Mais uma jornada de spinning, mais umas horas de descanso perdidas... Mas se perdi em descanso, ganhei em vida... Mais um momento bem passado na companhia de um grande amigo.
O Miguel anda com as pilhas todas, quer é pesca, e eu na realidade tenho aproveitado a companhia dele para fazer umas pescarias visto que sozinho nunca é igual.
Confesso que pescar de terra, tem sido cada vez mais complicado. Metade do país anda a pesca. Evito, pois sou fruto de motivações, e não as sentindo, não faço as coisas.
Nada, mas nada me motiva mais do que pescar ao lado de quem gosto e em paz.
Aliás, o Luís Malabar sabe disso, ele deve-se lembrar bem de quando me estava sempre a dizer que estava a dar peixe, montes deles, e ele sabe bem que eu não ia a correr feito louco, não cegava, eu só vou quando me apetece e quando sinto o clic. Hoje no entanto arrependo-me de não ter feito mais pescarias na companhia dele, pois a falta que sinto é enorme, e tinham sido mais motivos para recordar. E recordar é viver.
Talvez por isso, e mesmo muito mole, aceitei o convite do Miguel e fui fazer um spinning nocturno, mas tal como lhe disse, era fazer duas horas e casa, pois eu trabalhava no dia a seguir e ele não.
Assim o fizemos e cerca das 8 arrancámos para o pesqueiro. Tudo à pressa, ao ponto de me esquecer da lanterna, e lá tive que parar no primeiro chinoca para comprar uma da tanga, enfim...
Chegados ao pesqueiro, eram às dezenas o pessoal a tirar fotos ao lindo pôr do sol que estava. Eu só me lembro de pedir ao Miguel para se despachar, para montar a cana, que eu queria ir pescar...
Ainda no carro montámos tudo, a noite, essa... Fabulosa, um luxo, fiquei sempre sem vestir nada, só com o vadeador por cima. Soube-me tão bem, mas tão bem... A única coisa que não estava bem era o facto de a maré estar vazia e irmos levar com a enchente, coisa que eu não gosto ao spinning. Não tinha portanto fé em apanhar nada, mas tinha ido com o intuito de passar um bom bocado e apanhar ar. O ambiente com o Miguel é sempre espectacular, é mais um amigo do peito, com quem já vivi grandes momentos junto ao mar, com quem passo muitos dias a rir, e a contar-mos histórias e claro sempre a falar do desporto que nos apaixona. Pelo caminho existe sempre a tendência de cada um dizer, vou apanhar um logo no 1º lançamento, vou apanhar mais do que tu, vou te mostrar como é, lololol, é o costume entre a malta.
Assim que chegámos, observei bem o mar, e vi onde estava com melhores condições, ele foi para a esquerda e eu fui mais para a direita, onde vi uma boa escoa, ao lado de um fundão. Como a maré não corria nada, percebi que naquela zona podia mais facilmente ter sucesso, pois ali o mar estava a mexer por baixo, o que verifiquei assim que lá cheguei. Cada lançamento a amostra alterava sempre o seu trabalhar, oscilando entre o sentir se muito o wobbling e deixar de sentir, quando vinha a vaga...
Talvez por isso insisti sempre na zona e não saí mais do que 5 a 10 metros da zona, andando sempre para um lado e outro, mas sempre no perímetro, o Miguel entretanto veio ter comigo, e lá ficámos a dar neles, à procura de desgradar. Troquei umas 6/7 amostras sem nunca ter resultados, a Lua cheia olhava para mim e eu para ela, e só pensava em que se não fosse aquela noite brutal, eu já me tinha ido embora, pois simplesmente não se sentia nada... O Miguel perguntava-me, eu a ele, e nada. Nenhum sentiu um toque durante hora e meia... Comecei a pensar que era grade, e quando olhei para as horas, disse para mim que era mais meia hora, e finito...
Fui então à bolsa e deixei de ser teimoso, parei de trocar de amostras, e lá agarrei nela, toda marada, já quase sem tinta, mas era ela... E disse-lhe bem baixinho ao ouvido: " Voa borboleta, trás uma baila ao pai..."... E ela vou... E não bateu, o Miguel chegou-se ao pé de mim, estava a minha amostra a chegar à escoa, a meia dúzia de metros dos pés, e quando olho para ele, sinto um Ptum, ptum, ptummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm, e fiz a ferragem, num toque de ponteira, rápido e seco. E percebi que estava bem ferrada, lutou muito e ainda me arrancou um pouco ali na escoa, rodou de lado, foi contra a corrente, mas tranquei-lhe o drag quando percebi que o podia fazer e dei uns passos para trás enquanto a tirava da escoa, que era forte, e daquela altura louca que tem a zona. Já em seco, o Miguel deu uma corrida e trouxe-ma aos pés. Um linda, arisca e muito gordinha Baila. Lindo peixe. Elas este ano estão tão gordas estão simplesmente deliciosas.
E com uma grande alegria, lembrei-me dos momentos com o Palmeta, e com o Guilherme e demos uma palmada um " toma lá mais cinco" , um grande sorriso, e lá fomos nós à procura de mais uma, e logo no lançamento seguinte o Miguel crava outra, chama-me mas ela ptum, ptum, eu só via a cana dele às cabeçadas, e a gaja desferrou, e lá sobreviveu. Custa pa caraças... Mas faz parte da pesca, é por vezes um desespero, mas não há nada a fazer quando acontece. Tive pena, pois queria muito que ele também sacasse uma, mas ele tem se safo bem, está a fazer uns peixes e um dia é do peixe, outro do pescador. Faz parte.
Continuámos mais uma meia hora, sem qualquer toque, sem actividade, e lá conversámos e desistimos. Eu precisava de ir descansar, e ele ia insistir no dia seguinte, precisava dormir algumas horas.
Pelo caminho, viemos sempre na galhofa, e parámos, não para beber um café, mas para comer uns croissants de chocolate e ovo, lol. Primeiro demos comida aos peixes, depois demos a nós...
Chegado a casa, foi lavar o vadeador ( muito importante pessoal ), e cama... Em breve há mais... Podem crer que vai haver, eheheh!!!
Material:
Canas: Shimano Stradic spin; Hiro Magister Lure
Carretos: Shimano Biomaster 5000 FC; Daiwa Certate Hyper custom 4000
Linhas: Sufix 832
Amostras: Max Rap; Lucky Craft; Akada; Angel Kiss; Jackson Athlete
Filipepc, Miguel Candeias
3 comentários:
Boas Filipe,
És cá dos meus... :)
Nada de confusões e andar pela noite a dentro a mandar peixinhos... LOL
Não há sensação melhor do que essa, de pescar assim de terra, tirando as ilhadas é claro... LOL
Não aproveitaste com o Luís, mas pelo menos aprendeste algo, que te fez melhorar...
Forte Abraço e venham eles... :)
Mais um peixinho amigo..:-) A unica pena que tenho é não ter pescado mais vezes contigo. Nunca pelo peixe, mas sim pela tua companhia e lembranças..:-)
Aquele abração grande
Luís Malabar
Mais um bom momento passado junto ao mar, com um bom amigo numa noite agradável que mais se pode pedir.
Um abraço e continuação de bons lances e de relatos simplesmente deliciosos.
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