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segunda-feira, 23 de julho de 2012

( Spinning ) Saudades do mar


    Boas pessoal.....

  Depois de mais de 3 semanas sem poder pescar derivado a assuntos particulares, lá consegui ir ao mar.
  As saudades de sentir o som, cheiro e a força da mar eram de facto muitas, pois não sei viver sem estar ao pé do mar e do spinning.
  Assim foi, tralha arrumada, da mesma maneira que a tinha deixado da ultima vez e rumo ao pesqueiro, com aquela adrenalina da primeira vez..:-)
  Chegando ao local escolhido por volta das 15h, apenas vislumbrei um senhor que estava aos sargos mais o seu neto, entretidos na pesca à bóia mas infelizmente sem resultados nenhuns.
  Antes de começar a pescar, parei a olhar para o mar para poder sentir o aroma do verão, mistura de ervas, flores e de água salgada que se sentia no ar misturando-se com o brilho do sol.
  Depois desta pausa dei inicio à pesca, pedra e amostra escolhida, tinha chegado a altura de lançar......fiz o primeiro lançamento e vai de dar vida ao passeante...Splash...Splash...Splash....entre o walking the dog e o twitching o meu prazer era imenso, a cada toque de vida sobre aquele pequeno inofensivo e ferido peixe que percorre a camada superficial da água tentando perturbar os seus habitantes.
   O vento soprava bastante forte, chegando a levantar a areia, como de um deserto se tratasse....foi no segundo lançamento que o vento pegou no passeante e o elevou no ar até o pousar na água a mais de 60 metros de mim, fecho a asa do carreto e começo a trabalhar o peixe até que vindo de longe sem aviso......um inconfundível rasgar na água caracteristico do predador que não quer deixar passar aquela oportunidade de alimentar-se sem dispender muita energia.
   A cerca de 50 metros é feito o ataque veroz e esfomeado....possibilitando-me ferrá-lo e conseguir manter a ferragem com sucesso...brutal....é incrível quando os ataques são feitos á distancia e ao mesmo tempo conseguir vêr o peixe atacar.....
  Acho que foi um dos peixes que mais prazer me deu, por 3 razões, a primeira razão foi reparar no brilho nos olhos e na alegria do neto do Senhor que estava aos sargos, que apenas dizia para o avô......Avô.....que peixe tão grande...olha...olha..avô.....
   A segunda pela distancia a que foi feito o ataque e a terceira, pelo tempo que andei a brincar com ele até o trazer até mim totalmente estourado de lutar...lol...quando saiu da água, nem se mexeu mais de tão cansado que estava..lol
  Aqui fica o registo do meu retorno e a razão da alegria do rapaz que um dia foi à pesca com o seu avô e que certamente, tal como todos nós quando eramos crianças e viamos os adultos apanhar peixe, nunca mais nos esqueçemos daquele momento.........
 

 

     Por ultimo, quero deixar-vos uma reflexão sobre sobre a pesca de superficie e a maneira dos robalos comerem este ano...
     Como já tinha dito anteriormente noutro relato, desde que começou este Verão, já perdi cerca de 14 peixes por causa da maneira como eles atacam os passeantes, nunca abocanhando o passeante mas sim, ou com o focinho ou atirando-se para cima dele, o que invalida uma ferragem eficaz, conseguindo na maioria dos casos aguentar o peixe por breves segundos até se soltarem.
     Posso dizer que passei muito tempo a pensar nesta situação a tentar arranjar uma justificação para tal, e a primeira conclusão a que cheguei foi a existencia de muito carangueijo pilado na costa, o que noutros anos, ou até no ano passado não se via, isto levou-me a pensar que havendo muita comida facilmente disponível, a necessidade de correr atrás de peixe para se alimentarem não fazia sentido.
    Pensei nisto até que começei a reparar em casos identicos ao meu seja no norte de espanha como em outras zonas afastadas por centenas de quilometros de distancia de onde eu pesco, o que deitou por água abaixo a minha primeira teoria, pois não acredito, digo eu, que nos mesmo sitios o carangueijo pilado seja em abundancia!!!!!!
   O que me leva agora a pensar que deve ter a ver com a especie em si e não com outras circunstancias da natureza.
   O que me leva a crer que, eles têm atacado os passeantes ou por irritação, perturbação ou por simples curiosidade mas não por fome.
   Isto é apenas uma reflexão minha baseada na minha experiencia na pesca de superficie ao Robalo e quem sabe se algo não mudará até terminarmos a época, o que eu infelizmente não acredito, mas que não perco a esperança, não....:-)

   Um grande abraço para todos e até breve.

   Luis Malabar



6 comentários:

ntyper disse...

Grande luis assim é que é sempre a malhar neles e a tentar perceber sempre o que te rodeia grande abraço parçeiro.

José Pedro Cruz disse...

Grande relato Luís!
Imagino ter sido tão espetacular para ti como para o puto, que mesmo sem ter sentido o peixe, deve ter ficado ainda mais viciado pelo que partilhou contigo e com o avô!

