Os nossos amigos

domingo, 28 de outubro de 2012

Uma estreia feliz num mar difícil...



Os Pescas com o amigo Cenoura, Grande Bruno.

Já fazia algum tempo que estávamos para fazer uma pescaria embarcada e era altura de fazer uma visita ao nosso santuário, o Cabo Espichel. Já nos era muito especial pela sua beleza, imponência e pelos bons momentos que por lá passámos, tanto em terra como ao largo mas… passou a ter um significado muito especial, temos lá um amigo que se encontra permanentemente a olhar por nós, Grande Abraço para ti, Telmo.


Depois de uma semana para arranjar uma equipa de 10 elementos, lá nos decidimos pelo dia, este domingo não podia falhar. As previsões não eram as melhores mas a vontade era muito grande, a equipa já estava formada e como não havia mar que pudesse por em risco o pessoal, lá ficou tudo acertado.

O homem está aplicado
Os novatos começaram as aulas um dia antes, na casa do Pedro já participavam na preparação do material. Aproveitamos umas horas para trocar umas ideias e soltar umas dicas que dão sempre jeito a que vai para o mar pela primeira vez. Dizia eu ao pessoal para não dormirem na parada, tentando passar a ideia que tinha de existir muita atenção aos pequenos toque, sempre pode ser bom peixe que limpa o isco sem dar-mos conta. Na minha cabeça vinha à ideia os quantos toques que deixei passar pela minha cana, na altura a experiência era pouca e toda a gente via a minha cana picar menos eu.

Depois de algumas horas de sono, lá nos reunimos para voar para o pesqueiro,  conversa passou a ser só uma, vamos a eles… uns pelas saudades que tinham desta pesca e outros da ansiedade da sua primeira vez que iam ao mar, em especial dobrar o cabo. Já o Thalassa virava a popa ao porto de abrigo e existia a bordo quem pedisse peixe. Sim, alguns desejos foram revelados, para uns não enjoar e apanhar um Parguete de quilo e o dia estava ganho.

Thalassa . 14-10-2012 1ª parte from Os Pescas on Vimeo.



Os novatos, Russo e André

O "nosso" marinheiro de água doce, Nuno Palhinhas

Em amena cavaqueira o caminho ia-se fazendo com toda a tranquilidade e com muito boa disposição a bordo. Dos seis elementos presentes, dois estavam a pescar pela primeira vez, havendo um outro que tinha ido apenas uma vez de embarcada em que teve direito a "serviço completo"!!! (direito a carga ao mar). Os mais experientes estavam preocupados com a situação, pois a norte do cabo o mar mexia um bocado e o receio do pessoal marear era muito. As condições diziam que da parte da manhã iria-mps ter vento de NW com vaga de 2,60 a entrar de W, em suma uma manhã calma, o pior estava para vir... o vento virava a Sul o periodo de vaga encurtava e nós feitos "João Ratão"... o caldeirão esperava por nós.

Era altura de se ouvir a voz do mestre, o Fernando dá sinal que estávamos no pesqueiro. Para começar, a bitola estava alta e a pesca ia ser feita a 100 metros de fundo, aguenta braço! “Pessoal, podem largar o ferro” o barco estava fundeado e era hora de começar a faina.


 O mar continuava calmo e não se sentia peixes indesejáveis no fundo, iam saindo uns carapaus e algumas cavalas que faziam de isco no imediato. Sendo uma pesca aos “diversos” (mas fundo), começa por sair uma Abrótea já de bom tamanho. O pessoal ia se mantendo firme e alguns peixes iam saindo do fundo, tendo os carapaus sempre como companhia, as Safias davam o "ar da sua graça". A cavala, condenada a fazer de isco,  atraía alguns Besugos de bom tamanho, boas iscadas é o que dá. A pesca ia decorrendo e é quando se ouve o Russo, depois de muito tempo calado a puxar um peso enorme, pessoal preciso de ajuda porque tenho lá algo agarrado e o bracinho já não aguenta.. Rapidamente vem o mestre Fernando com o xalavar ajudando o Russo a arrumar um belo Pargo. Acusando na balança 2,3 Kg, de belo peixe o desejo estava cumprido, não enjoar e apanhar um vermelhinho. 



Belo exemplar o do amigo Russo, lindo Pargo

A Tarde já aparecia no horizonte e o vento começava a dar sinais de força, o mar começava a mexer tal como indicavam as previsões.
Não sentindo actividade à algum tempo, pedimos ao mestre Fernando para dar umas braças de cabo, a aguagem que se fazia sentir juntamente com o vento, tinham feito com que o barco saísse de cima da pedra onde nos encontrávamos. Rápidamente sentimos a diferença, passámos a pescar a 90 metros mesmo numa parede. Estava eu a descansar o meu bracinho direito e sinto um bom toque, não tendo outra ipotese, teve de ser ferrado com a canhota, era mais um vermelhinho, não tão generoso como o do nosso amigo russo mas já se encontrava perto das 900 gramas.


