( Chumbadinha) Pargos à chumbadinha - O regresso ao Reef

Finalmente...

Por motivos profissionais o tempo para me ausentar para uma pesca ao pargo é muito pouco. Infelizmente hoje em dia faço menos pescas destas, embora mantenha o mesmo gosto, a mesma paixão por estes grandes exemplares, com uma força bruta, principalmente naquele primeiro arranque devastador.

Pude ao final de meses tornar a marcar uma pescaria no Reef, e que bom que me soube.
No dia anterior, foi a azáfama do costuma, com a busca dos iscos, da famosa sardinha, e do camarão XXL, e o preparar o material todo para não acontecer falhas. Escolher um bom fluorocarbono e bons anzóis torna-se essencial para garantir o sucesso da pescaria.

Costumamos levar a sardinha, mas desta vez, fomos buscá-la mesmo antes de entrar no barco à chegada à marina.


                           

Já a bordo, a excitação era muita, estava com alguma ansiedade, pois à muito que esperava este dia... O caminho é que não foi nada fácil, pois fomos a alta velocidade e o mar estava muito agitado, o que me fez cair umas 4 vezes, e numa delas cheguei a magoar um braço...
Apesar destas dificuldades chegamos ao pesqueiro em segurança e começamos a preparar o material para dar inicio a pesca. Que saudades daquele cheiro a marzia, do alto mar!

Montei a minha cana e escolhi uma chumbada de 80 gramas para dar início a pesca e começar a azáfama do dia... O mar estava de feição, e eu estava cheio de ganas e esperança de fazer uma boa captura. A minha pesca não é apanhar dezenas de peixes ( se bem que sabe muito bem, lol), a minha forma de pescar é procurar grandes predadores ou peixes de bom porte. É assim que gosto de pescar e talvez por isso esta pesca me encante mesmo não a fazendo muitas vezes ao ano.

As primeiras horas foram penosas e ninguém tirou nenhum peixe de jeito... Cigarro atrás de cigarro ia tentando relaxar e procurar continuar fixado no meu objectivo, que era bater o meu record nesta pesca.

Já a meio da manhã tive o primeiro ataque, um feroz ataque mas sem conseguir ferrar o sacana... Que desespero ahahah, passados uns minutos o Pedro saca o primeiro pargo do barco e a animação a bordo não podia ser melhor. Fantástico. Toda a gente a renovar iscas e os sorrisos já eram outros...

Mas a coisa não se deu mais e tirando mais um pequeno toque que não foi de pargo, não senti mais nada...

A coisa acalmou de tal maneira que fomos almoçar e relaxar um pouco... Cigarrinho e conversa pelo meio, deu para descansar o braço e ganhar novas forças para o restante do dia que ainda estava para vir... Perto das duas já eu estava de cana na mão à espera que o Stella SW arrancasse, que voltasse a sentir de novo algo.

As horas passavam e nada, e já eu estava sem qualquer ponta de fé( normalmente é quando se dá), quando sinto após renovar uma iscada e ao cair da linha levo uma ferragem enorme, uma brutalidade ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, cana a prumo, levanto-lhe a cabeça, controlo-o e o drag continuava a não aguentar... Ai a linha, ai a linha, era só o que eu pensava, será que vai aguentar??? ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, e novamente metros atrás de metros o pargão levava linha com fartura e a cana toda vergadinha a aguentar as suas cabeçadas... Nisto olho para o lado e o Pedro ferra outro, e foi giro ver os dois a trazer peixe ao mesmo tempo. O meu após muita luta, um grande pargo, lá sucumbiu e veio com facilidade após alguns minutos de luta. Lindo peixe, sorriso de orelha a orelha, lindo, lindo, lindo!!! O Pedro esse, apanhou o segundo dele do dia, mais pequeno, mas um bom pargo...

Julguei que ainda apanhava mais, mas não tive sorte e apenas o Costa sacou mais um bom pargo uns minutos depois de eu e o Pedro apanharmos os nossos... Já perto do final da tarde demos por terminada a pescaria, e regressámos ao porto de abrigo que ainda demorou pois o mar estava algo bruto pelo caminho e não pudemos ir a velocidade desejada...
Foi um excelente dia, o pessoal deu-se todo bem, e no final todos nos safámos... pelo menos deu para fazermos o gosto ao dedo e no meu caso com grande animal.

Não sei quando volto, mas certamente que um dia destes torno a lançar um camarão ou uma sardinha por estas águas que tão bem me fazem e onde tão bem me sinto.

Ricardo Palma