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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Noites em claro, nas rochas da praia do pintadinho

Vem de longe a minha paixão pela pesca à bóia. Foi a segunda pesca que comecei a fazer em pequeno, logo após o Surfcasting e Rockfishing( pesca ao fundo).
Em pequeno costumava passar o verão quer na ilha da culatra em Olhão, quer em Portimão/Ferragudo.
 
 Foi aqui em Ferragudo que nasceu esta paixão, em tardes e noites de verão, onde o calor não me deixava dormir, e onde o frenesim que a pesca me deixava não me permitia dormir em condições, sem ir passar uma horas ao pé do mar. Numa zona simplesmente maravilhosa para momentos de lazer, eu que sou um amante do mar, sentia-me completo sempre que ia pôr as canas de molho. Muitas noites passei nas rochas da praia do Pintadinho à pesca. Muitas noites bem passadas em claro a fazer uma pesca simplesmente deslumbrante e dinâmica.
Ver os starlights a mergulharem pelo mar dentro é algo simplesmente espantoso.

Deleitava-me a apanhar cavalas, carapaus, sargos, salemas e algumas bicas que por ali encostavam.
Usávamos bóias de correr, normalmente de cerca de 12 gramas, com estralhos de 2 a 3 metros de comprimento. Os iscos usados eram quase sempre o camarão, a sardinha e filetes de cavala.
Ao fundo usávamos o famoso casulo do parchal.

Confesso que embora goste mais de carapaus e sargos, eram as cavalas que ali me deixavam a curtir a sério. Os arranques desenfreados que produzem, a força que têm, a sua voracidade é simplesmente apetecível para qualquer pescador que goste de se divertir. Exprimentem capturar uma cavala à bóia e deixá-la "correr". Parece que nunca mais pára, que a força nunca a abandona.
Foi um local especialmente importante na minha aprendizagem nesta técnica de pesca, é um local de fácil acesso, onde qualquer pai pode ir com um filho adolescente e ensinar-lhe os primeiros passos da pesca à bóia, com um factor importante, que é o de se capturar sempre uns peixes, ao cair do dia nesta zona.

Numa das minha últimas visitas por lá, já vão uns tempos, resolvemos ir fazer umas horitas por lá, e como sempre fomos arranjar umas sardinhas. Nessa noite, os carapaus não andavam por lá, sendo que somente as cavalas colaboraram, permitindo-nos passar ali umas 2 horas e tal a encher um balde delas.
Foi um bocado bem passado, para relembrar o local onde aprendi a pescar à bóia. Sempre que me deslocar lá, tentarei passar "pelas minhas origens". Isto porque recordar é viver.
Ainda capturámos 68 cavalas, algumas salemas( devolvidas), e 2 carapaus. Valeu pela saudade.
A pesca não é só apanhar peixe, é muito mais do que isso.
Filipe Condinho.

2 comentários:

PêJotaFixe disse...

Amigo Filipe,
Para além dos peixes que refere, o Pintadinho/Ponta do Altar é bom para Lulas, Chocos, Avárias e Robalos. Melhor mesmo é na praia ao lado, para Nascente.

Abraço e saudações piscatórias

Unknown disse...

Sim é verdade... Vi muitas lulas e chocos a sairem ao candeio naquelas rochas... Robalos é que nunca presenciei, naquela praia, pois mais para a direitana praia que tem o quebramar aí sim vi sairem e capturei outro tipo de exemplares, como douradas, sargos veados, robalos, linguados, e outros. Quando fôr feita a designação do local aparcerá tudo, neste caso foi mais para dar a conhecer um relato dum local que freuqentei muito em míudo.