Boas.
Mais uma semana e mais uma pescaria combinada. Queriamos ir
ao surfcasting, mas por ter compromissos no dia seguinte não podiamos ir para
onde temos ido. Não dava para ir à costa alentejana como tanto temos feito
ultimamente e que tanto adoramos. A viagem, o afastar da nossa zona dá-nos uma
sensação diferente...
Parece que até vamos de férias. Ainda no outro dia falava
disso com o Filipe e expressámos os dois
o mesmo. Se esta pesca para nós já é um grande retiro, ir até à costa
alentejana ainda o é mais. A viagem cansa, andar kms pelo areal cansa, pescar a
noite toda até dia cansa, voltar a andar kms para o carro cansa, e a viagem de
volta cansa. Tudo cansa naquela pesca, mas é muito mas mesmo muito revigorante.
E é como nós os dois pensamos “ir lá abaixo”, como nós lhe chamamos, ainda é
mais revigorante.
Mas como disse desta vez não dava para “ir lá abaixo”. E como
tal decidimos ir até um pesqueiro mais perto. Ficou marcado irmos às bicas.
Era sábado e eu saia do trabalho por volta das 17h30, só dava
tempo para ir a casa agarrar nas tralhas e carregar o carro, mas nunca sem
antes preparar o cafézinho. O grande companheiro destas pescas.
Com tudo tratado já estava a caminho de casa do Filipe e lá
tive eu de subir até casa dele para o ajudar a descer com a tralha. Digo-lhe
sempre o mesmo, que a mim ninguem me ajuda. EHEHEH
Chegámos às bicas e o Filipe foi observar a praia enquanto eu
vestia o vadeador e descarregava o carro.
Parecia não haver limo e lá decidimos descer. Tralha às
costas e vai de fazer a descida e caminhar uns bons metros até depois daquela
pedra. Quando lá chegámos vimos que não tinhamos espaço para as nossas 6 canas
pois estava um pescador um pouco mais à frente mas decidimos ficar por ali...
O Filipe lança a primeira cana e mal cai teve um toque, mas
não ficou. Continuamos a montar as canas e eu lanço a minha.
O Filipe vai recolher a dele e aí começa o problema, limo,
carradas dele, daquele que fica parece uma papa. Foi um bico de obra para tirar
a linha da água. Eu vou ver a minha e estava areada, ou então com um monte de
limo gigante em cima da chumbada que nem mexia. Lá partiu pelo chicote.
O Filipe foi falar com o outro pescador que lá estava e ele
disse que o limo só tinha aparecido pouco depois de termos chegado.
Ficámos sentados uns 30min a pensar o que iamos fazer. Pois
tinhamos de arrumar tudo e voltar a fazer aquela subida matadora se queriamos
ir pescar para outro lado. Tinhamos também de decidir rápido pois se a maré
subisse muito não conseguiamos passar de volta para o carro e aí teriamos de
pescar por ali com ou sem limo.
Lá ponderámos e decidimos ir até ao meco. Até parece facil
agora ao escrever esta frase, mas quando chegámos ao carro depois de andar uns
bons metros na praia e fazer aquela subida terrivel, estávamos de rastos. Quase
sem vontade de pescar e voltar a carregar a tralha toda de novo por outro
areal...
Mas lá fomos até ao Meco. Desta vez decidimos ir a sem
tralhas ver com outros pescadores que por lá estivessem se por ali havia limo.
Lá demos com uns quantos que disseram que havia pouco mas que dava para pescar.
Pensámos então se deviamos ficar por ali ou se iamos a outro lado. Acima de
tudo porque sabiamos que se começássemos a pescar e aparecesse limo o mais
provável era arrumarmos e irmos para casa.
Então lá decidimos ir até à Lagoa de Albufeira. Visto que se nas bicas
havia limo e se no meco pouco havia, pela lógica na lagoa estaria limpo.
Dito e feito e lá fomos nós.
Lá escolhemos o spot para ficar e quando começámos à pesca
eram 23h30, tinhamos nós saido de casa ainda de dia e só a esta hora estávamos
a pescar. Estávamos cansados e todos rebentados.
Canas montadas, iscas na água e era hora de comer, de um café
e sentar um bocado na praia.
Peixe nem vê-lo. Nem comiam a isca. As horas iam passando e o
cansaço cada vez mais se apoderava de nós. O nevoeiro tipico da zona também ia
aparecendo.
O Filipe começa a fechar os olhos e vai de adormecer. Eu ia
fazendo um esforço para não adormecer mas estava dificil. Ainda revi os iscos
em duas ou três canas mas depois rendi-me e adormeci.
Quando acordei o nevoeiro ainda era intenso, a maré essa já
vazava, deviam ser umas 5 da manha. E ainda com os olhos embaciados vejo a
PrimeCaster a bater. Ainda esfreguei os olhos para ver se não era do sono, mas
não estava mesmo a bater.
