O título diz muito do que é a pesca, principalmente quando na brincadeira e sempre na brincadeira, uma pesca de amigos se torna numa saudável competição, lol...
Na semana passada estávamos eu a ver o windguru e tomo a decisão de não ir a pesca... Um pouco de vento e temperatura nocturna incerta, envio mensagem ao Guilherme par lhe dizer que afinal já não íamos...
Mas passadas uma horas aparece o Miguel a falar em se ir fazer uma bóia e tal... E que desta ia dar me uma varada e tal... E eu mesmo sem me apetecer muito, disse-lhe, ok, então liga lá ao Guilherme e bora lá...
Ainda por cima o Pézinhos dizia que me ia dar uma valente tareia desta vez e bem, não podia recusar uma brincadeira de amigos...
Ficou então combinado que lá para as 8 íamos dar um salto lá...
E foi assim que depois de 6 hambúrgueres que eu e o Guilherme comemos, seguimos para a nossa pesca.
Chegámos já com alguns pescadores por lá, mas ainda deu para escolher um dos spots que mais gostamos e vupt... Foi mudar de roupa e ir pescar. Lá em baixo, fiquei com o Miguel a esquerda e com o Guilherme a direita.
A coisa não aparentava estar fácil pois o vento frontal era já algo forte e o frio também se fazia sentir o que nesta pesca é uma porcaria pois por algum motivo, os carapaus não encostam, ou pelo menos não sobem tanto e dificulta muitíssimo a pesca.
A coisa começou logo com o Miguel a repetir vezes sem conta que me ia dar uma varada... E tal, e tal... Eu estava convicto que não, mas a pesca começou muito mal para mim... Eu não sentia nada, o Guilherme nada, e ele lá ia numa actividade baixa sacando alguns peixitos... Não que actividade fosse muita, mas eu tenho que reconhecer que só ele sentia peixe... e só ele apanhava. Eu não sou de desculpas, gosto é de tentar perceber os porquês. Eu sou atento... Reparei que ele estava a pescar mais fundo e alterei processos... E comecei a ter alguns toques tímidos, mas epa, alguns... Mas o seio na linha era tanto, que praticamente era impossível ferrar um peixe... E eu estou habituado a pescar com o carreto a trabalhar nesta pesca, fazendo a ferragem e acompanhando com o carreto!!! E nada... E nada... E nada... Percebi que cometi o erro de levar um carreto que tem uma baixa recuperação e que não me deixava acompanhar o movimento da linha com o vento que se fazia sentir...
Estava a ser um stress, e apenas apanhei um carapau em mais de uma hora... Estava a ser desesperante... Ele já levava uns 7 ou 8... E na hora seguinte pouco se alterou, até porque eu no meio, com vento para o meu lado tinha sempre uma bóia em cima e não consegui fazer o circuito necessário para esticar a linha e pescar sossegado a minha maneira.
Aumentei o peso até ao limite... Mas epa a coisa não funcionava e estava uns 12 ou 13 para ele, eu com 3 e o Guilherme julgo que com 2.
Tornei a alterar processos, e desta além de mais peso, aumentei muito a fundura, e cheguei a estar a pescar com 5 metros. E foi aqui que comecei a sentir mais peixe... Na brincadeira e no escuro, ia apanhando e ia dizendo que eram bogas( verdade que algumas eram)... O Guilherme só se ria, porque via que eram carapaus... E vai de rir e rir... O Miguelito sempre focado dava-me uma tareia... E lá ia gozando e tal...
Isto porque eu achei que a água estava barrenta, muito escura e ele só dizia que para mim estava barrenta, para os carapaus dele, deviam andar de óculos pois viam bem... E torno a dizer, ele estava muito mais certinho do que eu, e pese embora a distancia fosse cada vez menor, a verdade é que ele chegou aos 20 e eu com uns 13/14... O Guilherme também foi melhorando e já estava a acertar mais com a coisa... Também já devia ter uns 10.
A maré subiu muito, e do lado esquerdo não estava ninguém, eu pese embora tivesse recuperado muito, senti que assim não ia dar... E disse para mim...
