Os nossos amigos

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

( Surfcasting) O GANG no Surf-Water

Boas,

Qual é esta modalidade??? Vá lá... Pensem lá um pouco!!! Se é surf e é na água.... Simmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm... Acertaram!




Bem vindos ao SURF-WATER!!!


Meses de espera, meses a tentar marcar, mas acontecia sempre alguma coisa. À parte disso, a vida é como é... O facto de um sítio te ser especial, não significa que não vás menos lá... Apenas significa que quando lá vais, todos os teus pelos se arrepiam, todo o teu ser reage, quem tu és, o que respiras e sentes vem ao de cima. És feliz, só porque sim... E isso é a maior pureza e o maior significado que guardo da pesca. De tudo o que ela sempre significou para mim.

Já com algumas 4 ou 5 vezes marcada esta pesca foi sempre posta de parte, ou eu ou o Guilherme, ou o vento, ou a chuva, enfim... Nunca dava! Mas desta lá conseguimos... A juntar a isto, o Passeiro e o Joaonumberone seguiram-nos... Alguns dos elementos do GANG estavam juntos, e logo ali, logo naquele spot... O resto para mim, num dos melhores dias do ano de pesca que tive, o resto pessoal... Foi pura magia, nesta modalidade tão especial............

SURFWATER



Eram 5.45 e a malta estava toda a minha porta... Eu cheio de tralha, pá do isco, tudo pronto para mais uma maratona, mais um dia de labuta... Mas pessoal, juro-vos, adoro a pesca assim. Hoje em dia raramente o faço, não tenho vontade, tempo, e claro uma semana a trabalhar e depois ainda ir ao isco é efectivamente muito duro. Mas que me enche a alma, já aqui o referi algumas vezes, enche... Sinto-me pescador, adoro apanhar os caranguejos, os casulos, e depois ir fazer uns lances. Fico saciado, fico totalmente completo. Se a isto juntar alguns dos meus grandes amigos deste mundo... Para ser a cereja no bolo, era o dia ser de algum peixe...

Fomos cedo com a ideia de fazer o final da maré, antes de irmos apanhar uns casulos. Depois de andarmos muitooo, lá chegámos ao meu cantinho, e lá lhes expliquei como se pesca ali, e acima de tudo, que era mais para se tentar algum peixeco, pois a maré ali vaza muito e pesca-se pouco tempo... Expliquei-lhes o que existe em cada zona para onde lançam a cana, e eles aprenderam às custas deles... Um lado direito plano, um misto na zona frontal, e um lado esquerdo que promete, que tem bons peixes, mas que é praticamente impossível de se pescar... Digamos que tem um declive de 10 metros em meia dúzia de metros... E isso torna quase impossível se recolher um bom peixe, pois a parede é bordada de ostras... Cada qual lá montou a sua cana e tentou a sua sorte. Logo nos 1ºs lançamentos uns quantos toques, e estavam eles de costas na palheta e vejo a cana do João a bater e a ficar colada... Peixe ferrado!!! Corri pois era o que estava mais perto e dei-lhe o toque, estava lá, agora era recolher com calma, mas sem hesitações para não ficar em alguma pedra, pois estávamos na zona mista... Fui recolhendo já com os gradeiros todos ao meu lado... E pimba... A 1ª dourada do dia, uma linda menina... Imaginem lá a nossa alegria. Grade de douradas já não era!!! Ganso, o assasino de douradas aqui da zona...

Continuámos a acompanhar a água a vazar e as canas iam batendo... Saíram ali em minutos uns robalotes, uma baila, dois sargos e outra dourada, mas esta de palmo, foi solta, para crescer mais um pouco...




