aptas ao pescador comum, ao que não apresenta grandes capacidades técnicas. São canas fáceis de lançar e muito mais dóceis do que as restantes duas, ideais para mares tranquilos onde as gramagens são normalmente usadas entre os 120gramas e 150 gramas, mas não há bela sem senão, pois se umas são mais dóceis as outras duas, olhando às características da nossa costa, maioritariamente Ocidental, por serem mais robustas e suportarem mais gramagem se adaptam melhor as nossas necessidades. A maioria dos pescadores gostam de lançar chumbadas acima das 140/150 gramas e isso faz com que a Poética e a XK se apresentem como melhores opções, e também mais versáteis permitindo fazer pescas mais exigentes.
Apenas tenho a apontar no caso da XT a tal questão do porta carretos, e de considerar que nestes valores as canas deviam trazer obrigatoriamente um saco rígido.
Apenas tenho a apontar no caso da XT a tal questão do porta carretos, e de considerar que nestes valores as canas deviam trazer obrigatoriamente um saco rígido.
De realçar que os preços das canas da Barros rondam os 300 a 330 euros o que fica mais em conta do que adquirir as da Trabucco, que rondam os 400/450 euros.
Veremos o que o mercado dita para estas canas que estão inseridas num segmento em termos de concorrência muito forte e com bastantes ofertas de enumeras marcas.
2 comentários:
Excelente explicação!!!! Gostei
Abraço
Obrigado Pedro.
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