Com a pesca nos 90 metros, a palavra de ordem era, "Bora lá pessoal, temos de queimar os últimos cartuchos", o pessoal continuava bem-disposto e sempre com a esperança de apanhar mais uns peixes. Boas iscadas de cavala e camarão era o prato que se servia como manjar para os nossos "deuses" pois só nos restavam 3 horas de pesca se o tempo assim o permitisse.

É por esta altura que o meu amigo Pedro tira um belo, melhor, lindo peixe espada branco... um verdadeiro exemplar da sua espécie!!!


Devolvido ao mar após tirada a fotografia

 Após esta grande captura....., era hora de um café, o qual a uns entrou bem  a outros fez sair tudo.   O André após 6 horas de combate foi vencido por  ko, o café deu-lhe um murro no estômago. Aproveitou para engodar o pesqueiro e retirou-se para "balanço".

O Palhinhas por seu lado, fazia deste local um pesqueiro de fundura, pois quando deu conta tinha, na ponta da linha, uma bonita pescada, um peixe pouco habitual a estas profundidades pois normalmente prefere habitar em águas mais profundas.

"Pescada" aos 90 metros profundidade

"Peixinho para a menina" dizia o Palhinhas com um sorriso na cara pois o seu desejo estava concretizado, não enjoou e apanhou o seu peixinho para a menina. Parabéns ao Nuno Palhinhas pelo seu belo exemplar.

Estávamos a uma hora e tal de regressar ao porto de abrigoquando mais uma vez o Russo faz ouvir a sua vós, "pessoal isto está pesado". Fomos aconselhando alguma calma e sempre alertando para não folgar a linha, pois podia ser mais um vermelhinho. Com alguma calma e muita força de braço, lá arrancou 2 Gurazes do fundo com medida suficiente.
Grande maluquice e eu a pensar que era só na fundura. Mais uns minutos e é quando calha a minha vez de ferrar um Goraz, que pesqueiro mais variado.Tinha chegado ao fim o nosso dia, era hora de levantar ferro e ainda tínhamos pela frente um longo caminho, dobrar o Cabo é sempre um problema com ventos de sul. 
Ai estava mais um dia de pesca bem passado, deu para conhecer pessoal porreiro e sinto que ficou criada uma equipa de embarcada para os próximos tempos. O melhor de tudo foi o facto de a viagem de regresso ter sido feita em conversa entre todos, aproveitando para deixar marcada uma nova investida já para Novembro.

Thalassa - 14-10-2012 2ª parte from Os Pescas on Vimeo.


Já a caminho de casa, ainda tivemos tempo para um café, mais uns dedos de conversa e em jeito de despedida ficava a ideia de mais um grupo de amigos que se voltará a juntar para fazer o que mais gosta, pescar.  Esta é uma das mais valias deste desporto, as amizades que se criam e o contacto com a natureza que nos proporciona momentos únicos...


 ... momentos estes que nos ajudam a ter forças para encarar a vida com mais calma mesmo com tantas adversidades, como são as que todos vivemos actualmente.


 Grande dia, pessoal muito fixe, fica aqui um grande abraço para todos, Mestres Fernando e João Cruz, aos novatos Nuno Palhinhas, Russo e o André que estiveram muito bem, ao Bruno Cenoura, grande malha, muito boa onda este amigo. Para mim e para o Pedro, há sempre um abraço e hoje tivemos oportunidade de levar esse abraço a um Grande Amigo, ele estava lá no Cabo a olhar por nós e certamente o recebeu, Grande Telmo.

Fiquem bem

Nuno Fernandes, Pedro Pereira

5 comentários:

Os Pescas disse...

Foi um dia muito bem passado, o mar não era o melhor pois era-mos os únicos que por lá andavam a tentar a sorte. Esta pesca veio trazer ao nosso blog mais Companheiros de Faina, amigos que passamos a fortalecer o conhecimento e amizade, grande dia... obrigado a todos os participantes.

Abraço,

Nuno Fernandes

Os Pescas disse...

Sem duvida um dia mt bem passado, com malta mt fixe e com dois estreantes nestas andanças, não estava um mar mt fácil mas bateram-se que nem uns guerreiros!!!A repetir mt brevemente...

Um abraço,
Pedro PJPescador

Os Pescas disse...

Sim amigo, brevemente estamos lá, já está marcada e estamos a menos de 15 dias ehehehehe não vejo a hora...

Nuno

NPalhas disse...

Que bela pescaria! Tinha visto a previsão do tempo e do mar e nao agoirava nada de bom para os meus lados, mas quando o vicio é grande e a vontade de sair numa pescaria com velhos amigos maior, o resultado só pode ser bom ;)Obrigado a todos por um dia mt bem passado, o grupo é à maneira e parecia que nos conhecíamos ao tempo, o que sem duvida atraiu mt mais pêxe para o local eheheheh! Grande abraço ;)

João Pinto - http://sheospinning.blogspot.com/ disse...

Saudades dos tempos em que fazia 2 embarcadas por mês com o meu velhote...

Agora é só mesmo quando ele cá vem, existe pouca variedade de peixe e o barco custa 55Euros oO

Parabéns pela pescaria, mais um dia bem passado sem dúvida