Quanto à tua opinião, partilho-a contigo! Muitas vezes, dada a abundância de alimento (pilado, petinga, etc...) os robalos andam cheios, mas não deixam de atacar as nossas amostras! Penso que seja o instinto predador ao ver um "animal ferido"/ presa fácil com pouco dispêndio de energia... irritação pelo ruído provocado pelo passeante na água... territorialismo...
No ano passado, o meu Amigo Urubu pescou com mais 3 amigos uns 7 ou 8 robalos à superfície, tudo acima de 2,5Kg e um deles com 7Kg, que se aproximaram da costa atrás de uma "onda de pilados" e não deixaram de se mandar aos passeantes! Foi impressionante depois ver os buchos repletos de caranguejo e nem a barriga cheia os impediu da última investida!

O que interessa é que se mandem e nos proporcionem momentos de adrenalina, mesmo que depois se soltem! :)
Este ano já tive vários ataques à superfície e ainda não ferrei nenhum! Mas não deixo de me divertir... a pesca é mesmo assim!

Um grande abraço para ti Amigo e para todos Os Pescas!

Anónimo disse...

Boas amigo Malabar. É verdade, andamos todos cheios de saudades do mar, nesta época do ano em que vão escasseando as capturas dignas de registo. Acontecem por diversos motivos, uns mais previsíveis, outros nem por isso. Nessa zona que já foi mais fértil, os robalos demonstraram claramente hábitos predatórios muito diferenciados... aqui há uns anos o robalo pegava em quase tudo, amostras, iscas, etc. Depois com a intervenção humana onde foram colocadas além de muitas toneladas de pedra nos esporões, foi acima de tudo, dragada mais de 2,5 milhões de metros cúbicos de areia para a linha de água que no meu entender, estragou muitos dos padrões considerados normais por parte do robalo. Sobretudo, foi interrompida a normal hidrodinâmica da zona e que fazia meter muito peixe nos diferentes tipos de pesca praticados. Muita coisa foi experimentada... Fico feliz por saber que os hábitos e padrões tendem a regressar à normalidade o que concerteza trará muitas alegrias a todos nós, amantes da pesca.

Força neles!

Aquele abraço, Luis Ramalho

João Almeida disse...

Olá Luis

Permite-me uma observação ao teu comentário. Muitas vezes o robalo age como um predador que investe sobre as amostras, não numa prespectiva de se alimentar, mas de defender o seu território. E isso passa-se tanto com passeantes ou amostras de outras camadas de água.

Por outro lado aqui os robalos que tenho apanhado normalmente vêm com bastantes caranguejos.

Na semana passada ferrei algo que num primeiro momento pensei que fosse pedra. Mas subitamente a "pedra" começou a mexer-se e disparou numa corrida enorme que me levou mais de 70 metros de fio até ver a amostra a saltar de água lá longe como uma rolha de champanhe.

Para teres uma noção. No local onde pesco tenho o drag muito fechado devido ao reduzido espaço de manobra entre rochas. Só começa a trabalhar com peixes de 3/4 kg e ali andava a galope. Se fechasse mais partiria a linha e arriscava-me até a partir a Diaflash.

Nunca tinha sentido nada assim. A força do peixe quase que me arrastava para dentro de água. No final de tudo fica uma sensação de impotência e frustração. Suspeito que fosse uma corvina.

Abraço

Sérgio Silva (Cuco) disse...

Boas Luis.. mais um belo relato e captura! Parabéns.

As saudades do mar levam-nos a apreciar momentos simples onde a mistura dos sentidos combinam em perfeita harmonia: temos várias sensações auditivas, visuais, olfativas e até mesmo gustativas (quem nunca provou uns salpicos fresquinhos da água do mar, nestes dias de verão que tão bem nos sabem). Descreves isso muito bem amigo.. é muito bom!

Concordo com o Pedro.. o puto deve ter vibrado tanto quanto tu; são realmente estes momentos inesqueciveis que nos fazem dedicar a este tão saudável vício.

Tenho lido muita coisa e tento perceber de que forma poderei ter mais sucesso nas minhas pescarias.. não é facil, as conclusões são variadas e pouco esclarecedoras.
Tenho uma visão redutora e muito biológica relativamente ao comportamento do peixe.. o robalo é um dos predadores por excelencia da costa atlantica e como tal, preda tudo o que lhe passa pela frente, com ou sem bucho cheio.. é o patrimonio genético da especie que o faz ser assim. Estão formatados e não podia ser de outra forma.
Acho piada relativamente às multiplas cores das amostras.. está provado cientificamente que os peixes têm visão monocromática e não distinguem as cores.. acredito mais no vibrar da amostra na água, no som emitido pelas esferas e na imitação da presa moribunda, facil de ser capturada por qualquer predador.
Contudo, procuro sempre adequar as minhas investidas ao mar com o tempo, ventos, mares, actividade lunar.. utilizo as várias amostras com cores variadas e, na verdade, já fiz pescarias nas mais variadas condições! É só a minha humilde opinião.. mais uma!

Na pesca só consigo ter uma certeza: só pesca que lá vai.. ordem de trabalho: insistir, insistir e insistir!

Grande abraço

Sérgio Silva

Os Pescas disse...

Boas pessoa , desculpem-me só responder agora mas estive de férias...:-)
A todos o meu obrigado pelos vossos comentários amigos e é sempre um prazer partilhar com todos as minhas aventuras..:-)
Para todos um grande abraço e o meu agradecimento.

Luis Malabar