Catch and release










A coisa abrandou e os toques já mal se faziam sentir. A maré estava tão baixa que era hora de irmos nos dedicar a apanha de casulo. Agora era a minha vez de ir a labuta. Adoro apanhar casulo, e com a ajuda do Guilherme lá fomos... Uma horita chegou para se apanhar mais de 100... Chegava perfeitamente. Pelo meio ainda apanhámos umas bichas brancas, isco letal nesta zona. Agora era voltar para junto do acampamento e fazer mais uns lançamentos antes de rumar ao spot onde tínhamos decidido que se ia dar a pesca... A maré subia rapidamente e lá fomos andando pelo areal com a tralha toda as costas...



Assim que chegámos lançámos as canas e avisei-os para comerem, pois as horas seguintes iam ser duras demais para alguém se lembrar de comer... Como vão perceber...
Mal a água começou a tapar os bancos de ostral e os riachos, começámos a ter toques e apanhou-se alguns robalotes. Nada que me alegrasse, pois não fomos a pesca de robalos, fomos procurar douradas...

A velocidade da água já era tanta que mal mastiguei a comida, só me preocupei em me alimentar e beber a água suficiente para aguentar as 6 horas que estavam para vir... E eis que decidimos andar para trás para o cabeço principal onde íamos pescar... Fui o 1º a ir para lá e a lançar e não demorou até a cana bater... Mas... apenas éramos brindados com robalotes... Chegaram a vir as parejas...

Entre nós com a água a subir íamos decidindo se valeria a pena sofrer ou recuar até terra... Eu estava confiante, embora os sinais fossem negativos pois estou habituado por esta altura da maré a já ter algumas douradas, mas continuávamos apenas com a tal apanhada na vazante....

A maré galgava, e por esta altura, já não eram metros, era altura... Estávamos já completamente alagados, agora era aguentar...






Canas no espeto, todos com a sua caninha ao lado... E finalmente eis que um toque seco, despertou a nossa atenção... E assim que o Guilherme agarra na cana, ponteira em baixo, tensão máxima... Cabeçadas vigorosas, e claro... Era uma amarelinha... Digo-vos... Tirá-las dentro de água é simplesmente brutal... Peixe a nadar a nossa volta, um a tentar segurá-la, muito bom... PREDADORES PUROS!


Peixe na saca, era hora de continuar na busca por mais... E logo de seguida, o João ferra outra... Cana bem dobrada e cabeçadas fortes, e lá andava o Guilherme aos salticos dentro de água para tentar agarrar a menina... Mais uma para a rede.

Não demorou até finalmente sentir uns toques fortes, secos... Agarrei na cana, e fiz a ferragem. Percebi logo pela pressão na cana que era mais uma burra, mais uma testa amarela, e fui aproveitando o momento que tão bem me soube...  Este ano não pude ir a procura delas como era costume, felizmente logo neste primeiro dia a coisa estava a dar-se... Já perto de mim, foi deixá-la cansar um pouco antes de a pôr nas mãos do Guilherme. Mais uma!

Estava eu a pensar... Agora era ser o Luís... E pimbaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, cana a prume, toques vigorosos, ele a sorrir, e lá me fui chegando a ele para preparar o momento para a agarrar. Com ela na mão, foi ver um amigo a sorrir, e isso é do melhor que há.

Bem, a água essa é que não parava de subir, e da canela, já a ia sentindo pelas pernas acima. O pessoal só se ria, e a cara do Joãonumberone, era um fartote... Era mesmo do género " Meto-me com estes lobitos, depois dá nisto..."... Mas no meio da cara aflita dele, a boa disposição dava sempre para soltar um... " bem... antes de mim, vai o baixinho, esse é o primeiro a ir ( referia-se ao Guilherme)... Um gozo... O que me ri... Na verdade a água lá para o lado das pernas do Guilherme, já devia estar por zonas complicadas!!!