" Muda de spot, procura o peixe"... E assim o fiz, passando eu para a esquerda, e aí conseguia de uma forma mais apurada, lançar, esticar melhor a linha e poder fazer uma melhor ferragem...
Eu continuava na brincadeira, e ia dizendo que era mais uma boga e mais outra... E ele dizia " E metes no saco? Vale tudo, lol..."
Eu ia tentando diminuir distância, mas ele estava forte, e ia também apanhando mais ou menos ao mesmo ritmo... Hmmm pensava eu, agora estou a pescar melhor, mas com este vento, e se ele não vacila, vai ser difícil... Mas como sempre nestas brincadeiras, concentro-me e tento dar o melhor, pois já lá vão 29 anos de pesca e sempre aprendi que não é como começa, é como acaba...
No meio disto houve um momento importante, eu enliei a montagem e tive que trocar e ele igualmente teve que mudar algo, pois esteve um pouco de roda da cana... E fui rápido e comecei a pescar primeiro, e diminui a distância, acertei o passo, e desta devido ao aumento de actividade subi a montagem para mais perto dos 2 metros e tal de fundo... E os ataques sucediam-se... Um a seguir ao outro, com muitos a safarem se no caminho ou na elevação e com bogas e cavalas a mistura, fui fazendo a reviravolta no marcador e a dada altura, já eu sabia que estava com tantos ou quase tantos do que ele. E ia lhe dizendo que já o tinha ultrapassado... E ele já sem pica ia baixando a guarda e vacilando e claro, acabou em parte por perder o interesse, pois eu já sabia que estava a apanhar mais e queria agora que ele respondesse, e nada, lol... Ficou se por um ritmo mais baixo e com mais paragens, até para falar ao telemóvel...
E cada vez que agarrava na cana, comigo a dizer, e vai outra boga, olha outra boga, e mais outra... Ele já não ligava e dizia não ter pica para pescar mais... E a vitória acabou por se consumar, mas ter menos sabor, pois preferia tê-lo mais consistente, coisa que ele ainda não é, embora pesque bem.
Eu sem culpa nisso, lembrei me logo de um jogo de futebol, onde o resultado não interessa ao minuto 5, 45 ou 89, interessa quando o árbitro apita para o final do jogo. E neste jogo ele só durou uns 60 minutos, e pagou por isso... Pois naquele ritmo, podia me ter ganho. Mas isto não é como começa, é como acaba...
Tínhamos combinado que quem perdesse pagava um Hambúrguer no Jacinto ( relote da zona), mas não só não tinha fome, como já eram duas e tal da manhã e queria era ir dormir que de manhã é que iam ser elas para me levantar, lol...
Soube bem, porque estive a pesca com dois grandes amigos, e porque todos trouxemos peixe para casa, apesar da grande dificuldade que foi a noite, acreditem que estava péssima para aquela pesca. Na manhã seguinte falei com amigos que tinham lá estado e só apanharam 2 carapaus. Não era noite deles, mas com muita luta, e muita insistência conseguimos fazer ainda 100 e tal carapaus entre todos.
A pescaria do Guilherme:
A minha pescaria:
Até um dia destes,
FilipePC, Guilherme Cruz e Miguel Candeias
5 comentários:
Andas forte com os carapaus... :)
Abraço e aperta com eles... :)
Deixa o pezinhos ganhar uma vez por que senão perdes a clientela. Um abraço aí para vocês grandes amigos.
Da última vez que fiz essa pesca, ainda os carapaus pediam para ir para terra :D Era só acender o candeio. Um abraço.
Parabéns a todos pela carapauzada..:-) Muito fixe o relato Filipe e tens razão, não é como começa, mas sempre como acaba..:-)
Aquele abração amigo
Luís Malabar
Essa é uma boa pesca para se pescar em grupo e fazer essas brincadeiras competitivas que muitas vezes animam as jornadas de pesca, eu penso como dizes pois faço muitas provas e convívios de pesca, é lutar até ao fim, pois até ao lavar dos cestos ainda é vindima e em varias situações já ganhei graças a peixes tirados nos instantes finais.
Mesmo com fracas condições conseguiram umas pescas engraçadas.
Um abraço e bons lances.
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