(Corrico) Um bom cabeçudo...

Boas Pessoal...


Pelos vistos o verão está a chegar ao fim com muita pena minha e a começar o cacimbo...sniff...sniff...hahaha

Não que eu não goste do cacimbo, mas passar 3 ou 4 mêses ao trolling aos pungos, garoupas e meros. Para ser sincero não gosto, é uma pesca de seca!!...Claro que a malta em Portugal delira com as corvinas, mas para mim, depois de descobrir a força de outros peixes, posso dizer que a corvina é um peixe muito cansado...hahaha...só tenho pena que o tamanho, peso das corvinas e dos pungos não correspondam à sua luta.

Podem achar que eu sou maluco quando digo que é um peixe cansado, mas eu tal como voçês, quando pescava a elas em Portugal, também ficava maluco com a luta que me davam, e achava a corvina um peixe com uma força descomunal, com uns arranques demolidores e com uma resistência duradoura. Ainda por cima, como é que um peixe tirado entre os 7 e os 11 metros de fundo se cansa tão rápido!!..claro que o equipamento que eu uso aqui é mais pesado do que aquele que eu usava em portugal. Mas acreditem que a única diferença que existe entre pescar a elas com material mais pesado ou mais leve, é só o tempo que demora a puxar para cima o seu peso e não pela luta. Pois com material mais leve, ao fim de um bocado começa a ser uma seca, pois sente-se que o peixe já deu o que tinha a dar mas só não o forçamos por causa do material...se é que me entendem.....e não porque continua a correr de um lado para o outro e sempre a dar cabeçadas. Eu não pesco com material pesado por causa delas, mas sim por causa dos outros peixes, que esses sim. São bem mais brutos e fortes que as corvinas e os pungos.

Mas se quiserem experimentar um dia pescar com material mais pesado, vão reparar que vão usufruir de toda a luta dela e quando ela chegar cá acima, ainda vai dar luta, ao invés de vir já morta...experimentem um dia e vão ver que, a única diferença vai ser só, na vossa capacidade de a puxar para cima ao invés de esperarem que ela ceda quando já morreu. Estar no controle do jogo é muito diferente de só participar dele.

Espero que este ano, o nosso Tejo vos dê muitas alegrias e a possibilidade de tirarem os vossos troféus, pois a corvina é um dos maiores peixes desportivos que temos em Portugal. Só espero que se respeitem uns aos outros no mar e nos pesqueiros, para que a pesca seja um prazer e nunca uma luta entre pescadores.

Mudando de assunto...

Este ano o jigging, para as minhas bandas foi muito fraco..nada que se compare com o ano passado, onde os piazeites fizeram parte do meu dia a dia, com lutas descomunais, levando-me ao limite do meu corpo, mas sempre com uma satisfação enorme e um agradecimento ao mar por esses dias.

Este ano tive dias muito difíceis, mas que serviram para crescer com pescador e acumular mais experiência e entendimento sobre esta pesca. É como eu costumo dizer, não são com os dias de abundância que aprendemos, mas sim naqueles dias, que o peixe se encontra lá e por alguma razão, só come de uma maneira!!

Mas felizmente, depois de falar com algumas pessoas, percebi que a falta que houve este ano de piazeites, não é normal....THANK YOU GOD...hahaha. O normal todos os anos é como foi no meu primeiro ano aqui...PALETES deles....hahaha.

Para terminar, deixo-vos aqui com o meu ultimo cabeçudo que tirei ao corrico, quando andava à procura dos veleiros. Este foi apanhado com miriasanga e anzol circular...e quando lhe dei de comer, pensava mesmo que era um veleiro...hahaha..pois não atacou como é normal deles.

Apesar da pesca andar muito fraca nesta altura de transição, espero conseguir dar com o peixe para vos contar mais algumas aventuras que se vão passando...:-)

                           Um grande abraço e até breve

                                         Luís Malabar