E as douradas não paravam... Sticadas atrás de sticadas, algumas ferragens falhadas, e era ver as canas a vergarem e a provarem da força destes peixes... Nós, claro... Nas sete quintas!!! Cana a prume, e mais uma na cana do Guilherme... Ele a trabalhar o peixe e ela as minhas voltas dentro de água... e eu ia-lhe dizendo " devagar, está pelo beiço, já a vi, não a puxes". Imaginem o quanto é giro poder ver onde está ferrado o peixe para o poder trabalhar da melhor forma. Peixe na mão, peixe na rede!!! Logo de seguida, grande mocada na outra cana, peixe lutador... Um bom sargo. A coisa cada vez melhor!!!

Agarrei na minha cana e lá fui fazer o meu lançamento FALCÃO... E... Estava ainda a fechar a asa de cesto e sinto um toque, e logo de seguida, ponteira em esforço, faço a ferragem... Cana bem dobrada... Hmmm, eheheh, mais uma! Linda...






E eis que do outro lado, o Luís já estava com outra ferrada... Que loucura... Que minutos loucos, que adrenalina PORRAAA!!!
Mas... Estando a água já muito alta, tivemos que recuar para um pequeno cabeça uns vinte metros atrás... Aqui a loucura ainda continuava, e logo de seguida... cabeçadas, cabeçadas, e pimbaaa, mais duas douradas, todas do mesmo calibre. A malta estava animada, e logo de seguida mais dois sargos jeitosos, deixavam-nos muito entusiasmados, mas ao olhar para o relógio e perceber que faltavam quase duas horas para a praia mar... Avisei o Guilherme que tínhamos mesmo que recuar para uma zona segura, ali certamente íamos ter problemas... E fomos obrigados a abdicar do melhor momento da pesca, quando estavam a sair as douradas... Mas a segurança está em primeiro lugar.

Já noutra zona, parámos para comer qualquer coisa rápida e fomos pescar. Mais relaxadas sem a água a chatear da mesma forma... Só que, querem a verdade? Não me estava a saber igual... Adorei estar com este grupo a pescar daquela maneira e noutro spot já nem me sentia motivado... Mas claro que tentámos de tudo a ver o que dava, mas na realidade só toques de peixe pequeno, que era apanhar e soltar... A maré essa tinha chegado a praia-mar... E com o início da vazante, eu falei com a equipa e disse-lhes... " A maré virou, pior aquilo não fica... Vamos é voltar para a zona a ver se ainda safamos algum peixe..."... Para aquele momento a coisa não estava má...




E lá fomos... Pelos caminhos que eu tão bem conheço fomos para uma zona mais próxima da zona quente... E ali tornámos aos lançamentos... e a motivação aumentou... E ainda bem que trocámos de novo pois logo de seguida as canas.................... PTUMMM... Marradas violentas, ponteiras em esforço, estava na altura de aproveitar... O João com uma ferrada, cabeçuda a gaja deu umas belas mocadas, e de seguida o Luís crava outra, e novamente o frenezim de tirar estes peixes dentro de água... É brutal! A SACA JÁ ESTAVA A ABARROTAR!!!

 Mas a água descia a uma velocidade louca e da cintura passou para o joelho, ao que nos deu logo a ideia de ir a procura do tal banco que estava submerso... E aqui tenho pena de não ter levado a go pro... Se vissem, lol, lindooo... O João, muito calmo esperou para ver o que íamos fazer... E deixou-nos ir... E lá fomos nós, só que... imaginem... Cada passo que dava a água ia subindo por mim... E o tal banco de areia nunca mais era alcançado... e a água a certa altura chegou ao umbigo, e com mais dois passos, do umbigo passou, lol... E assim que me chega ao peito... Parei... E pensei... " Filipe, isto não está a correr bem... É melhor voltar para trás"... E nisto lembrei me do Guilherme... Porra, se a mim está no peito... O gajo já é um anfíbio a esta altura e quando olho, ele de água no pescoço, cana ao alto... E ao longe vejo os barcos, e digo-lhe... " Corre, que estas passam-nos por cima"... E agora façam fruto da vossa imaginação e para quem sabe o que é correr dentro de água e que mal saímos do sitio, ter que fazer uns 30 metros até a zona segura... Foi lindo, eu só vos sei dizer que queria e não dava mais... Fazia tanta força, tentei tanto correr, que já nem respirava, estava a ver que desmaiava antes de lá chegar... A cara do João dizia tudo, só visto... o Guilherme estava ainda pior que eu, parecia um pedinte, ahahah...