Quando lá cheguei tinha a linha toda corrida para norte.
Começo a recolher e tinha lá peixe, deu umas quantas cabeçadas, e vinha bom
peso do lado de lá. Pensei logo num robalo de bom porte. Sempre a recolher com
calma e o Filipe ainda a dormir, tentei chamá-lo e gritei por ele, mas ele
estava longe e bem ferrado. Quando acabo de recolher vi que era um baila
jeitosa mas não era só isso que vinha. Tinha corrido de tal maneira, que tinha
agarrado a linha da cana do Filipe. Voltei a gritar por ele para me vir ajudar
a desembaraçar aquilo tudo e nada. Tive de ir até à cadeira dele e chamá-lo.
Vejo que ele acordou e viro-lhe costas. Quando aparece ao pé de mim ainda meio
a dormir diz-me.
– Não me podes acordar assim. Levantei-me rápido e
como tinha o pé dormente caí!!
Depois mostrei-lhe a baila, e o novelo de fios que para ali
estava. Lá cortámos o que havia para cortar e desembaraçámos o que dava para
safar e voltámos à pesca.
A maré vazava vem, e já dava para metermos as canas em cima
do cabeço e para lá fomos.
Estávamos a chegar a um momento bom da pesca que seria o
lusco fusco. E a esperança de fazer mais uns peixes seria nessa hora.
E olho para a minha cana e estava a prumo. Mais uma baila.
2-1. A picardia entre os dois estava em alta, pois temos uma regra entre os
dois que é quem apanha menos peixe carrega com o peixe até ao carro.
Mas logo a seguir o Filipe empata com outra baila. Todas elas
gordas e já de bom tamanho.
Já o sol tinha aparecido e o Filipe dá a volta ao marcador.
3-2. E só saiam bailas!!!
A actividade estava a baixar, e já começávamos a pensar em
começar a arrumar uma cana de cada vez, quando olho para a SAT e estava com a
linha corrida para norte. Mas desta vez era uma baila pequena que mesmo assim
consguiu arrastar uma chumbada de 165gr. Tirei-lhe uma foto e devolvia ao mar.
Fui ter com o Filipe e disse que estava 3-3 mas ele perguntou-me logo onde
estava o peixe. E aí lixei-me disse-lhe que era pequena e que a tinha
devolvido. Voltámos a acertar o marcador para 3-2.
Mas não foi por muito tempo. Já tinha outra cana a prumo e
mais uma baila jeitosa para o saco. 3-3.
O dia já estava muito claro e as águas muito abertas. As
bailas estava começar a mamar só no isco mas não ferravam. Viamos os pequenos
toques delas e nada...
Nas ondas conseguiamos ve-las a surfar, não eram cardumes
grandes, mas volta e meia conseguíamos ver 2 ou 3 pelas ondas.
Estávamos a ver que tinhamos que fazer par ou impar para ver
quem levava o saco, até que o vejo a Maseraty do Filipe a ficar e direita e ele
também viu. 4-3, só bailas. Logo de seguida mais uma para cada... 5-4.
PRIME CASTER COM 160 GR.
vara fortíssima
Hellion Evolution com 160 gr.
um mimo...
Ainda tentamos por mais um bocado mas o marcador estava
fechado e lá ia eu carregar o peixe outra vez.
Fomos compensados com aquele amanhecer, pois por vezes
fez-nos esquecer o que já tinhamos andado naquele dia para conseguirmos pescar.
Mais uma grande noite de pesca na companhia de um grande
amigo.
Material:
Canas: Daiwa PrimeCaster II, Daiwa SkyCaster, Daiwa Tribeam,
Shimano SAT, Yuki Maseraty, Vega Hellion Surf Evolution
Carretos: Shimano Power Aero Spin Power (2), Shimano Bulls
Eye (3), Vega Brava
Linhas: Yuki Kenta, Team Cormoura, AwaShima Missile, Sufix
100% Fluorcarbono, Cormoura Revolution...
Anzoís: Hayabusa Chinu, Hayabusa FKS, Sasame Chinu
Iscos: Ganso nacional, Casulo, Carangueijo
Guilherme, FilipePC
3 comentários:
Boas,
Depois de suarem bastante e ponderaem o que fazer à vida, lá deram com um buraco onde ainda safaram umas bailas! :)
Ás vezes é assim o lismo prega estas partidas, mas temos que ser persistentes e abalar para outro sítio e ter Fé...
Forte Abraço aos dois e força ai
Parabéns pela excelente pesca amigo. Estive lá Domingo foi uma desgraça, só tirei um sargo pequeno e um aranha. Um abraço, David.
Parabéns pela pescaria amigos. Depois de sofrer sempre deram com o peixe. .hehehe.
Um grande abraço para os dois
Luís Malabar
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