Sabem, no meio destas aventuras todas, destas maluquices, podem crer que iam adorar... É uma pesca muito pura, muito selvagem, mas sempre com toda a segurança, e onde todos se fartam de curtir... Simplesmente adoro.

Bem, tivemos que nos conter, entre a vontade de avançar e a realidade de que não era possível... Tivemos ali mais uma meia hora, até que sem bater nada, disse a eles que ia novamente tentar e desta fui sozinho... A maré já mais baixa deixou me lá chegar facilmente, com a água no umbigo... E lá chamei a malta para os últimos cartuchos... Julguei mesmo que ia dar ainda alguma coisa, mas o que conseguimos foi mais um sargo palmeirudo e um robalote... A água já ia tão baixa e o cansaço era tanto que resolvemos terminar a pesca e ir beber um café antes de cada qual ir descansar.

Podia-vos arranjar muitas expressões, muitos adjectivos para definir este grupo e este dia, mas nenhum ia ser justo para o que passámos e costumamos passar.

Para mim este grupo, esta modalidade, este GANG malta... É filé mignon!!!

Aqui, na praia, na rocha, de barco, ao spinning, seja onde e como for... Certamente vão continuar a poder ver algumas das nossas aventuras. Um abraço e espero que tenham gostado.





O resultado final da pescaria deixou-nos muito felizes...



Só para grandes pescadores...



O TEJO DESPEDIU-SE ASSIM DE NÓS!!!









Material:
Canas: Vega Cayenne; Hiro Super Balistica (3), Shimano Ultegra Sensitive
Carretos: Vega Brava; Vega TE; Tica Scepter, Shimano Ultegra XSB 5500 (2), Shimano Nexave FB 6000
Linhas: Vega Power Line 100% Fluorocarbono, Máxima 100% Fluorocarbono
Anzóis: Sasame Chinu, Sasame Bay Bay, Hayabusa FKS
Iscos: Ganso Nacional, Casulo Aveiro, Casulo Ponta do Mato, Caranguejo 2 cascos


FilipePC, Guilherme, Joaonumberone, Luís Passeiro... O GANG

8 comentários:

João Santana disse...

Mais um relato a maneira, parabéns ao gang pela pesca:):)
Um abraço.

Anónimo disse...

Que saudades meu amigo. Grandes pescarias que fizemos no teu spot. Já vi que elas andam maiores, essas já são de um bom tamanho. Um abraço.
David.

Os Pescas disse...


Grande gang...hehehe..iam virando mergulhadores...hahaha. Parabéns pela pescaria amigos e pelo relato grande Filipe..:-) Muito fixe..:-)

Aquele abraço para todos

Luís Malabar

Os Pescas disse...

Olá João, obrigado, sim foi um belo dia de pesca, com muito peixe. Abraço.

Os Pescas disse...

Olá David, é verdade, fizemos pescarias de outra galáxia ali... Saudades desse tempo. Abraço.

Os Pescas disse...

Olá Luís, foi um dos meus melhorias dias de pesca na vida. Porque pescar para mim não é só trazer peixe e peixe e peixe, embora tivessemos apanhado muitas e boas douradas, este dia por tudo o que significou foi muito bom. Abraço.

Anónimo disse...

Grande dia amigo, isto é que foi divertir, e que sacada de douradas, esse teu spot é tiro certo, adorei...
João.

Os Pescas disse...

É verdade João, que grande dia, e que alegria que me deu em estar com a malta logo ali. Um abraço amigão.